“Uma Montanha-Russa Empolgante”: Reacções dos Pilotos de Fórmula 1 ao Circuito de Portimão em 2020
Na sua monumental retorno a Portugal após um impressionante hiato de 24 anos, o circuito de Fórmula 1 fez uma grande entrada no Circuito Internacional do Algarve (AIA) em Outubro de 2020. Esta estreia foi tudo menos comum, gerando uma resposta eletrizante do paddock da F1 que dividiu opiniões. Por um lado, houve uma onda de entusiasmo pelo charme à moda antiga do circuito e pelo seu traçado desafiador; por outro, os pilotos manifestaram preocupações sobre o novo asfalto que apresentava níveis de aderência perigosamente baixos.
Um Circuito de Emoções e Desafios
A topografia única do circuito do Algarve, caracterizada pelas suas colinas implacáveis e curvas cegas, foi unanimemente elogiada pelos pilotos que compararam a experiência a andar numa montanha-russa de alta velocidade. Lewis Hamilton, que conquistou a vitória nesse dia, descreveu a pista como “incrivelmente difícil” e “fisicamente e mentalmente exigente.” Ele enfatizou as notáveis ondulações e o desafio que as curvas cegas representam, afirmando: “Há muitos lugares onde não consegues ver para onde estás a ir. Ao sair da Curva 8, ficas a olhar para o céu durante um tempo sem saber o que está além do cume.”
Pierre Gasly, que corria pela AlphaTauri na altura, foi particularmente expressivo sobre as sensações viscerais evocadas pela pista. “As primeiras voltas deram-me aquela sensação de reviravolta no estômago que se sente numa montanha-russa! Depois da Curva 8, com todas as subidas e descidas… Nunca senti isso num carro de Fórmula 1,” entusiasmou-se.
Charles Leclerc da Ferrari declarou que o circuito era “assombroso”, admitindo que levou várias voltas a encontrar o seu ritmo devido à falta de referências visuais nas curvas. No entanto, uma vez que dominou o traçado, disse que a sensação era “muito boa”.
Lando Norris da McLaren elogiou a natureza “pura” do circuito, afirmando que serve como um verdadeiro teste de coragem e habilidade, contrastando fortemente com os desenhos planos e estéreis dos circuitos modernos.
O Asfalto: Uma Pista de Gelo Traiçoeira
No entanto, nem tudo foi um mar de rosas. O circuito tinha sido asfaltado apenas algumas semanas antes do evento, e o novo asfalto ainda estava a libertar óleos, combinado com as temperaturas amenas de outubro e os pneus mais duros da Pirelli. Esta combinação criou uma situação de aderência traiçoeira que apanhou muitos pilotos de surpresa.
Max Verstappen da Red Bull, embora apreciando o traçado do circuito, foi crítico em relação aos níveis de aderência, descrevendo a sua experiência de condução como “nada agradável” devido à natureza imprevisível da nova superfície. Ele notou que a falta de aderência levou a uma série de erros e correções constantes.
Carlos Sainz, também da McLaren, adotou uma abordagem diferente. Abraçando as condições escorregadias que lembravam o rali—uma influência do seu pai—ele expressou conforto em cenários de baixa aderência, afirmando que era “da sua natureza” encontrar aderência onde parecia não existir, apreciando o desafio extra que isso trazia.
Sebastian Vettel, então na Ferrari e agora reformado, comentou sobre o asfalto excepcionalmente liso, que levou a escorregadelas, mas apreciou o desafio técnico que isso representava, obrigando os pilotos a estarem totalmente alertas e envolvidos.
Considerações Finais
O consenso entre os pilotos era claro: Portimão é um verdadeiro circuito para pilotos, onde a coragem e a habilidade técnica reinam supremas. Apesar do asfalto escorregadio, frequentemente comparado a conduzir sobre gelo, a comunidade da Fórmula 1—abrangendo pilotos, equipas e jornalistas—celebrava a pista como uma adição espetacular ao calendário. O seu carácter único contrasta fortemente com os circuitos modernos, desenhados por computador, solidificando o estatuto de Portimão como uma joia emocionante no mundo do automobilismo.









