A VW Amarok está de regresso ao mercado nacional, e em grande estilo. Na sua mais recente evolução, a pick-up germânica está cada vez mais distante de uma vocação predominantemente laboral, contando com um estilo premium e muita tecnologia. Os preços iniciam-se nos €36 209.
A segunda geração da VW Amarok acaba de chegar ao mercado nacional, e é mais um exemplo que prova que pick-up não é, necessariamente, sinónimo apenas de um todo-o-terreno destinado ao trabalho, mesmo que as suas elevadas competências lhe permitam os desafios laborais mais exigentes. É, também, exemplo de um automóvel moderno e bem equipado, que conjuga o prazer da aventura em grande estilo com a robustez e a resistência de sempre.
É certo que a nova Amarok tem um forte parentesco com a Ford Ranger, já que nasceu da parceria estabelecida entre o construtor de Dearborn e o seu congénere de Wolfsburg, embora a VW tenha trabalhado afincadamente no plano estético para torná-la ainda mais agressiva, por comparação com a sua homóloga norte-americana. E as imagens falam por si.
Proposta em Portugal na versão de carroçaria de cabine dupla de quatro portas (DoubleCab), a partir de €36 209, outra das grandes novidades da Amarok é o aumento das dimensões exteriores, nomeadamente o comprimento (5,36 m, mais 96 mm do que na geração anterior) e a distância entre eixos (3,27 m, mais 173 mm do que anteriormente), o que tem como óbvia consequência uma habitabilidade e um espaço de carga mais generosos.
Neste particular, refira-se que, na traseira, o espaço é de modo que três passageiros adultos possam viajar de forma tranquila; e que, tal como na anterior geração do modelo, a plataforma de carga tem espaço suficiente, entre os arcos das rodas, para receber uma euro-palete carregada lateralmente, podendo a carga ser imobilizada através dos anéis de fixação existentes no piso de carga, cada qual capaz de suportar até 500 kg. A carga útil máxima subiu de 1110 kg para 1160 kg, a capacidade de reboque é de 3500 kg, e a caixa de carga pode ser protegida através de uma cobertura de operação elétrica, possível de operar tanto a partir do exterior como do habitáculo.
Contudo, será o interior que marca a grande diferença entre a nova Amarok e a sua “prima” Ranger, já que a VW decidiu seguir, aqui, o seu próprio caminho, apostando em tudo o que se pode esperar de um modelo premium. Nesse domínio, destaque para o painel de instrumentos digital de 8’’ (12’’ nos níveis de acabamento de topo); para o sistema de infoentretenimento com ecrã de 10’’ de série, colocado na vertical (12’’ nas versões mais equipadas); para os novos bancos dianteiros mais ergonómicos (elétricos nas variantes mais dotadas); e para os revestimentos dos bancos em ArtVelours no nível de acabamentos Style, e em pele de alta qualidade nos níveis PanAmericana e Aventura.
Em Portugal, a Amarok é proposta com três opções de motor, todas a gasóleo, estando na base da oferta o 2.0 TDI de 170 cv, a que se junta, na versão intermédia, a derivação com dois turbocompressores e 204 cv deste quatro cilindros – estando instalado na variante de topo o 3.0-V6 TDI de 241 cv. Quanto à transmissão, os motores de quatro cilindros têm acoplada, de série, uma caixa manual de seis velocidades, ao passo que o 3.0-V6 TDI é sempre combinado com a nova caixa automática de dez relações com tecnologia by wire, proposta como opção na variante de 204 cv, e a qual sucede à caixa automática de oito velocidades da geração anterior.
De série em todas as Amarok é a tração integral 4Motion com “redutoras”, assim como o seletor de modos de condução, que oferece as opções Normal, Eco, Escorregadio, Neve/Areia, Lama/Rocha e Reboque/Transporte, e pode ser operado através tanto de um botão rotativo existente na consola central, como do ecrã tátil de comando do sistema de infoentretenimento. Quanto a sistemas avançados de assistência ao condutor, são mais de vinte os disponíveis, entre estes encontrando-se o cruise control adaptativo (com sistema de leitura de sinais de trânsito e controlo automático da velocidade), e a iluminação IQ. LIGHT, com faróis LED Matrix – duas novidades absolutas na Amarok.
Não menos importante é sublinhar que os já de si fortes argumentos da Amarok no fora de estrada saíram reforçados nesta nova geração, em boa parte devido aos seus melhores ângulos característicos: ângulo de ataque de 30°, ângulo de saída de 26°, ângulo ventral de 21°, inclinação lateral máxima de 29°, e passagem a vau de 800 mm (500 mm na anterior geração).
E, para comprovar todas as competências da nova pick-up da VW no todo-o-terreno, nada como aproveitar o teste dinâmico que a marca proporcionou à imprensa lusa em Torres Vedras. E em que a Amarok se mostrou à altura das exigências, mesmo em terrenos mais duros, abordando cada obstáculo de forma suave, sem nunca colocar em causa o conforto no interior, mesmo quando o acelerador era solicitado com outra intensidade para vencer subidas mais íngremes, num percurso que, ainda que curto, passou por montes e vales.
Digno de registo é, ainda, o controlo eletrónico de descidas HDC, por oferecer funções mais avançadas, inclusive a novidade de se poder enfrentar descidas íngremes em ponto morto (nas versões de caixa manual) com o mesmo tipo de controlo automático. Assim permitindo encarar declives acentuados com todo o à-vontade, com o sistema a travar a pick-up no momento certo, bastando ao condutor agir sobre o volante. Tendo sido possível, também, efetuar inclinações laterais de até 24°, embora, neste particular, a nova Amarok fique um pouco aquém da sua antecessora, devido ao centro de gravidade mais baixo, o qual, por seu turno, garante uma outra eficácia em estrada.