A Fórmula 1 pode em breve aproximar-se de preencher a sua provisão de longa data de 12 equipas, uma vez que o Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, defende uma maior expansão do grid após a entrada inovadora da Cadillac. Falando no Grande Prémio do Qatar, Ben Sulayem questionou a hesitação da Liberty Media e das equipas atuais, que historicamente resistiram a ultrapassar as 10 equipas.
“Por Que Ter Uma Opção para 12?”
“Por que não?” perguntou Ben Sulayem quando foi pressionado sobre a possibilidade de preencher o 12.º lugar da equipa. “Se os regulamentos permitem 12 equipas, por que estamos a dizer não? Para mim, está claro—uma 11.ª ou até 12.ª equipa é uma vitória para todos.”
O recente acordo entre a Cadillac e a Fórmula 1 marcou um ponto de viragem. A entrada da Cadillac, apoiada pela General Motors e liderada pelo seu registo como fabricante de unidades de potência, posiciona a equipa como uma estrutura de fábrica completa até ao final da década.
O Catalisador Andretti e a Pressão Antitruste nos EUA
Inicialmente apresentada como uma proposta da Andretti, a proposta enfrentou ceticismo por parte da Fórmula 1, que duvidou da sua competitividade e valor comercial. No entanto, a situação mudou dramaticamente quando Michael Andretti reposicionou o projeto como uma iniciativa liderada por fabricantes, afastando-se do primeiro plano.
A participação do Comité Judicial da Câmara dos Representantes dos EUA, que investiga potenciais práticas anticompetitivas na Fórmula 1, teve um papel crucial na remodelação da aceitação da proposta. Ben Sulayem reconheceu a influência da investigação, afirmando: “Fui questionado, e não tinha nada a esconder. Estou orgulhoso do que a FIA fez—nossa decisão foi baseada na governança, transparência e no mérito da candidatura.”
Os Obstáculos e o Ponto de Viragem
A insistência da Fórmula 1 em adicionar valor e garantir participantes de alta qualidade revelou-se um obstáculo significativo. Ben Sulayem enfatizou que o sucesso da Cadillac resultou do cumprimento de exigências rigorosas, incluindo o compromisso da General Motors em desenvolver uma unidade de potência.
“Isto não se tratava de números; tratava-se de qualidade,” explicou. “Stefano [Domenicali] disse: ‘Precisamos de um OEM [Fabricante de Equipamento Original], não apenas de mais uma equipa.’ A Cadillac cumpriu isso.”
Com o apoio da General Motors, a parceria Andretti-Cadillac abordou as preocupações, preenchendo todos os requisitos necessários. “Uma vez que entregaram a unidade de potência, já não podíamos dizer que não,” acrescentou Ben Sulayem.
Oportunidades Perdidas e Nova Liderança
Enquanto Andretti foi o único candidato aprovado para discussões comerciais, outras propostas ambiciosas ficaram aquém. Estas incluíram a Rodin Cars, com sede na Nova Zelândia, que prometeu priorizar a representação feminina, e a Hitech GP, apoiada financeiramente pelo bilionário cazaque Vladimir Kim.
Curiosamente, o chefe da Hitech, Oliver Oakes, tornou-se desde então o principal da Alpine F1, propriedade da Renault, destacando as dinâmicas mudanças dentro do ecossistema da F1.
Um Futuro Mais Brilhante para a Expansão da F1?
Os comentários de Ben Sulayem sublinham um novo ímpeto para a expansão do grid. A entrada da Cadillac não só destaca o potencial das equipas apoiadas por OEMs, mas também estabelece um precedente para futuros candidatos.
À medida que o desporto procura fortalecer a sua atratividade global, a perspetiva de preencher a última 12ª vaga com outra equipa de alto calibre pode já não parecer um sonho inatingível. Para Ben Sulayem, a questão permanece: se as regras permitem 12 equipas, por que se contentar com menos?