Dificilmente havia melhor forma de a Toyota fechar a época do Mundial de Ralis (WRC). Elfyn Evans garantiu este domingo a vitória no Rali do Japão, cujo pódio foi totalmente ocupado por pilotos do construtor da casa, além de consumar a distinção de vice-campeão.
No último dia de prova e da temporada foram disputadas seis classificativas. O favoritismo era de Evans, que tinha mais de um minuto de avanço na liderança. Uma margem que continuou a estender durante a primeira parte de domingo, apesar de Thierry Neuville (Hyundai) vencer as PEC 17 e 18 antes de Takamoto Katsuta (Toyota) ditar o ritmo na PEC 19.
Foi na PEC 20 (Ena City 2) que Evans perdeu terreno para Sébastien Ogier (Toyota) pela primeira vez neste último dia, mas compensou no troço seguinte. Neuville e Katsuta foram os mais velozes, respetivamente. Restava a Power Stage e tudo o que Evans tinha de fazer era manter-se à margem de problemas de maior.
Neuville ditou o ritmo batendo Ott Tänak (M-Sport Ford) por 2,4s, o que lhe permitiu somar cinco pontos numa prova em que já tinha abandonado na sexta-feira. Esapekka Lappi (Hyundai) foi o terceiro da especial, seguindo-se Katsuta e Ogier. O sétimo tempo foi mais do que suficiente para Evans ganhar o rali 1m17,7s na frente de Ogier. Kalle Rovanperä (Toyota), que já era campeão antes desta ronda, completou o pódio em terceiro – na frente de Lappi e Katsuta, sendo Tänak sexto na despedida da M-Sport Ford.
No WRC2, Andreas Mikkelsen (Skoda) só não ditou o ritmo nas útimas duas classificativas do dia, ganhas por Nikolay Gryazin (Skoda). Ainda assim, o já campeão conseguiu um triunfo claro 1m15,9s na frente do russo… que se impôs no WRC2 Challenger. Fez o pleno de vitórias em especiais da categoria este domingo para consumar o triunfo final 10m36,3s na frente de Kajetan Kajetanowicz (Skoda) – que consumou o título do WRC2 Challenger. Jason Bailey, único piloto do WRC3, chegou ao fim em 22.º da geral.
O resumo do rali
O primeiro líder do Rali do Japão foi Neuville, que na quinta-feira ditou o ritmo na primeira de três passagens pela super-especial do Toyota Stadium. O dia seguinte, com condições traiçoeiras devido à chuva, provou ser um pesadelo para vários dos candidatos às posições cimeiras. Evans passou para o topo na PEC 2 (Isegami’s Tunnel 1), na qual existiram logo duas baixas por acidente: Dani Sordo (Hyundai) e Adrien Fourmaux (M-Sport Ford).
Numa fase inicial, chegaram a existir dois Rally2 no top cinco absoluto, enquanto os pilotos dos Rally1 tinham alguns problemas – Tänak sofreu de contratempos técnicos que o atrasaram, enquanto na PEC 5 Ogier embateu numa proteção e atrasou-se. Na especial seguinte foi Neuville a sofrer um incidente que o deixou fora de prova.
Quem não se deixava afetar pela situação era Evans, que não se envolveu em grandes problemas e foi distanciando-se na liderança mesmo sem ganhar muitos troços, terminando sexta-feira com quase dois minutos de vantagem para Ogier – que conseguira recuperar até segundo apesar de estar atrasado com uma penalização de um minuto.
Ontem, o francês aproximou-se gradualmente, enquanto Evans parecia estar já mais em modo de gestão, uma vez que com o avanço que tinha e as condições difíceis o mais importante era não correr riscos desnecessários. Mesmo assim, o britânico chegou ao último dia com mais de um minuto de vantagem, que dilatou gradualmente ao longo deste domingo.
No final, Evans bateu Ogier por 1m17,7s, conseguindo não só a sua terceira vitória da época, como o vice-campeonato. Rovanperä, que também se atrasou numa fase inicial, conseguiu fechar a época com um pódio em terceiro, na frente de Lappi que foi presença constante na luta pelo top cinco… assim como Katsuta, que falhou por pouco um top quatro exclusivo da Toyota, apesar de mostrar boa velocidade nos seus troços caseiros. Depois de se atrasar na fase inicial, Tänak não foi além de sexto, numa despedida algo amarga da M-Sport Ford.
O sétimo no absoluto foi Mikkelsen, que somou um triunfo claro no WRC2. O norueguês dominoui a categoria na qual já era campeão, nunca tendo permitido à oposição ameaçá-lo. Gryazin, primeiro líder da classe, foi o primeiro líder, mas da PEC 2 em diante foi sempre Mikkelsen no topo à frente do russo. Este, por seu turno, dominou o WRC2 Challenger, em que inicialmente Heikki Kovalainen (Skoda) foi o seu principal perseguidor embora a uma distância considerável.
O antigo piloto de Fórmula 1 ficou fora da luta pelo pódio do WRC2 e do WRC2 Challenger quando sofreu problemas de transmissão na PEC 14. Daí em diante, Kajetanowicz foi o principal perseguidor de Gryazin no Challenger, mas a múltiplos minutos de distância, impossibilitado sequer de sonhar em alcançar o rival em condições normais. Osama Fukunaga (Skoda) fechou o pódio e impôs-se na WRC Masters Cup. Bailey, único à partida no WRC3, fez um Rali do Japão sólido sem contratempos de maior e frequentemente dentro do top 25 absoluto para acabar em 22.º.
Top dez final: