Num corrida que encapsulou perfeitamente a sua notável carreira, Lewis Hamilton brilhou sob as luzes de Abu Dhabi, recuperando 12 posições para terminar em quarto na sua última saída com a Mercedes. Embora o resultado tenha sido um testemunho da sua habilidade e determinação implacáveis, o chefe de equipa Toto Wolff acredita que poderia ter sido ainda melhor—Hamilton poderia ter lutado pela vitória se não fosse um estranho contratempo na qualificação.
Drama do Bollard Condena a Qualificação
O fim de semana de Hamilton teve uma reviravolta dramática durante o Q1, quando um bollard rebelde ficou preso debaixo do seu carro, comprometendo a sua volta e relegando-o para um início em P16. Apesar do seu forte ritmo ao longo dos treinos, o contratempo na qualificação deixou Hamilton com uma montanha para escalar no dia da corrida.
“Acho que um pódio estava definitivamente ao alcance,” admitiu Hamilton. “O carro sentiu-se ótimo durante todo o fim de semana, mas aquele incidente no Q1 foi mesmo muito infeliz. Mesmo assim, eu dei tudo o que tinha.”
A Condução de um Campeão
Começando com pneus duros, Hamilton fez uma performance exemplar, gerindo a sua stint de forma brilhante antes de mudar para médios para um ataque tardio. As suas ultrapassagens clínicas culminaram numa impressionante manobra na última volta sobre o colega de equipa George Russell para garantir o quarto lugar. Foi uma despedida condizente para um piloto que redefiniu a consistência e a excelência na Mercedes.
“Ele conduziu como um Campeão do Mundo hoje,” disse Wolff. “Jogámos a longo prazo, e terminar em quarto, afastando-se da Red Bull, foi uma afirmação. Sem o erro na qualificação, quem sabe? Acredito que ele poderia ter levado a luta a Lando [Norris].”
O Que Poderia Ter Sido
As simulações da Mercedes antes da corrida colocaram o teto de Hamilton em P6, mas o seu ritmo impressionante no domingo levantou sobrancelhas. Wolff afirmou que uma posição de grelha mais alta poderia ter transformado a corrida:
“Se o baluarte não estivesse no nosso caminho ontem, poderíamos ter lutado pela vitória,” declarou Wolff. “Isso mostra que o ritmo estava lá, e Lewis fez uma condução impecável.”
O vencedor da corrida, Lando Norris, liderou o esforço triunfante da McLaren para conquistar o Campeonato de Construtores, mas até Norris reconheceu a recuperação estelar de Hamilton: “Lewis é sempre uma ameaça. É incrível ver o que ele pode fazer, mesmo a partir de trás.”
Um Legado Além dos Números
Hamilton deixa a Mercedes com impressionantes 84 vitórias e seis Campeonatos de Pilotos, uma série recorde que começou com a sua mudança da McLaren em 2013. No entanto, Wolff enfatizou que o tempo de Hamilton na equipa não se tratou apenas de vitórias.
“Não são apenas os números—é a longevidade e a confiança que construímos,” disse Wolff. “Doze anos, a relação mais longa entre um piloto e uma equipa na história da F1. É isso que torna esta parceria tão especial.”
Um Futuro em Rivalidade Afiada
À medida que Hamilton se prepara para juntar-se à Ferrari em 2025, as dinâmicas entre as duas equipas icónicas irão, sem dúvida, intensificar-se. Wolff admitiu que manter a sua relação próxima face à rivalidade na pista será um desafio, mas um que estão prontos para enfrentar.
“Vamos continuar próximos. A competição será feroz, mas relações como esta não desaparecem. Vamos manter as nossas sessões desportivas, onde somos ambos ridiculamente competitivos. Isso não vai mudar,” brincou Wolff.
O Fim de uma Era
O último ato de Hamilton com a Mercedes pode não ter proporcionado uma vitória, mas sublinhou tudo o que ele representa: resiliência, brilhantismo e a capacidade de inspirar. À medida que se muda para a Ferrari, uma coisa é certa—o legado de Lewis Hamilton na Mercedes perdurará como uma das parcerias mais extraordinárias na história da Fórmula 1.