O Mazda MX-5 é um dos automóveis mais aclamados a nível mundial, e na verdade, sempre fui um admirador de modelos roadster, já que aprecio o conceito de pequeno desportivo, simples, leve e muito reativo.
A Mazda construiu o MX-5 segundo um conceito clássico de um modelo desportivo de tração traseira, mas com uma inovadora disposição do motor central dianteiro, para uma distribuição longitudinal e ideal do peso do conjunto, o roadster japonês reavivou um segmento automóvel então quase extinto e depois de 35 anos, o MX-5 continua a redefinir o prazer de conduzir a céu aberto.
Talvez por isso, decidimos testar o MX-5 1.5 Skyactiv-G, de forma a tentar explicar à razão pela qual o Mazda MX-5 tem uma legião de fãs em todo o mundo e continua a ser um roadster popular, o que certamente não estaria nos planos da Mazda quando lançou a primeira geração em 1989.
Para manter o segredo da popularidade, o MX-5 tem registado um desenvolvimento contínuo ao longo de quatro gerações, nunca perdendo a génese da primeira geração, até depois de uma espécie de evolução em 2016, quando a atual quarta geração foi lançada. Mais pequeno, mais leve, mais focado nos seus princípios que a geração anterior.
O que faz a diferença no Mazda MX-5 é mesmo a sua simplicidade: um comprimento de 3,9 metros, uma largura de 1,73 m, a que se junta um peso de 1068 kg, tudo pensado de forma harmoniosa para que o motor atmosférico de quatro cilindros de 1,5 litros com 132 cv às 7000 rpm e um binário máximo de 152 Nm às 4500 rpm, permita uma velocidade máximas de 204 km/h.
Ao nível estético, a Mazda sabe como poucos construtores não desfraldar os fãs do MX-5, limitando-se a enriquecer a “receita” original com detalhes aprimorados. Desta forma, a atual geração do MX-5 apresenta uma assinatura luminosa com tecnologia LED, adotando-se óticas dianteiras mais evoluídas, luzes diurnas com melhor visibilidade e luzes traseiras com uma subtil atualização. Tudo isto Integrado na longa herança e nos modernos conceitos de estética, que são acompanhadas de uma renovada palete de cores, que integra a nova Aero Grey. Também inédita é a capota bege, exclusiva da edição especial Kazari, versão testada que testamos. Além disso, o conjunto exterior completa-se com jantes redesenhadas de 16’’, Black no nível de entrada, Prime-Line, e Silver nos restantes patamares de equipamento, Exclusive-Line e Kazari.
Ao nível do interior, a versão testada apresenta estofos em pela castanha, que permitem ao condutor viajar de forma bastante confortável, a isso junta-se um retrovisor sem moldura, um ecrã multimédia táctil de 8,8’’ compatível com Android Auto ou Apple Car Play e modo wireless, bem como um painel de instrumentos redesenhado com um ponteiro com um novo formato e um tipo de letra mais claro e fácil de ler.
Além disso, a ausência de um porta-luvas tradicional e bolsas nas portas, para arrumar pequenos objetos ou documentos, é compensada com um pequeno espaço de arrumação colocado entre os bancos, e outro na consola central, a que se juntam os 130 litros disponibilizados pela bagageira que servem para transporta a bagagem de duas pessoas para um fim de semana de diversão.
Sentado ao volante, rapidamente o condutor quer pressionar o botão stop/start para colocar em marcha o pequeno roadster. O ruido inicial do motor passa discreto numa primeira fase, mas assim que pressionamos o acelerador, fica claro a “magia” que oferece o Mazda MX-5.
Assim que começa a rodar no alcatrão, o condutor, sentado num banco bastante confortável e numa posição muito baixa, que mais parece que estamos a conduzir um pequeno Kart, é de imediato confrontado com um volante colocado numa posição perfeita que contribui para uma condução divertida, juntamente com a alavanca da caixa de seis velocidades, bem situada e de punho curto, bem ao gosto dos mais puristas, e que permite passagens com grande facilidade e precisão.
A esta “receita” bem conseguida, junta-se ainda um acelerador sensível, e uma direção de precisão e bastante comunicativa que obriga o condutor a realizar uma condução com conta, peso e medida, de forma que tudo possa sair com grande suavidade.
As dimensões reduzidas do MX-5 contribuem para que a utilização em cidade seja facilitada, nomeadamente na hora de estacionar, ou mesmo de mudar de faixa de rodagem. O pequeno roadster movimenta-se com uma enorme facilitada garantindo por isso uma condução sem sobressaltos.
No entanto é a céu aberto e de cabelos ao vento, que tiramos maior partido do MX-5. A capota de lona, da versão testada, é fácil de remover manualmente a partir do lugar do condutor, bastando para isso puxar uma alavanca com a mão direita e atirar a capota para trás.
Depois é só diversão, até porque conduzir um MX-5 1.5 Skyactiv-G é verdadeiramente um prazer, quer seja em cidade, num passeio à beira-mar com a capota recolhida ou quando apertamos com o acelerador para um andamento mais dinâmico em estradas mais sinuosas. Por tudo isto é fácil perceber a razão de o MX-5 ser um ícone para a Mazda com mais de 1,1 milhões de unidades vendidas, numa comunidade de entusiastas que continua a crescer.
Já agora, quanto ao preço, o MX-5 está disponível a partir de €35 946, no entanto a versão testada, a exclusiva da edição especial Kazari com capota em lona bege, está disponível por €45 246, um preço que vale a diversão deste pequeno roadster.
Ficha Técnica
Motor – Gasolina, 4 cilindros em linha, turbo alimentado, 1 496 cm³
Potência – 132 cv às 7000 rpm
Binário – 152 Nm às 4500 rpm
Caixa de velocidades – Manual de seis velocidades
0-100 km/h – 8,6 segundos
Velocidade máxima – 204 km/h
Consumo misto (WLTP) – 6,3 litros
Tração – traseira
Comprimento – 3,9 m
Largura – 1,73 m
Altura – 1,22 m
Peso – 1068 kg
Bagageira – 130 litros
Preço – A partir de €35 946 (versão Prime-Line)
Preço da versão ensaiada – €45 246 (Mazda MX-5 1.5 Skyactiv-G nível de acabamento Kazari)