A Associação de Construtores e Comerciantes de Automóveis do Reino Unido (SMMT), revelou esta quinta-feira que as tarifas aduaneiras dos EUA contribuíram para uma diminuição recorde da produção de veículos novos no Reino Unido no primeiro semestre do ano.
Segundo os dados revelados, nos primeiros seis de 2025, a produção automóvel diminuiu 11,9%, para 417.232, face aos mesmo período de 2024.
“Em termos de referência histórica, não é tão mau como o impacto da pandemia covid-19, mas se excluirmos 2020, é o pior primeiro semestre desde 1953”, afirmou o presidente-executivo da SMMT, Mike Hawes, a um grupo de jornalistas, entre os quais da “agência Lusa”.
A incerteza causada pelo aumento das tarifas comerciais sobre a importação de veículos britânicos no final de março e início de abril para 27,5% perturbou as exportações para os EUA, o segundo maior mercado.
A SMMT considera que o acordo negociado pelo Governo britânico, que reduz as tarifas dos EUA sobre veículos automóveis britânicos para 10% um “triunfo diplomático”.
A tarifa de 10% para os primeiros 100 mil veículos “são o novo normal” e um valor favorável comparativamente a outros acordos, como aquele anunciado entre os EUA e o Japão na quarta-feira, que determinou uma tarifa de 15% para os automóveis japoneses.
Dos veículos produzidos no Reino Unido, 77% são exportados, dos quais 54% para a União Europeia, 16% para os EUA e 7,5% para a China. Mesmo neste nível reduzido de produção, o setor continua a gerar cerca de €19 mil milhões anualmente.
O presidente-executivo da SMMT acredita que a indústria automóvel britânica atingiu “o ponto mais baixo”, resultado de várias mudanças estruturais como o encerramento de fábricas, a transição para veículos elétricos e as pressões internacionais.