Fornecedora de marcas como a BMW ou a Porsche, a Rimac Technology já havia anunciado, no início de setembro, por ocasião do Salão de Munique, a assinatura de um memorando de entendimento com a Prologium Technology, que prevê a disponibilização da sua experiência em matéria de integração de baterias ao fabricante de células francês, o qual está a construir em Dunkirk, no seu país natal, uma fábrica de baterias, com inaguração prevista para 2028, que obrigou a um investimento de cerca de 5,5 mil milhões de euros. Neste contexto, a Rimac Technology irá projetar packs modulares de baterias de alta performance, prontos para serem utlizados no sector automóvel, que contarão com a bateria de lítio cerâmica de estado sólido totalmente inorgânica e superfluidizada da Prologium.
Agora, pela voz de Nurdin Pitarevic, responsável máximo pelas operações (COO) da Rimac Technology, em declarações ao Automotive News Europe, sabe-se que os dois parceiros ambicionam ter pronto o primeiro protótipo desta nova bateria no final de 2027, para que a mesma possa ser testada, já montada em veículos, a partir de 2028 – sendo a meta seguinte a respetiva produção, ainda em pequena escala, em 2030. Tudo correndo bem, esta bateria poderia ser utilizada no futuro Bugatti Tourbillon, com motor 8.3-V16 e três motores elétricos, 1800 cv de potência, e tecnologia híbrida plug-in: “Uma tecnologia inovadora deste género, estreada num automóvel tão inovador, seria como que um conto de fadas. Mas, por enquanto, tal é apenas um desejo”, referiu Nurdin Pitarevic ao mesmo meio. E mesmo que, oficialmente, não existam quaisquer planos para instalar esta nova solução num eventual futuro Tourbillon, ou em qualquer outro Bugatti, convém não esquecer que a Rimac Technology é uma subsidiária, detida a 100%, do Grupo Rimac, e que a holding controlada por Mate Rimac é o principal acionista da empresa que resultou da fusão da Rimac Automobili e da Bugatti Automobiles.

O COO da Rimac Technology foi mais longe, e acentuou que a ambição dos fabricantes de automóveis é disporem de uma bateria com eletrólito sólido com 100 kWh de capacidade, capaz de oferecer uma autionomia na casa dos 500-600 km, e de recuperar 80% da carga em menos de 10 minutos – sendo, justamente, neste sentido que a Prologium Technology está a trabalhar. No caso concreto da bateria da Prologium Technology, pretende-se que a mesma tenha uma densidade energética superior em 20-30% às da concorrência, e, ainda, que seja mais, o que deverá ser alcançado mediante o recurso a materiais compósitos, ao invés do aço ou do alumínio utilizados na respetiva estrutura.
Por fim, quando questionado sobre quão próximos estão os dois parceiros de atingirem os seus objetivos, Nurdin Pitarevic afirmou que a Rimac Technology já percorreu metade do caminho em áreas como a segurança, a autonomia e os tempos de carregamento, e que a Prologium Technolgy também está já a meio caminho de alcançar as suas metas no que à célula diz respeito.
