A ascensão meteórica da Fórmula 1 sob a Liberty Media trouxe uma era de rápida expansão, atraindo grandes fabricantes e patrocinadores globais. Com o apoio da General Motors à candidatura da Andretti para entrar na grelha, o Presidente da FIA Mohammed Ben Sulayem acredita que o próximo passo lógico é a chegada de um fabricante chinês para solidificar a presença global da F1.
E segundo ele, a China já está a meio caminho.
A China na F1: A Peça que Falta?
Falando a repórteres espanhóis, Ben Sulayem expos a sua visão para o futuro da Fórmula 1, enfatizando a necessidade de um gigante chinês para se juntar ao desporto.
“Há alguns anos, sonho em ter todos os principais países representados na F1. Os Estados Unidos serão representados pela General Motors, e o próximo passo seria a chegada de um grande grupo chinês. Eles já têm o piloto.”
Esse piloto? Zhou Guanyu.
Desde 2022, Zhou tem sido o primeiro e único piloto de F1 da China, competindo pela Alfa Romeo (agora Stake F1 Team). Embora tenha perdido a sua vaga de piloto a tempo inteiro para 2025, Zhou conseguiu um papel chave como piloto reserva na Ferrari, apoiando Lewis Hamilton e Charles Leclerc.
A China já é um mercado de motorsport em expansão, com um enorme envolvimento dos fãs e um Grande Prémio de Fórmula 1 em Xangai. Adicionar um fabricante chinês seria o próximo grande passo—potencialmente seguindo os passos da BYD, Geely ou Chery, três dos maiores gigantes automotivos da China.
O Dilema do Calendário da F1: “24 Corridas é Demasiado”
Enquanto a expansão é crucial, Ben Sulayem não está convencido pela busca incessante do desporto por mais corridas.
“Acho que precisamos de mais equipas e menos Grands Prix. 24 é demais, 20 seria suficiente.”
A temporada de 2024 contará com um calendário recorde de 24 corridas, abrangendo do Bahrein a Abu Dhabi, testando a resistência física e mental dos pilotos, equipas e fãs.
Ben Sulayem acredita que a F1 deve concentrar-se em adicionar equipas em vez de corridas, equilibrando novos mercados com circuitos históricos.
“Abrir-se a novos países é uma coisa bonita, mas não devemos esquecer as tradições. Ficaria feliz em ver a F1 voltar a França e à Alemanha.”
A França e a Alemanha—antigas potências da F1—ficaram de fora, não estando nem o Grande Prémio de França nem o Grande Prémio da Alemanha no calendário atual.
O Acordo de Concorde permite até 12 equipas no grelha, mas para a F1 se expandir, seriam necessários acordos comerciais com a Fórmula Um Management (FOM).
O que vem a seguir para a F1?
A pressão por um fabricante chinês surge numa altura em que a Fórmula 1 está já a expandir-se em mercados chave, com Audi a entrar em 2026 e Andretti a esperar um debute em 2026 com o apoio da GM.
Uma equipa chinesa não apenas adicionaria um novo nome à grelha—ela impulsionaria a presença da F1 no maior mercado automóvel do mundo.
Entretanto, a luta sobre o calendário inchado da F1 continua. Conseguirá o desporto equilibrar a expansão sem sobrecarregar a sua agenda?
Com as regulamentações de 2026 no horizonte, novos fabricantes e equipas frescas podem definir o futuro da F1—se a FIA e a FOM conseguirem encontrar um entendimento comum.