Num movimento que enviou tremores pelo mundo da Fórmula 1, o lendário designer Adrian Newey está a separar-se da Red Bull Racing após uma parceria impressionante de 19 anos que rendeu 13 campeonatos mundiais e 120 vitórias em corridas. O engenheiro de 65 anos está prestes a juntar-se à Aston Martin no início de 2025, vestindo o verde britânico de corridas e deixando a Red Bull à procura de preencher um vazio insubstituível.
O chefe da equipa Red Bull, Christian Horner, não poupou palavras ao reagir ao anúncio extravagante da Aston Martin sobre a chegada de Newey. “Sim, foi obviamente um grande anúncio da Aston,” comentou Horner à imprensa, incluindo o Total-Motorsport.com. “Adrian sempre teve tendência para fazer o que queria. Foi um grande momento para essa equipa, e eles escolheram celebrá-lo, talvez ligeiramente prematuramente, antes de ele terminar o seu contrato com a Red Bull Racing.”
A frustração de Horner era palpável, insinuando que a Aston Martin deveria ter esperado até que o contrato de Newey expirasse antes de revelar uma das contratações mais significativas da história moderna da F1. O momento do anúncio acrescentou combustível a uma situação já incendiária, especialmente considerando que Newey está ausente das operações da Red Bull na F1 desde antes do Grande Prémio de Miami.
Foram feitas comparações com o recente anúncio da Ferrari sobre a contratação de Lewis Hamilton para 2025. No entanto, ao contrário de Newey, Hamilton não estava presente em Maranello durante a revelação, sugerindo uma abordagem mais respeitosa em relação às obrigações contratuais.
“O Adrian é claramente um tipo muito criativo,” continuou Horner, mal conseguindo esconder a sua irritação. “Ele não é um designer comum. Acho que é a única pessoa que ainda está na Fórmula 1 a trabalhar num quadro de desenho. Inevitavelmente, haverá um processo de conhecimento mútuo, de como cada um trabalha, e assim por diante. Mas ele é único em muitos aspetos, e a Aston irá, obviamente, tirar partido da sua enorme, enorme experiência.”
Apesar da tensão evidente, Horner tentou assegurar aos jornalistas que a separação não foi conflituosa, mesmo enquanto a Red Bull enfrenta uma das suas temporadas mais desafiadoras, mantendo-se na liderança de ambos os campeonatos de F1—um paradoxo que não passa despercebido à equipa ou aos seus fãs.
“Bem, não foi uma grande surpresa,” admitiu Horner. “Estava a tornar-se mais claro que este era o caminho que ele ia seguir, em vez de se retirar ou de ir para outra equipa. Será um novo desafio para ele, e ficaremos tristes ao vê-lo partir quando sair no próximo ano, mas desejamos-lhe tudo de bom para o futuro.”
Num último comentário que parecia ao mesmo tempo conciliatório e desafiador, Horner acrescentou: “Recordamos com grande carinho os quase 20 anos que passámos juntos—os altos e baixos durante esse período—mas olhamos para o futuro. E acho que estamos bem posicionados para isso.”
À medida que a poeira assenta sobre esta mudança sísmica, permanecem questões sobre como a Red Bull irá lidar sem o visionário que ajudou a definir a sua dominância. Uma coisa é certa: a temporada de 2025 tornou-se muito mais interessante.