A Daytona 500 não distribui passes gratuitos. Não importa se és um campeão de sete vezes como Jimmie Johnson ou um antigo rei da Cup Series como Martin Truex Jr.—se o teu carro não é rápido o suficiente, estarás a ver da linha lateral. Mas na noite de quarta-feira, estes dois veteranos provaram que ainda têm a velocidade para se manter com os melhores da NASCAR, assegurando o seu lugar no campo apenas com a velocidade bruta.
E ao fazê-lo, enviaram uma mensagem sobre a nova força da Toyota na “Grande Corrida Americana.”
Chase Briscoe Coloca a Toyota na Pole
A maior surpresa da noite? Chase Briscoe, na sua estreia pela Joe Gibbs Racing, conquistou a pole da Daytona 500—marcando a primeira vez na história que um piloto da Toyota ocupa o primeiro lugar na maior corrida da NASCAR. A volta de Briscoe a 182.745 mph superou Austin Cindric por 0.076 segundos, enviando uma mensagem clara: A Toyota encontrou outra marcha.
“Isto é inacreditável,” disse Briscoe. “Uma forma especial de começar o ano.”
Mas Briscoe não foi o único piloto da Toyota a fazer barulho. Truex Jr. e Johnson também registaram velocidades rápidas o suficiente para garantir os seus lugares na corrida, evitando o drama das Duels de quinta-feira.
Foi então que surgiu a verdadeira questão: de onde vem toda esta velocidade da Toyota?
Truex Jr. e Johnson Opinam—Mas Não Estão em Sintonia
Para Jimmie Johnson, a velocidade era encorajadora—mas não totalmente surpreendente.
“É difícil dizer,” admitiu Johnson. “Não estou nos carros com tanta frequência, mas estamos realmente encorajados com o nosso ritmo nos treinos. Todo o pelotão aumentou a velocidade, por isso, cumprimentos à Toyota e à JGR pelo que trouxeram.”
Por outro lado, Truex Jr. foi mais cético, insinuando que estes carros Next Gen são tão arrastados que é impossível avaliar realmente o desempenho até ver o tempo de volta.
“Estes carros sentem-se lentos, não importa o quê,” disse Truex Jr. de forma direta. “Você apenas espera para ver o que aparece no seu painel quando cruza a linha de chegada.”
Independentemente das suas perspetivas diferentes, o campo da Toyota saiu na noite de quarta-feira com o peito estufado. Com Briscoe na pole, Truex Jr. a garantir um bom lugar para a Tricon Garage, e Johnson a provar que a mudança de fabricante do Legacy Motor Club pode já estar a dar frutos, o fabricante japonês de repente parece um sério candidato para as 500 Milhas de Daytona de domingo.
A Tomada da Toyota: O que está por trás deste aumento de velocidade?
As dificuldades da Next Gen da Toyota têm sido bem documentadas ao longo das últimas duas temporadas. Enquanto Denny Hamlin e Christopher Bell seguravam a bandeira da JGR, o fabricante ficou atrás da Chevrolet e da Ford nas superspeedways.
Então, o que mudou?
Uma teoria é refinamentos aerodinâmicos e ajustes de potência durante a intertemporada, algo sobre o qual as equipas têm sido notoriamente reservadas. Outro fator? A crescente presença da Toyota na Cup Series—com o Legacy Motor Club a mudar-se da Chevrolet e a Tricon Garage a entrar na corrida da Cup, a Toyota está a ir com tudo no seu programa de superspeedway.
E, claro, há o suporte técnico de bolso fundo do fabricante, que Dale Earnhardt Jr. apontou como um potencial fator decisivo para equipas como a Legacy.
“Se um novo OEM entrar e disser: ‘Queremos fazer de você o nosso principal,’ isso pode mudar tudo,” disse Earnhardt Jr.
A Aposta da Legacy: A Mudança de Toyota de Johnson Vai Compensar?
Para Jimmie Johnson, a velocidade da Toyota é uma validação de uma enorme aposta.
O Legacy Motor Club enfrentou grandes dificuldades em 2024, e a mudança de Chevrolet para Toyota foi uma jogada ousada e estratégica. Johnson deixou claro que os resultados do ano passado deixaram a equipa sem escolha a não ser mudar as coisas.
“Não poderíamos ter tentado mais no ano passado,” admitiu Johnson. “Faz parte da jornada. Não veremos o impacto total da mudança até o próximo ano.”
Até agora, no entanto, essa aposta está a mostrar retornos iniciais. Johnson não só se qualificou pela velocidade, como o seu colega de equipa novato John Hunter Nemechek mostrou ritmo de top-10 nos treinos, sinalizando que a nova aliança da Legacy com a Toyota já está a dar frutos.
O Caminho para Domingo: A Velocidade da Toyota Vai Manter-se no Pelotão?
O verdadeiro teste, claro, é como estes Toyotas se comportam em condições de corrida. A velocidade em uma volta é uma coisa, mas o manuseio, a capacidade de vácuo e a estratégia de combustível irão determinar se essa velocidade se traduz em domínio no dia da corrida.
Truex Jr. pode ser mais cauteloso na sua avaliação, mas Johnson está otimista em relação ao que está por vir.
“Vejam o nosso caminho,” provocou Johnson. “Este deve ser um bom ano.”
Com Briscoe na pole, Truex Jr. e Johnson confirmados, e a Toyota a parecer mais forte do que nunca, a questão que se coloca antes de domingo não é se a Toyota pode lutar pela vitória nas 500 Milhas de Daytona—é quem estará a liderar a carga quando a bandeira quadriculada for agitada?