Com lançamento no Japão previsto para meados de 2026, o recém-apresentado Toyota Land Cruiser FJ alarga a oferta de um dos mais reputados, e consagrados, veículos de todo-o-terreno de sempre, com mais de 12 milhões de unidades vendidas, em todo o mundo, desde o lançamento do modelo original (o Land Cruiser BJ), em 1951. Um automóvel (re)conhecido pela suas robustez, durabilidade e fiabilidade, e pelo eficaz desempenho, em estrada e fora dela; e que, até agora, era proposto em três derivações distintas: Station Wagon, que sempre incluiu as mais recentes tecnologias do seu tempo, e evoluiu para ser o topo da gama (atualmente representado pelo luxuoso Land Cruiser 300); pelo “cavalo de batalha” da série 70, destinado a enfrentar as tarefas mais árduas e as maiores agruras; e pelo modelo nuclear da oferta, que em 2024 conheceu uma nova geração, na forma da série 250, no que constituiu uma tentativa, como a própria marca nipónica assume, de “regresso às origens”.

Com o novo Land Cruiser FJ, o objetivo da Toyota é permitir a um número mais alargado de pessoas o desfrutar das indesmentíveis qualidades indissociáveis do nome Land Cruiser, num veículo que, tanto por fora, como por dentro, em termos de estilo e conceito, combina o tradicional e o moderno num formato mais compacto: 4575 mm de comprimento, 1855 mm de largura, 1960 mm de altura, e 2580 mm de distância entre eixos (mais pequeno do que um RAV4). O visual exterior é marcado pelas formas quadrangulares da carroçaria, com o intuito de otimizar quer a habitabilidade oferecida aos cinco possíveis ocupantes, quer a capacidade de carga; pela aparência robusta dos para-choques (segmentados e facilmente removíveis, para facilitar eventuais reparações, e reduzir os respetivos custos); pelos guarda-lamas alargados; e pelos grupos óticos – retangulares de série, mas existindo no leque de opções destinadas a personalizar o modelo os faróis redondos, durante anos tão típicos do Land Cruiser.




De sublinhar que estes elementos de personalização serão lançados de forma faseada ao longo do ciclo de vida do Land Cruiser FJ, e que a respetiva disponibilidade variará consoante a localização geográfica. Entre eles se incluindo os painéis MOLLE (Modular Lightweight Load-carrying Equipment – equipamento modular leve para transporte de cargas, numa tradução livre), para fixar equipamentos destinados a atividades ao ar livre, os quais podem proporcionar espaço de carga adicional para diversas utilizações; componentes exteriores e funcionais robustos, com o estilo “TT” do Land Cruiser; e o chamado Land Hopper, veículo elétrico de mobilidade pessoal, projetado para transportar pessoas e cargas, que permitirá aos utilizadores aventurar-se por trilhos a que o Land Cruiser não consiga aceder, e pode ser guardado no compartimento de bagagens.




Se a intenção é que o Land Cruiser FJ abranja um leque de potenciais compradores mais alargado, obviamente que era obrigatório apostar numa redução de custos, o que ajuda a explicar que na sua base esteja a plataforma da pick-up Hilux, capaz de ajudar a alcançar tal desiderato, e, ao mesmo tempo, de garantir uma altura ao solo, ângulos característicos, e um cruzamento de eixos (equivalente ao da série 70), capazes de assegurar a necessária competência no fora de estrada, apesar da distância entre eixos 270 mm mais curta do que a da série 250. Já o quatro cilindros a gasolina de 2,7 litros e 163 cv é bem conhecido da Hilux, combinando-se com uma caixa automática de seis velocidades, e com um sistema de tração integral inserível à frente.
Não obstante a meta da Toyota ser alargar o espectro de influência da família Land Cruiser, através da disponbilização de uma variante mais acessível, mas não menos competente, a verdade é que, para já, o único país que tem oficialmente confirmado o lançamento do novo Land Cruiser FJ é o Japão. Mas poucas dúvidas subsistirão que mercados emergentes, como os do Sudeste Asiático e da América Latina, também o acolherão, o mesmo podendo, muito provavelmente, acontecer com alguns países do Extremo Oriente. Já os EUA e a Europa é pouco provável que façam parte da equação, no caso do Velho Continente também por via da forte aposta na eletrificação, e das cada dia mais restritivas normas de proteção ambiental.


