À medida que Lewis Hamilton concluiu a sua notável passagem pela Mercedes no Grande Prémio de Abu Dhabi de 2024, a influência do britânico na equipa vai muito além das suas façanhas em pista. Com a sua saída, George Russell assume agora o protagonismo como líder de facto da Mercedes, levando consigo lições aprendidas em três valiosas temporadas ao lado de um dos grandes da Fórmula 1 de todos os tempos.
“O Impacto de Hamilton: Um ‘Turbo Charge’ para a Carreira de Russell”
Mark Webber, ex-piloto de F1 e comentador experiente, elogiou a dinâmica entre Hamilton e Russell durante o tempo em que foram companheiros de equipa. Webber acredita que a presença de Hamilton serviu como um acelerador inestimável para o desenvolvimento de Russell.
“Dado o que Lewis fez nessa equipa, ele deu indiretamente ao George um turbo charge,” comentou Webber. “Começar a tua carreira ao lado dele… isso é um pequeno investimento.”
Russell juntou-se à Mercedes em 2022, substituindo Valtteri Bottas, e rapidamente provou o seu valor. Enquanto competir contra um campeão mundial sete vezes pode ter intimidado muitos, Russell abraçou o desafio. O jovem de 26 anos frequentemente credita a Hamilton como uma figura de mentor e uma fonte de inspiração, apesar da sua rivalidade em pista.
“A Última Corrida de Hamilton com a Mercedes: Uma Masterclass em Resiliência”
A corrida de despedida de Hamilton no Grande Prémio de Abu Dhabi encapsulou tudo o que o tornou uma lenda no desporto. Após uma saída surpreendente na Q1 durante a qualificação, o piloto de 39 anos começou na última posição da grelha. Mas no dia da corrida, ele entregou uma performance que foi nada menos que heroica, subindo pelo pelotão até terminar em quarto lugar e ultrapassando Russell na volta final.
Refletindo sobre o fim de semana, o diretor técnico da Mercedes ofereceu uma visão da mentalidade de Hamilton durante a reunião pré-corrida:
“Ele estava desapontado; nós estávamos ainda mais desapontados por ele. No entanto, na reunião a seguir, quando estávamos desanimados, ele disse-nos: ‘Olhem, levantem os queixos. Vamos aproveitar ao máximo amanhã e lembrar todas as vezes em que fizemos isto bem juntos.’”
Foi um testemunho da inabalável positividade e liderança de Hamilton, qualidades que têm sido a base da dominância da Mercedes durante o seu mandato.
“O Caminho a Seguir: A Vez de Russell em Destaque”
Com a saída de Hamilton e a sua iminente mudança para a Ferrari em 2025, Russell está prestes a assumir as rédeas na Mercedes. Embora sair da sombra de Hamilton não seja uma tarefa fácil, o tempo de Russell ao lado do sete vezes campeão preparou-o sem dúvida para o desafio. O jovem britânico provou as suas capacidades, incluindo uma vitória na F1 em 2022, e tem mostrado consistentemente a tenacidade necessária para liderar uma das equipas mais icónicas do desporto.
À medida que a Mercedes entra numa nova era, Russell leva consigo a sabedoria e a resiliência que Hamilton lhe transmitiu. A temporada de 2025 será um momento decisivo não apenas para Russell, mas também para a equipa, enquanto navegam na vida sem o piloto que conquistou seis dos seus oito Campeonatos de Construtores.
“A Aposta de Hamilton na Ferrari: A Busca pela Imortalidade”
Para Hamilton, a mudança para a Ferrari representa o último capítulo da sua carreira lendária—uma última oportunidade de conquistar o elusive oitavo Campeonato de Pilotos. A sua performance em Abu Dhabi foi um lembrete do seu talento duradouro, e a perspectiva de ver Hamilton de vermelho já eletrificou o mundo da F1.
Enquanto se prepara para unir forças com Charles Leclerc na Ferrari, a pressão será imensa. Mas se há uma coisa que Hamilton mostrou ao longo da sua carreira, é a sua capacidade de prosperar sob escrutínio e desafiar as expectativas.
“O Fim de uma Era, o Início de uma Nova”
A conclusão da jornada de Hamilton na Mercedes marca o fim de uma dinastia na F1, mas o seu legado permanece na equipa que ajudou a construir e nos pilotos que inspirou. À medida que Russell assume o manto da liderança e Hamilton embarca na sua aventura com a Ferrari, a temporada de 2025 promete ser uma das mais cativantes da história da Fórmula 1.