A revelação de que o Grande Prémio da Bélgica estará presente no calendário da Fórmula 1 em quatro dos próximos seis anos trouxe à luz o muito discutido conceito de rotações de corridas. Esta nova abordagem, destinada a acomodar a crescente procura por corridas de F1 a nível global, enquanto mantém um calendário gerível, está a transformar o panorama do campeonato.
A Ascensão das Rotações: Um Ato de Equilíbrio
Historicamente, as rotações de corridas na F1 têm sido raras e focadas principalmente na alternância de locais dentro de um único país, como se viu com Hockenheim e o Nürburgring na Alemanha no final dos anos 2000. No entanto, o novo modelo de rotação é diferente—trata-se de alternar grandes prémios inteiros entre diferentes países para abrir espaço a novos anfitriões.
Com 24 corridas já no calendário, a F1 comprometeu-se a não expandir mais, o que significa que locais mais antigos estão a ser excluídos para acomodar novos participantes. Locais como Zandvoort, Barcelona e Imola enfrentam futuros incertos, à medida que a F1 prioriza mercados financeiramente lucrativos e estrategicamente importantes.
O Modelo Belga
O recente acordo do GP da Bélgica demonstra como as rotações podem funcionar no futuro. O icónico circuito de Spa-Francorchamps acolherá corridas em 2026, 2027, 2029 e 2031, tirando anos alternados de folga. Isto garante que Spa continue a ser uma presença no calendário da F1, embora não anualmente, preservando o seu rico património enquanto cria espaço para novos locais.
Este modelo rotacional pode abrir caminho para outras corridas em dificuldades, como Barcelona e Baku, continuarem a fazer parte do desporto sem terem um lugar permanente no calendário. Por exemplo:
- 2026: Spa
- 2027: Spa
- 2028: Barcelona
- 2029: Spa
- 2030: Barcelona
- 2031: Spa
Concorrência Crescente por Lugares no Calendário
O modelo de rotação destaca a crescente popularidade da F1, com mais países do que nunca a lutar por um lugar no calendário. Entre os concorrentes mais fortes:
- Madrid: Confirmada a partir de 2026 com um contrato até 2035, potencialmente substituindo Barcelona a longo prazo.
- Alemanha: Prevista para voltar, impulsionada pela entrada da Audi na F1 em 2026.
- Turquia (Istanbul Park): Aposta num regresso após as suas aparições bem-sucedidas em 2020-2021.
- França: Espera reviver a sua corrida em Le Castellet ou noutro local.
- Novatos: Ruanda e Tailândia estão a ser rumores de que estão em negociações para futuras vagas.
Com Zandvoort a sair em 2026, outros locais europeus como Imola (contrato termina em 2025) também podem estar em risco.
Desafios e Compromissos
Embora as rotações permitam que locais icónicos como Spa permaneçam na lista, elas trazem desafios:
- Perda de Presença Anual: Fãs e promotores podem ter dificuldade em manter o ímpeto e justificar o investimento quando uma corrida não é um evento anual.
- Competição de Mercados Globais: Mercados emergentes com maior apoio financeiro, como Ruanda e Tailândia, podem ofuscar locais tradicionais.
- Logística Complexa: Alinhar horários rotativos entre múltiplos locais e regiões adiciona complexidade logística.
O Caminho à Frente
O acordo de Spa oferece uma visão da estratégia de longo prazo da F1 para equilibrar a herança com o crescimento. Enquanto mercados mais recentes como Madrid, Ruanda e Tailândia se esforçam para entrar na grelha, as rotações oferecem uma tábua de salvação para corridas tradicionais como Spa e Barcelona que, de outra forma, poderiam enfrentar a exclusão permanente.
Para os fãs da F1, a era das rotações promete uma mistura de tradição e novidade. A grande questão permanece: Quais corridas manterão a sua posição, e quais cairão para um status de meio tempo?
Uma coisa é certa—o jogo de cadeiras musicais da Fórmula 1 está apenas a começar. Apertem os cintos.