Por um breve momento, Erik Jones pensou que tinha conseguido a vitória definitiva no Daytona Duel. Após uma intensa batalha que mantinha todos à beira do assento com Austin Cindric, o Toyota No. 43 do Legacy Motor Club cruzou a linha de chegada um fio à frente—0.004 segundos, para ser exato. Jones, vencedor na pista mais famosa da NASCAR em 2018, tinha todas as razões para acreditar que estava a caminho da vitoria.
Mas Daytona não se importa com finais de conto de fadas.
Num surpreendente volte-face, os oficiais da NASCAR inverteram o resultado, declarando Cindric o vencedor sob a controversa regra de congelamento de cautela do desporto. Jones passou de celebrar com a sua equipa a encarar em descrença o quadro de resultados, vendo o seu primeiro grande momento com o Legacy Motor Club escapar.
O Caos Que Mudou Tudo
O segundo duelo de qualificação do Daytona 500 foi tudo o que os fãs adoram nas corridas de superspeedway—xadrez em alta velocidade, bloqueios agressivos e uma corrida desenfreada até à linha de chegada. Jones e Cindric trocavam a liderança várias vezes, cada piloto recusando-se a recuar à medida que as voltas se esgotavam. Quando rugiram para fora da Curva 4, Jones avançou, aparentemente assegurando o seu lugar na história do Daytona 500.
Mas enquanto o pelotão trovejava em direção à linha, o caos irrompeu atrás deles.
Um acidente múltiplo envolvendo Shane van Gisbergen, Kyle Larson e Ty Gibbs desencadeou uma bandeira amarela no final da corrida. De acordo com o regulamento da NASCAR, quando a bandeira amarela é agitada, o pelotão é imediatamente congelado, o que significa que a ordem de corrida naquele momento exato determina os resultados—não a linha de chegada.
E nesse momento congelado, Cindric estava à frente.
O que se seguiu foi um dos momentos pós-corrida mais bizarros da memória recente. Jones estacionou o seu carro na reta da frente, absorvendo os aplausos, acreditando que tinha vencido. A sua equipa explodiu em celebração, e até Jimmie Johnson—o seu proprietário e mentor—deixou-se levar pela crença na vitória.
Então, a notícia devastadora chegou.
Jones tinha sido despojado da vitória. Cindric, em vez de Jones, foi declarado o vencedor legítimo.
Jones: “Nunca Estive Nesse Lugar”
As consequências foram um golpe duro. Jones, em pé na estrada dos boxes, ainda tentando processar o que acabara de acontecer, só conseguia balançar a cabeça.
“Nunca estive nesse lugar,” admitiu. “É uma desilusão. Ficas entusiasmado, pensas que és o vencedor, e depois não és. São as regras, e essa é a decisão deles, mas é frustrante.”
Cindric, por sua parte, entendeu a awkwardness da situação.
“Sinto muito por Erik ter de ir até lá,” disse Cindric, referindo-se à celebração de vitória equivocada de Jones. “Eles fizeram uma grande jogada na última volta. Joey [Logano] e eu éramos patos sentados com a pista do meio a desaparecer.”
Jimmie Johnson: Uma Dura Realidade, Mas Olhando Para a Frente
Para Jimmie Johnson, isto deveria ser uma noite de triunfo. A sua equipa Legacy Motor Club trabalhou incansavelmente, e este era o seu momento de brilhar. Em vez disso, ele ficou tentando encontrar os pontos positivos numa reviravolta de eventos que foi, de outra forma, esmagadora.
“Não vi o vídeo, mas conheço a regra,” disse Johnson. “Se tudo for como dizem, o que normalmente é, então não é grande coisa. Mas certamente tivemos esperanças durante um momento, e é um pouco decepcionante.”
Ainda assim, o campeão da Cup Series sete vezes fez questão de consolar o seu piloto.
“Para mim, ainda és um vencedor,” disse ele a Jones.
Apesar do coração partido, ainda há um lado positivo—Jones garantiu uma forte posição de partida P4 para as 500 Milhas de Daytona. Ele terá um carro rápido, uma equipe determinada, e, talvez, um peso na consciência enquanto procura vingar-se no domingo.
Daytona deu, e Daytona tirou. Mas Jones e o Legacy Motor Club ainda não terminaram.