Pato O’Ward não está apenas a competir na IndyCar—ele está a lutar para definir a sua carreira. Com a temporada de 2025 a aproximar-se, o jovem piloto mexicano encontra-se numa encruzilhada, a dividir o seu tempo entre o seu papel de reserva na equipa de Fórmula 1 da McLaren e a sua busca incansável por um campeonato de IndyCar elusivo.
A presença de O’Ward em ambos os mundos do automobilismo fala do seu talento—mas também da pressão crescente sobre ele para tomar uma decisão sobre o seu futuro. Ele admite que a sua paciência por um lugar na F1 não vai durar para sempre. Entretanto, na IndyCar, as expectativas são altíssimas, e depois de ter estado dolorosamente perto nas temporadas anteriores, é claro: 2025 é um ano decisivo para ele.
O Compromisso Duplo da McLaren: F1 e IndyCar—Mas Onde se Encaixa Pato?
A intertemporada de O’Ward tem sido tudo menos descansada. Num momento, ele estava no Super Bowl, destacado num comercial de IndyCar que fez as suas mensagens diretas dispararem. No seguinte, ele estava em Espanha, a completar quase 150 voltas num McLaren MCL60 em Jerez antes de voltar a Texas para o teste de Sebring da IndyCar.
Durante anos, O’Ward tem sido o principal piloto de reserva da McLaren, esperando por uma chamada para a Fórmula 1. Mas com Lando Norris e Oscar Piastri com contratos de longo prazo na equipa vencedora do campeonato, o jovem de 25 anos começa a questionar se o seu sonho de F1 está a escorregar.
“É como ir a um buffet mas não poder comer,” explicou O’Ward numa entrevista franca. “Todos os outros estão a comer e a divertir-se, e tu estás apenas ali, a vê-los fazer o que amas.”
A frustração é evidente. O’Ward não está contente em ser uma ‘migalha’ na história de sucesso da McLaren na F1—ele quer um verdadeiro lugar. Mas com as portas da F1 da McLaren aparentemente fechadas, ele sabe que precisa de redirecionar o seu foco para a IndyCar.
“Não estou disposto a fazer isto [papel de reserva na F1] durante mais cinco anos,” admitiu. “Há um prazo, e ele chegará mais cedo do que tarde.”
Então, o que vem a seguir?
A Luta pelo Campeonato da IndyCar: Sem Mais Desculpas
Com o lugar na F1 da McLaren a parecer cada vez mais fora de alcance, a IndyCar é onde O’Ward deve agora deixar a sua marca. E se há uma coisa que falta no seu currículo impressionante, é um campeonato.
Apesar do seu talento, a temporada de 2024 foi definida pela inconsistência. Ele terminou em quinto lugar na classificação, a 84 pontos do campeão Alex Palou, mas o verdadeiro problema não foi velocidade—foi fiabilidade.
“Não terminar corridas mata-te, meu,” admitiu O’Ward. “Todos os nossos grandes fins de semana foram ótimos, mas os nossos maus fins de semana foram realmente péssimos. Tivemos quatro DNFs—isso são 80-100 pontos perdidos.”
Alguns desses erros foram culpa dele. Ele rodou em Toronto e bateu em Barber. Outros foram culpa da equipa, incluindo falhas mecânicas em Gateway e Milwaukee.
No IndyCar, a consistência é tudo. Palou venceu o título de 2023 sem nunca terminar pior do que oitavo. Esse é o padrão que O’Ward precisa alcançar.
Tony Kanaan Entra em Cena: Conseguirá Ele Resolver os Problemas da McLaren no IndyCar?
O programa de IndyCar da McLaren não deu o salto que esperava. A saída de Gavin Ward desencadeou uma reestruturação massiva, e a equipa agora opera sob um comité de liderança ao estilo da Fórmula 1.
A maior mudança? Tony Kanaan a assumir um papel maior. A lenda do Indy 500 está a entrar para mentorar O’Ward e ajudar a estabilizar a operação.
“A equipa está contigo,” disse Kanaan. E O’Ward sente esse apoio. Mas agora, trata-se de transformar esse apoio em resultados.
“O meu objetivo? Terminar todas as corridas. Sei que parece simples, mas é muito mais difícil de fazer,” disse O’Ward. “Também preciso de qualificar-me melhor. Se estiver regularmente nos Fast Six, a tua corrida é instantaneamente mais fácil.”
As 500 Milhas de Indianapolis: A Obsessão de O’Ward
Se há uma corrida que assombra Pato O’Ward, é a Indianapolis 500.
Em 2024, ele perdeu a liderança com duas curvas por fazer, terminando em segundo lugar—novamente. Isso é duas vezes agora que ele esteve tão perto de beber o leite, apenas para sair de mãos vazias.
“É como um trabalho interminável que continua a tornar-se mais pesado,” admitiu O’Ward. “Todos os anos, a pressão aumenta.”
Para O’Ward, qualquer coisa que não seja uma vitória em Indy é um fracasso. “Não é como, ‘Ei, estamos no pódio.’ É mais como, ‘Haha, primeiro perdedor, tu és uma desgraça.’”
Esse nível de pressão autoimposta é tanto motivador quanto perigoso. Isso o empurra para o próximo nível? Ou força erros?
Equilibrar Risco e Recompensa: Pode O’Ward Encontrar a Mistura Perfeita?
Um dos maiores desafios de O’Ward é encontrar o equilíbrio certo entre agressividade e consistência.
O sistema de campeonato da IndyCar recompensa os que assumem riscos, mas também pune severamente os erros. A natureza agressiva de O’Ward é o que o torna emocionante de se ver, mas é também o que lhe custou uma oportunidade pelo título no ano passado.
“Adoro correr riscos, mas é preciso deixar algum espaço para as coisas acontecerem,” admitiu.
Esse equilíbrio será a chave para o seu sucesso em 2025.
O Veredicto: Um Ano Decisivo para O’Ward
Esta temporada irá definir a carreira de Pato O’Ward.
- Se ele ganhar um título da IndyCar, o seu legado estará cimentado—e os seus sonhos de F1 poderão ser permanentemente deixados de lado.
- Se ele tiver dificuldades, as perguntas vão aumentar de volume—está ele a sobrecarregar-se? Deveria ter-se comprometido com uma série mais cedo?
A McLaren ainda está à procura do seu primeiro campeonato de IndyCar. Se O’Ward conseguir ser o responsável por isso, não precisará de se preocupar com a política da Fórmula 1—ele será o rei indiscutível da IndyCar.
Por agora, ele está a apostar em si mesmo. A questão é: Essa aposta vai valer a pena?