Acaba de iniciar a sua comercialização no mercado português o novo VW Tayron, SUV de médio porte com lotação para até sete pessoas, proposto com motorizações a gasolina, Diesel e híbridas plug-in. Posicionado na gama da casa de Wolfsburg entre o Tiguan e o Touareg, pode ser considerado, em termos técnicos, como a derivação mais comprida, e maior entre eixos, do primeiro, ou, também, como a mais recente “encarnação” do modelo até aqui conhecido como Tiguan Allspace – embora o construtor germânico afirme que a sua novel criação tem muito mais para oferecer do que apenas uma nova designação comercial, e um acréscimo de espaço e lugares face ao seu congénere com o qual partilha boa parte dos componentes.

Polivalência e versatilidade serão, assim, dois conceitos profundamente imbuídos no segundo SUV de maior porte que a VW tem à venda na Europa, ainda que com diferentes preponderâncias, consoante as motorizações que o animem. Isto porque, como muitas vezes acontece nesta categoria, as declinações híbridas plug-in (por sinal, aquelas em que a marca mais aposta em território nacional, devido aos benefícios fiscais que lhes estão associados quando adquiridos por empresas, que continuam a ser quem assegura o grosso da venda de automóveis novos em Portugal), por terem instalada a bateria de alta tensão sob o piso da mala, estão impedidas de oferecer os dois lugares adicionais, que permitem transportar até sete pessoas, e, no mercado luso, são de série em todas as outras versões.

Concebido e produzido em Wolfsburg, na Alemanha, e assente na plataforma modular transversal MQB evo, o Tayron, medindo 4792 mm de comprimento, 1852 mm de largura, 1652 mm de altura, e contando com uma distância entre eixos de 2791 mm, é mais comprido, e maior entre eixos, não só do que o Tiguan (263 mm e 114 mm, respectivamente), como do que o anterior Tiguan Allspace, o que potencia a sua capacidade quer para acomodar dois passageiros adicionais (nas versões com motores térmicos); quer para oferecer uma maior liberdade de movimentos aos ocupantes do banco traseiro; quer para transportar uma apreciável quantidade de bagagem. Neste particular, refira-se que a capacidade da mala varia entre 345 litros com os sete lugares disponíveis; 850 litros na configuração de cinco lugares (705 litros nas variantes PHEV); e 1905 litros com todos os bancos rebatidos (1915 litros nas versões PHEV) – e como as costas do banco do passageiro da frente também rebatem a 90°, a distância que vai do extremo da bagageira ao tablier é de quase três metros.

Personalidade própria
Mas nem só o espaço para passageiros e bagagens cria maior diferenciação entre o Tayron e o seu “irmão” mais novo. A VW apostou, também, numa identidade visual mais marcante, garantida, entre outros, pelas linhas fluídas, traduzidas num Cx de 0,28, e por alguns elementos exclusivos, casos do capot de desenho específico, mais elevado; das ópticas dianteiras (do tipo LED Plus de série); ou dos pára-choques dianteiro e traseiro – contando o da frente com alguns detalhes exclusivos no nível de equipamento R-Line, como sejam a grelha, e as molduras das entradas de ar verticais, em preto brilhante. Em todas as versões, o logótipo da VW é iluminado, tanto à frente como a trás, e unido aos respectivos grupos ópticos através de uma faixa de LED, que assegura ao modelo a sua própria assinatura luminosa.

De regresso ao habitáculo, menção para a elevada qualidade geral, em boa parte garantida por uma escolha de materiais criteriosa; para uma atmosfera acolhedora e elegante; e para uma apreciável dotação tecnológica. Aqui de destacando o sistema de infoentretenimento, composto pelo painel de instrumentos totalmente digital de 10,25”, e pelo ecrã central táctil do tipo “flutuante”, com ligações Apple CarPlay e Android Auto sem fios, com 12,9” de série, ou 15” em opção (em conjunto com o head-up display). Na consola central está, por seu turno, instalado um comando rotativo que permite operar os modos de condução, a tracção integral (nas versões de quatro rodas motrizes), o volume do sistema de som, e as chamadas Atmospheres (ambientes visuais e sonoros pré-definidos), ao passo que o selector da transmissão (todos os Tayron recorrem a uma caixa pilotada DSG de dupla embraiagem (de sete velocidades com motores térmicos, de seis relações com motores PHEV), passível de ser comandada manualmente em sequência através de patilhas instaladas no volante) está a cargo de uma alavanca com selector rotativo montada na coluna de direcção).
Liberdade de escolha

No que às motorizações diz respeito, o Tayron oferece um vasto leque de escolha. Na base da oferta está o motor 1.5 eTSI com tecnologia mild hybrid a 48 V, com tracção dianteira e 150 cv de potência; estando a oferta Diesel a cargo do conhecido 2.0 TDI, nas suas versões de 150 cv, e de 193 cv e 400 Nm (o único da família com tracção total 4Motion, e dispivel apenas no nível de equipamento de topo R-Line). Contudo, a grande aposta da VW em Portugal vai mesmo para as derivações eHybrid, com motorizações híbridas plug-in, com 204 cv e 350 Nm, ou 272 cv e 400 Nm, em qualquer dos casos equipadas com mais de 120 km de autonomia em modo 100% eléctrico, graças a uma bateria com 19,7 kWh de capacidade utilizável, possível de recarregar não só a 11 kW em corrente alternada, ou em postos rápidos a 50 kW, valência pouco comum neste segmento, e que permite repor 80% da carga em cerca de 20 minutos. Vantagem das versões PHEV é ainda a inclusão, no equipamento de série, da suspensão DCC Pro, com amortecimento pilotado, o qual é opcional nas versões 1.5 eTSI e 2.0 TDI.

Proposto em Portugal com dois níveis de equipamento, o Tayron inclui de série, mesmo no mais acessível nivel Urban, um vasto leque de elementos, de entre os quais se destacam: ar condicionado automático de três zonas; iluminação ambiente com dez cores; nove airbags; cortinas nas portas traseiras; vidros traseiros escurecidos; vidros laterais com isolamento acústico e laminados; portão traseiro eléctrico; pintura metalizada; sistema de acesso e arranque sem chave; jantes de liga leve de 18”; e um vasto leque de sistemas avançados de assistência à condução (Cruise Control Adaptativo; função de travagem perante veículos em sentido contrário nas curvas; sistema de assistência à mudança de faixa de rodagem; sistema de manutenção na faixa de rodagem; travagem autónoma de emergência com detecção de peões e ciclistas; assistente de estacionamento Park Assist Pro com função de memória e estacionamento remoto; câmara traseira; sistema de leitura de sinais de trânsito; e sistema de alerta à saída dos ocupantes. A tudo isto, o nível R-Line adiciona bancos desportivos com encostos de cabeça integrados; revestimentos em ArtVelours; forro do tejadilho em preto; jantes de liga leve de 20”; direção com assistência progressiva; tejadilho panorâmico; e sistema de som Harman Kardon com 700 Watt de potência.
Passando aos preços, e sabendo que, com Via Verde, o Tayron paga Clase 1 nas portagens nacionais, são de €46 140 na versão 1.5 eTSI Urban (não disponível no nível R-Line); de €50 988 na variante 1.5 TSI PHEV Urban de 204 cv (€55 828 no nível R-Line); de €58 391 na derivação 1.5 TSI PHEV R-Line de 272 cv (não disponível no nível Urban); e de €73 899 na versão 2.0 TDI 4Motion de 193 cv. Quando à opção 2.0 TDI de 150 cv, só chegará ao mercado um pouco mais tarde este ano, já que o importador para Portugal da marca está em conversações com a fábrica no sentido de garantir que a mesma recebe as necessárias alterações para poder contar com um peso bruto superior a 2500 kg, e daí retirar os correspondentes benefícios fiscais atribuídos a veículos com tracção a apenas um dos eixos, e sete lugares de lotação (no essencial, uma reduação na ordem dos 60% do ISV sobre os mesmos incidente).
