Segundo a agência Reuters, que cita uma pesquisa de mercado levada a cabo pela consultora britânica Rho Motion, as vendas de automóveis eletrificados cresceram, em outubro, 23% a nível global, ficando pouco abaixo de 1,9 milhões de unidades. A mesma fonte destaca que os principais responsáveis por esta subida foram os mercados chinês e europeu, onde a procura tem sido robusta, graças, entre outros fatores, aos incentivos e benefícios concedidos a este tipo de veículos, à cada vez mais abrangente infraestrutura de carregamento, e ao ritmo acelerado de lançamento de novos modelos neste domínio.
Por oposição, nos EUA, o segundo maior mercado automóvel do mundo, as vendas registaram uma queda acentuada no mesmo período, em resultado, fundamentalmente, da supressão dos “tais” incentivos e benefícios, tanto a nível federal, como estatal, ao que há que juntar as elevadas taxas de juro aplicadas ao crédito, e os preços ainda considerados como elevados por boa parte dos consumidores de muitos dos modelos 100% elétricos e híbridos plug-in à venda naquele país. Estão, assim, criadas as condições para que se acentue o fosso entre os mercados que caminham mais rapidamente para a eletrificação, e os que estão a estagnar, ou a recuar, nesta matéria, mercê de uma conjuntura económica e/ou política menos favorável.
Em detalhe, a Europa registou, em outubro, um crescimento de 36% nas vendas de automóveis eletrificados, correspondente a 372 786 automóveis, continuando a Alemanha, França e Reino Unido a liderar o Top 3 das vendas, antevendo-se que a procura só possa continuar a aumentar à medida que a União Europeia aprove novos projetos de produção de baterias localmente. Por seu turno, a China mantém-se como o país que mais automóveis vende, em termos absolutos, e, também, no que aos eletrificados diz respeito, com cerca de 1,3 milhões de unidades matriculadas em outubro, sublinhando os analistas que para este resultado tem sido determinante a proximidade cada vez maior entre os preços praticados pelos automóveis com motores de combustão e os eletrificados, que tornam estes últimos bastante mais acessíveis para os consumidores do que em outras paragens.
Por seu turno, no mercado norte-americano, as vendas de veículos eletrificados caíram nada menos do que 41% em outubro, para 100 370 unidades, depois dos recordes registados nos dois meses anteriores. Esta quebra é justificada, principalmente, pelo fim do crédito fiscal de 7500 dólares (cerca de 6500 euros) que o governo federal atribuía a muitos automóveis deste género – comprovando como, também naquele país, a procura está fortemente dependente dos benefícios e incentivos. Os especialistas no sector automóvel sublinham, ainda, que a generalidade dos consumidores americanos tem pouca apetência para optar por automóvel eletrificado quando estes continuam a ser bastante mais dispendiosos do que os seus homólogos animados por motores de combustão.








