Vários recordes foram batidos em setembro pelas vendas de automóveis elétricos. Desde logo, foi a primeira vez na história em que, num único mês, foram vendidos, a nível mundial, mais de dois milhões de automóveis elétricos – em concreto, 2,1 milhões, um aumento de 26% face a setembro de 2024. A liderar o ranking está, naturalmente, a China, com 1,3 milhões de unidades vendidas em setembro, ou seja; novo recorde nacional, cerca de dois terços das vendas globais, e um aumento de 28% face ao mesmo mês do anterior (desempenho para que não deixarão de ter contribuído fatores como uma rede que caminha para os três milhões de pontos de carregamento públicos, o apoio permanente das autoridades locais à venda de elétricos, e políticas de preço bastante agressivas.
Também na Europa setembro foi o mês em que mais elétricos se venderam, 427 mil, um crescimento de 36% face a setembro do ano passado – esperando-se seja uma tendência para manter, em boa parte devido aos incentivos à venda de elétricos que já estão, ou estarão em breve, em vigor em alguns dos seus principais mercados, casos do Reino Unido e da Alemanha. Ainda assim, pelo menos em termos percentuais, foi nos EUA que as vendas de elétricos mais cresceram, qualquer coisa como 66% (o segundo mês consecutivo de aumento das vendas), mas com duas ressalvas fundamentais: não mais do que 215 mil unidades vendidas (o que demonstra a ainda fraca implementação que a mobilidade elétrica regista no segundo maior mercado automóvel do mundo), e, mesmo assim, um desempenho seguramente muito inflacionado pelo fim, a 30 de setembro último, dos incentivos fiscais à compra de elétricos por parte de empresas e particulares, por isso prevendo-se uma queda acentuada das vendas no derradeiro trimestre do ano.
Já no acumulado do ano, foram vendidos em todo o mundo praticamente 14,7 milhões de automóveis elétricos (um aumento de 26% face aos nove primeiros meses de 2024), estimando-se que, até final de 2025, mantendo-se a ritmo atual de crescimento, as vendas possam suplantar os 18 milhões de unidades. Mais uma vez aqui, sem surpresa, a China está no topo da tabela, com cerca de 9 milhões de exemplares vendidos (mais 24% do que no ano passado), seguida da Europa, com aproximadamente 3 milhões (mais 32% do que em 2024), e dos EUA, com 1,5 milhões (mais 11% face ao ano anterior). Nos restantes mercados do mundo, as vendas alcançaram 1,2 milhões de unidades, a que corresponde um aumento de 48% face a 2024.