O novo Mercedes GLB sucede não só ao seu homónimo de 2019, mas, também, ao EQB de 2021. O SUV compacto, com cinco ou sete lugares, posicionado entre o GLA e o GLC, assenta na mesma plataforma com arquitetura elétrica de 800 V da terceira geração do CLA (MMA), e propõe, igualmente, versões com motores térmicos –no início da comercialização, já na próxima primavera, variamtes GLB e250+ com tecnologia EQ, a partir de €57 700, e GLB 350 4Matic, com tecnologia EQ, desde €65 450.
Quando comparado com o anterior, o novo GLB prima por imagem mais desportiva, atlética e musculada, o que pode atrair maior número de clientes. A ambição da Mercedes é tanto aumentar as vendas de automóveis elétricos, como promover o posicionamento de um modelo que cumpria mais pelas qualidades familiares (cinco ou sete lugares, e interior muito adaptado às necessidades de versatilidade…) do que pelo estatuto. Neste particular, na oferta da marca alemã, há estrelas que brilham muito mais…
O recurso à plataforma com arquitetura elétrica de 800 V, que a casa da estrela estreou na nova geração do CLA e CLA Shooting Brake, representa uma mais-valia. Esta base encontra-se muito otimizada para automóveis 100% elétricos, mas também admite motores térmicos. Assim, poucos meses após o lançamento das versões com Tecnologia EQ, também será proposto com mecânicas híbridas.





Aerodinamicamente, o GLB não consegue aproximar-se dos níveis de eficiência do CLA, mas este facto, mesmo penalizando o consumo energético, não impede o fabricante de propor um SUV que, com motorizações elétricas, anuncia 631 km de autonomia no ciclo combinado WLTP+, graças a uma bateria com 85 kWh de capacidade. O sistema de 800 V beneficia quer a potência, quer a velocidade de carregamento, reivindicando-se, respetivamente, até 320 kW, e autonomia para mais 260 km com apenas dez minutos de carga num posto de carregamento rápido com esta potência. E o GLB, montando o opcional conversor CC, também pode utilizar a infraestrutura de 400 V. O carregador de bordo, de até 22 kW, conta com função bidirecional, o que permite a alimentação de equipamentos elétricos externos.
Nas dimensões, o GLB também muda. Face ao seu antecessor, ganha 98 mm em comprimento (4732 mm) e 60 mm entre eixos (1889 mm). Também no frente a frente com o EQB, mais 48 mm e 60 mm, respetivamente. Ainda assim, os progressos na habitabilidade são relevantes apenas no espaço para pernas nos bancos da segunda fila. Nos dois casos (considere-se o homónimo com duas filas de bancos e cinco lugares…), mais 68 mm para pernas.
A configuração do habitáculo tem, também, impacto na capacidade da bagageira, inferior nos GLB com três filas de bancos e sete lugares. A Mercedes-Benz anuncia 540 e 480 litros, e 1715 e 1605 litros. Todavia, as versões com Tecnologia EQ desfrutam de compartimento extra sob o capot (frunk), com 127 litros, o que assegura maior capacidade de arrumação do que no GLB de 2019, e do que no EQB. Na variante de sete lugares, a regulação longitudinal dos assentos, e da inclinação das costas, dos bancos da segunda fila é de série – sendo opcional nas versões de cinco lugares.
Tal como acontece no CLA, o novo GLB pode montar a grelha que integra 97 estrelas e o símbolo da marca retroiluminados. Existem três linhas de acabamentos (Progressive, AMG e AMG Plus) e muitos pacotes de equipamentos (Pack Nigth, por exemplo), e admite-se a personalização do exterior e do interior de um modelo em que o tejadilho panorâmico é de série (opcionalmente, pode contar com Sky Control, que permite adaptar a opacidade, e, em ambientes noturnos, ou com muito pouca luz, acende 158 estrelas na superfície de vidro, o que beneficia a impressão de bem-estar a bordo).





No painel de bordo, quarta geração do MBUX, com o Superscreen que associa três ecrãs: 10,25’’ para o condutor, à esquerda; 14’’ para comando do sistema de infoentretenimento, ao centro; e 14’’ para o passageiro dianteiro, à direita. Existem onze estilos de ambiente para o interior, e reconhecimento de voz alimentado por inteligência artificial (IA), e que combina tecnologias Google e Microsoft, o que assegura acesso a uma enorme diversidade de aplicações, e capacidades de atualização remota.
O GLB é produzido em Kecskemet, Hungria. O anterior era fabricado no México (Aguascalientes), e o EQB na Alemanha (Rastatt). Curiosamente, o novo BMW iX3, o rival mais importante do novo SUV da Mercedes, é fabricado, também, na Hungria (Debrecen), numa fábrica que a marca da hélice construiu, precisamente, para produzir o primeiro membro da Neue Klasse.
No arranque da comercialização do GLB, versões 250+ e 350 4Matic, ambas com a Tecnologia EQ e baterias NMC com 85 kWh de capacidade utilizável. Na primeira, tração e motor (272 cv) traseiros, 7,4 segundos nos 0-100 km/h, 210 km/h de velocidade máxima, e 631 km de autonomia. Na segunda, ao motor traseiro junta- se um dianteiro, que move as rodas da frente apenas em caso de necessidade, o que garante a tração integral – a potência combinada é de 345 cv, os 0-100 km/h cumprem-se em 5,5 segundos, a velocidade máxima é a mesma, e a autonomia decresce para 614 km.
No GLB totalmente elétrico, sistema de regeneração de energia em desaceleração com três níveis de intensidade, e ainda o modo D Auto que adapta, automaticamente, a intensidade de atuação em função de fatores como a velocidade, o tráfego e a orografia do terreno (a capacidade máxima é de 200 kW). No eixo posterior, foi montada uma transmissão de duas velocidades, a exemplo do que acontece no Porsche Taycan, por exemplo, fórmula que aumenta a eficiência.
Poucos meses depois do início da sua carreira comercial, o novo GLB proporá uma terceira versão elétrica, seguramente semelhante ao CLA 200 com Tecnologia EQ (motor traseiro de 224 cv, alimentado por bateria LFP com 58 kWh de capacidade utilizável), e três variantes híbridas com motor 1.5 a gasolina, motor elétrico integrado na caixa pilotada 8F-eDCT de dupla embraiagem e oito velocidades, e bateria com 1,3 kWh de capacidade. O sistema MHEV funciona como rede elétrica complementar de 48 V, e tem a particularidade de mover o automóvel sem intervenção do motor de combustão interna, mas apenas quando a exigência de potência é reduzida.









