Kevin Harvick não esquece. Também não perdoa facilmente. A lenda da NASCAR construiu uma carreira com corridas agressivas, confrontos intensos e uma recusa em recuar quando é prejudicado. E em 2021, ele teve um confronto com Chase Elliott numa batalha explosiva em Bristol que deixou faíscas a voar—tanto na pista como fora dela.
Não foi a primeira vez que Harvick se confrontou com um rival. De Greg Biffle a Juan Pablo Montoya, o campeão da NASCAR Cup Series de 2014 sempre foi um homem que não está disposto a levar um golpe sem revidar. Mas Elliott, o menino de ouro da NASCAR, era um tipo diferente de adversário. Quando os seus ânimos se acenderam sob as luzes de Bristol, tornou-se uma das rivalidades mais comentadas da memória recente.
A Batalha por Bristol: Quando a Corrida se Tornou Pessoal
O caos começou com 36 voltas para o fim. Elliott estava na liderança, parecendo preparado para a vitória—até que Harvick decidiu estragar a festa. Usando o carro atrasado de Josh Bilicki como bloqueio, Harvick encurralou Elliott numa posição precária contra a parede exterior. O resultado? Uma luta lado a lado pela posição que terminou com o Ford nº 4 de Harvick a colidir com o Chevrolet nº 9 de Elliott.
Quando a poeira assentou, Kyle Larson tinha roubado a vitória, Harvick terminou em segundo, e Elliott—após os danos terem arruinado a sua corrida—ficou com um devastador 25º lugar. Mas os fogos de artifício não terminaram com a bandeira quadriculada.
A Pancada do Capacete Ouvida em Toda a NASCAR
À medida que as câmaras da box rolavam, um furioso Harvick dirigiu-se à sua viatura, arrancando o capacete e batendo-o com força no tejadilho do seu Ford, como um homem que acabara de ser roubado. Entretanto, Elliott, em fúria, preparava-se para confrontar o veterano piloto cara a cara. O que se seguiu foi uma discussão acesa, sem regras, que escalou para um momento inesquecível da NASCAR.
Harvick, que nunca foi de usar meias palavras, comparou mais tarde discutir com Elliott a debater com uma criança. “Foi como se estivesse a falar com o Keelan,” disse Harvick, referindo-se ao seu filho de então 9 anos. “Era como falar com uma criança de nove anos.”
A alfinetada foi contundente, mas Harvick não tinha terminado. Ele sentia que Elliott estava obcecado por um momento em vez de considerar o panorama completo da corrida. Para ele, era uma típica desviação infantil—algo que uma criança poderia fazer quando sabe que está encurralada numa discussão.
A Mensagem por Trás da Loucura
Durante uma aparição no Happy Hour de Kevin Harvick na Fox NASCAR, Harvick e o repórter da Fox Sports Bob Pockrass revisitaram o momento. Pockrass especulou que a abordagem de Harvick era pura intimidação—algo que o piloto veterano mais tarde admitiu. “Foste uma grande saída para isso, Bob,” disse Harvick. “Sabes, quando queres que uma mensagem seja transmitida, tens de a entregar às pessoas certas. Essa mensagem foi entregue às pessoas certas.”
E qual era exatamente a mensagem? Que a NASCAR não é um parque infantil, e que cada piloto, não importa quão jovem ou popular, deve manter a sua posição ou arriscar-se a ser empurrado.
Harvick: “É Tudo Água Sob a Ponte” (Ou É?)
Apesar da tempestade, Harvick agora insiste que o conflito com Elliott é passado. Olhando para trás, ele consegue rir disso. Mas na altura? Ele estava furioso.
“Esses momentos são divertidos, no entanto,” admitiu Harvick. “Chase e eu… sempre tivemos uma relação bastante boa. Eu estava chateado, obviamente, naquele momento em particular. Mas tens de proteger o teu território. Às vezes tens de ser capaz de enviar essa mensagem e definir o tom.”
Foi uma jogada de veterano. Um jogo de poder. Um lembrete de que, mesmo num desporto definido pela velocidade, o respeito é algo que se conquista através da determinação, não algo que se dá por padrão.
Harvick, sempre o estratega, sabia exatamente o que estava a fazer. Aos seus olhos, uma lição precisava de ser ensinada, e Chase Elliott apenas aconteceu ser o aluno naquela noite em Bristol. Se Elliott realmente aprendeu ou não é outra história completamente diferente.