Kalle Rovanperä garantiu este domingo o segundo título consecutivo no Mundial de Ralis (WRC). O segundo lugar bastou no Rali da Europa Central, em que Thierry Neuville foi o grande vencedor.
Na Power Stage que fechou a prova no troço de Passauer Land, Elfyn Evans (Toyota) ditou o ritmo para salvar cinco pontos depois do abandono de ontem na PEC 11. Superou Neuville (Hyundai) por 3,5s, com o belga a conseguir deste modo garantir o triunfo final. O seu principal perseguidor era Rovanperä (Toyota), que não correu riscos e foi oitavo na PEC 18. Sébastien Ogier (Toyota), Takamoto Katsuta (Toyota) e Ott Tänak (M-Sport Ford) também pontuaram na Power Stage.
Findo o rali, Neuville foi o vencedor 57,6s na frente de Rovanperä. Foi um resultado mais do que suficiente para o finlandês ser campeão: Evans teria de ficar no top três da Power Stage e esperar que o colega não pontuasse no rali para continuar matematicamente na luta. Tänak voltou aos pódios com o terceiro lugar, com Ogier em quarto e Katsuta em quinto.
Andreas Mikkelsen (Skoda) terminou como o mais veloz da PEC 18 no WRC2, mas foi Nicolas Ciamin (Skoda) a selar o triunfo da classe com o terceiro tempo no troço. Ficou 32,7s na frente de Erik Cais (Skoda), com Kajetan Kajetanowicz (Skoda) em terceiro. O pódio corresponde também ao do WRC2 Challenger.
Filip Kohn chegou à meta do WRC3 sem problemas para consumar o triunfo, que já estava praticamente garantido depois dos abandonos e regressos via Super Rally dos outros dois pilotos da categoria: Fabio Schwarz e Martin Ravenščak.
O resumo do rali
Numa semana chuvosa no centro da Europa, a penúltima jornada do WRC começou com duas super-especiais na Chéquia na quinta-feira. Ott Tänak (M-Sport Ford) foi o primeiro líder, mas na PEC 2 impôs-se Neuville para subir ao topo. O belga lá se manteve no início de sexta-feira, um dia novamente passado na Chéquia.
No entanto, logo na PEC 4 foi ultrapassado por Rovanperä, que aqui procurava selar o título. O finlandês dominou a manhã do segundo dia e colocou a sua margem em mais de meio segundo durante a tarde ao vencer mais uma classificativa. Neuville acabou sexta-feira como o seu principal perseguidor, depois de voltar a passar para a frente de Evans.
O britânico entrou com o melhor tempo da PEC 10 no sábado – dia passado quase todo na Áustria – voltando a recuperar tempo a Rovanperä na especial seguinte… assim como Neuville. O finlandês, por seu turno, perdeu tempo ao errar num gancho.
A 11.ª classificativa foi determinante para o desfecho. Neuville foi o mais veloz e passou para o topo da geral. Rovanperä abrandou o ritmo e jogou pelo seguro depois de ver Evans fora de estrada – o título estava ao alcance, sendo apenas preciso chegar ao fim nos pontos, sem correr demasiados riscos.
Ogier foi figura de destaque na tarde de ontem com duas vitórias em três troços, mas nada trouxe alterações consideráveis à geral – nem mesmo uma saída de estrada de Tänak na PEC 14. Neuville acabou o dia 26,2s na frente de Rovanperä.
Domingo reservou mais quatro classificativas: duas na Áustria e duas na Alemanha. Enquanto Neuville continuou a fazer uma prestação isenta de problemas, Rovanperä voltou a jogar pelo seguro sabendo que tinha o título nas mãos, pelo que a diferença entre ambos foi crescendo até que o belga ganhou com 57,6s de avanço. Tänak ainda viu Ogier aproximar-se, mas garantiu o lugar mais baixo do pódio com alguma tranquilidade. Katsuta foi quinto e o pelotão Rally1 que cumpriu a prova toda foi completado por Teemu Suninen (Hyundai) em sexto e Grégoire Munster (M-Sport Ford) em sétimo.
No WRC2, os líderes do primeiro dia, Andreas Mikkelsen (Skoda) e Yohan Rossel (Citroën) atrasaram-se cedo na sexta-feira: o francês teve um incidente logo na PEC 3, enquanto o norueguês danificou a suspensão do seu carro na especial seguinte. Daí em diante, Emil Lindholm (Skoda) consolidou-se na liderança, controlando o seu andamento apesar de raramente terminar no topo das classificativas. Ciamin foi o seu principal perseguidor a partir da PEC 10, liderando também no WRC2 Challenger na frente de Cais – categoria na qual Gryazin também conseguiu estar na luta, apesar de se atrasar com um furo na PEC 3. O russo chegou ao fim da linha com problemas na PEC 14.
Um problema de alternador no carro afastou Lindholm da prova e da liderança na 15.ª classificativa. Daí até ao fim, a luta pela vitória do WRC2 e do WRC2 Challenger foram a mesma, com Ciamin a conseguir manter sempre um avanço relativamente tranquilo face a Cais para ganhar. Kajetanowicz completou o pódio de ambas as classes depois de um rali com muitos altos e baixos.
O WRC3 não teve grande história. Schwarz liderou no início e até foi o mais forte este domingo, mas na sexta-feira Kohn assumiu o controlo das operações. O alemão retirou-se duas vezes, enquanto Ravenščak também ficou fora da contenda na PEC 3, tornando a tarefa de Kohn relativamente simples: não arriscar e chegar ao fim sem contratempos.
Top dez final: