A Honda assinala este ano o 60.º aniversário da sua primeira e histórica vitória na Fórmula 1 (F1), conquistada por Richie Ginther no Grande Prémio do México de 1965.
Esta data marcante sublinha não só o pioneirismo da marca, mas também o seu compromisso contínuo com a F1 como plataforma crucial para o desenvolvimento tecnológico aplicado à mobilidade do futuro.

Sessenta anos depois, a Fórmula 1 transformou-se num palco de desenvolvimento tecnológico de vanguarda. Com a introdução da tecnologia híbrida em 2014, os motores deram lugar a complexas “unidades de potência” (PU).
Entre 2008 e 2016, a Honda conseguiu aumentar a potência das suas unidades em mais de 200 cv, reduzindo em um terço o consumo de combustível necessário. A F1 moderna impulsiona a eficiência térmica aos limites, maximizando a conversão da energia do combustível em potência motriz.
A evolução digital é outra mudança fundamental. Atualmente, informações de mais de 20.000 parâmetros (comparado com cerca de 3.000 na terceira era da Honda na F1) são enviadas instantaneamente dos sensores nos carros para a base da Honda Racing Corporation (HRC) em Sakura, no Japão.
A análise destes dados, realizada através de software desenvolvido internamente pela HRC, é vital para otimizar o desempenho e a gestão energética da PU em tempo real, mesmo durante as corridas, tornando a F1 uma batalha digital de ponta.
Olhando para o futuro, a Honda prepara-se para os desafios regulatórios de 2026 que incluem três pilares fundamentais: a utilização de combustíveis 100% neutros em carbono, um novo equilíbrio de potência entre o motor de combustão interna e a unidade elétrica (visando uma divisão próxima de 50/50), e a implementação de um teto orçamental (“cost-cap”) específico para o desenvolvimento das unidades de potência. Estes desafios alinham-se com os objetivos de sustentabilidade e inovação da Honda.
Honda: a fazer campeões do mundo na Fórmula 1 desde 1987
A entrada da Honda na F1 deu-se em 1964, quando a empresa contava apenas com dois anos de experiência na produção de automóveis. Considerado um passo audacioso, este desafio refletiu desde cedo a cultura empresarial da Honda focada em estabelecer metas ambiciosas e superar barreiras. Após uma época de estreia em 1964 com participações em três Grandes Prémios, a persistência foi recompensada.
Na última prova da temporada de 1965, o GP do México, realizado a mais de 2.000 metros de altitude e em condições atmosféricas desafiantes para os motores, a tecnologia de injeção de combustível desenvolvida pela Honda provou a sua superioridade.

O monolugar Honda RA272 dominou a corrida do início ao fim, assegurando a primeira vitória da marca na categoria máxima do automobilismo.
A partir daí, a Honda estabeleceu-se como uma marca de sucesso na Fórmula 1 que conduziu vários pilotos ao título de Campeão do Mundo. A primeira vaga de sucesso da Honda iniciou-se no final da década de 1980.
Nelson Piquet foi o pioneiro, sagrando-se campeão em 1987 ao volante de um Williams-Honda. Seguiu-se uma era de domínio com a McLaren-Honda, onde Ayrton Senna conquistou três campeonatos mundiais (1988, 1990 e 1991), e Alain Prost assegurou o título de 1989.

Mais recentemente, Max Verstappen, com a Red Bull Racing, iniciou uma nova era de triunfos para a marca, com quatro títulos consecutivos de campeão do mundo (2021, 2022, 2023 e 2024) com a engenharia e a tecnologia Honda.