A Frustrante Secura de Vitórias de 12 Anos de Fernando Alonso na F1: A Luta de um Campeão pela Redenção
No mundo de alta octanagem da Fórmula 1, onde as vitórias definem legados, Fernando Alonso encontra-se numa situação surpreendente e frustrante: uma impressionante seca de 12 anos sem uma vitória em corrida. O campeão mundial em duas ocasiões, cuja carreira é adornada com 32 gloriosas vitórias, não prova o champanhe no pódio desde o Grande Prémio de Espanha de 2013. É uma situação que o experiente espanhol admite que “não soa bem”, enquanto continua a sua incansável busca por um cobiçado terceiro campeonato.
Alonso, um nome sinónimo de excelência nas corridas, tem estado preso num ciclo de quase vitórias e infortúnios desde que deixou a Ferrari em 2014. O seu regresso à McLaren para uma segunda passagem foi nada menos que desastroso, levando-o a sair completamente do desporto. No entanto, o apelo das corridas provou ser demasiado forte para resistir, e em 2021, Alonso fez um regresso com a Alpine—o seu terceiro período com a equipa de Enstone—antes de fazer a ousada mudança para a Aston Martin em 2023.
Embora a parceria inicial com a Aston Martin tenha trazido vislumbres de promessa e classificações no pódio, o ímpeto rapidamente esfriou. O piloto outrora celebrado não conseguiu terminar entre os três primeiros desde esses primeiros sucessos, deixando fãs e críticos a questionar as razões por trás da sua prolongada seca de vitórias.
Refletindo sobre a sua tumultuosa trajetória, Alonso afirmou: “Boa sorte, má sorte, acho que é 50-50, para ser honesto.” Ele elaborou sobre a montanha-russa da sua carreira, revelando: “Quando se fazem mais de 400 corridas, há muitas corridas com boa sorte e muitas corridas com má sorte, mas acho que tudo se compensa.” Num momento comovente, recordou a sua vitória dramática em Le Mans em 2019, onde arrancou a vitória das garras da derrota, apenas para lamentar: “Mas sim, provavelmente passaram-se mais de 20 anos, acho eu, ou talvez mais de 10 anos desde que ganhei o meu último Grande Prémio de F1. Não me soa bem.”
Esta temporada, Alonso tem-se confrontado com uma avalanche de má sorte também. Apesar de consistentemente superar o seu colega de equipa Lance Stroll nas qualificações, ele encontra-se atrás dele na classificação — uma amarga realidade para um piloto da sua qualidade. “Já estamos nos 22 [pontos perdidos], acho eu. É uma pena que não consigamos terminar as corridas por mérito quando estamos nos pontos,” lamentou, encapsulando a frustração de um campeão incapaz de converter potencial em resultados.
Ele analisou ainda a ironia da sua temporada: “Quando estamos lentos, porque somos não competitivos, normalmente as coisas são sempre suaves e agradáveis até à bandeira quadriculada e não pontuamos. Mas é assim que é e este é o desporto, a natureza do desporto.” Com um lampejo de esperança, acrescentou: “Enquanto que no próximo ano tivermos um bom carro, estaremos com sorte normal. Não pedimos boa sorte, mas sorte normal está bem.”
A declaração de Alonso sobre perder 22 pontos pode parecer trivial no grande esquema da classificação do campeonato, mas para um piloto que dedicou a sua vida ao desporto, é um golpe enorme. “Deveria parecer que não é muito. Não estamos a lutar pelo Campeonato do Mundo, então porque deveria Alonso preocupar-se com 22 pontos numa temporada como esta? Mas é um grande esforço e determinação para marcar cada ponto quando o carro só consegue marcar um ou dois pontos por fim de semana. Perder 22 é uma quantidade enorme.”
Enquanto o mundo das corridas observa atentamente, a questão permanece: pode Fernando Alonso desafiar as probabilidades e quebrar a sua seca de vitórias? Com a sua tenacidade e determinação incomparável, a saga desta lenda das corridas está longe de estar acabada. Os fãs e seguidores do desporto aguardam ansiosamente o que o futuro reserva para Alonso enquanto ele corre contra o tempo para recuperar o seu lugar de direito no pódio.