Os construtores de automóveis norte-americanos estão preocupados com o acordo de tarifas alcançado entre os EUA e o Japão, que vai sujeitar os veículos nipónicos a uma taxa alfandegária de 15%, o que é visto pelas empresas como prejudicial. Em causa, está o pagamento taxas muito superiores em aço, alumínio e componentes do que os seus concorrentes pagam.
“Precisamos de rever todos os detalhes do acordo, mais este é um acordo que vai aplicar taxas mais baixas aos carros japoneses sem componentes dos EUA”, disse Matt Blunt, presidente do Conselho Americano de Política Automóvel, que representa os três fabricantes automóveis norte-americanos: General Motors, Ford e a Stellantis, que conta com a marca Jeep.
Em entrevista à “Reuters”, Matt Blunt adiantou que s empresas e os trabalhadores dos EUA “estão em desvantagem”, porque enfrentam taxas alfandegárias de 50% no aço e alumínio e 25% nos componentes e veículos acabados, com algumas exceções para os produtos cobertos pelo acordo comercial dos EUA com o Canadá e México, que começou a avigorar em 2020.
O presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou o acordo com o Japão como uma grande vitória depois de o anunciar na terça-feira, assegurando que iria somar centenas de milhares de empregos à economia dos EUA e abrir a economia japonesa aos produtos norte-americanos de forma que iria fechar o saldo comercial negativo. O acordo, disse Trump, vai permitir que os automóveis norte-americanos sejam vendidos no Japão, o que não acontece.
No entanto, o presidente do Conselho Americano de Política Automóvel, deixou claro que os automóveis estrangeiros têm uma quota de apenas seis por cento no mercado japonês e manifestou-se cético quanto a qualquer “entrada significativa” neste mercado.