Lewis Hamilton, o aclamado piloto de Fórmula 1, provou mais uma vez o seu valor ao conquistar a pole position na corrida sprint do Grande Prémio da China. Esta conquista é ainda mais digna de nota, dado que é apenas a sua segunda corrida com a Ferrari, e ele superou significativamente o seu colega de equipa Charles Leclerc, que tem enfrentado problemas de desempenho.
Max Verstappen, apesar de conduzir um Red Bull que é geralmente considerado inferior em termos de velocidade, também conseguiu garantir um lugar na primeira fila. No entanto, o verdadeiro ponto de discussão da corrida foi o desempenho algo surpreendente da McLaren, que, apesar de ter o carro mais rápido, só conseguiu qualificar-se em terceiro (Oscar Piastri) e sexto (Lando Norris).
Em retrospectiva, parece que a McLaren pode ter cometido um erro estratégico. Eles adotaram uma sequência cautelosa de empurrar-arrefecer-empurrar na curta duração do SQ3. O potencial para erro era elevado devido a ventos fortes, e o carro da McLaren é conhecido por ser particularmente sensível a tais condições. A estratégia da McLaren parecia estar desenhada para contrabalançar quaisquer contratempos potenciais.
Esta estratégia foi provavelmente influenciada pela impressionante demonstração de velocidade da McLaren mais cedo no dia durante os treinos. Norris teve uma volta notavelmente rápida, terminando mais de 0,4 segundos à frente de todos os outros na FP1. No entanto, à medida que a pista continuava a melhorar, o plano da McLaren inadvertidamente colocou-os numa posição desvantajosa. Os seus carros estavam a carregar 2,6 kg de combustível a mais nas primeiras voltas, e quando chegaram às suas voltas finais, a pista estava nas melhores condições, mas os seus pneus já não estavam no auge.
Em contraste, a Ferrari, a Red Bull e a Mercedes, reconhecendo a velocidade da McLaren, escolheram arriscar tudo com voltas de uma só volta, levando menos combustível e saindo mais tarde. Neste contexto, Hamilton conquistou a sua pole position e Verstappen, aproveitando ao máximo as condições em melhoria, conseguiu ficar a apenas 0,018s da pole.
Intrigantemente, apesar do peso extra do combustível e dos pneus desgastados, Piastri poderia ter garantido a pole position por 0.039s em relação ao próximo carro que não era da McLaren, se tivesse combinado os melhores setores das suas duas voltas. Isso sugere que a velocidade inerente da McLaren, ironicamente, foi a sua queda. Norris, em particular, teve um tempo desafiador, sendo forçado a abandonar a sua volta final devido a um bloqueio na curva fechada e a um snap de sobreviragem na Curva 13 durante a sua primeira volta.
Falando sobre os desafios, Norris explicou que o carro parecia estar mais afetado pelo vento do que os outros. Ele também aludiu às dificuldades que tiveram com o carro, que foram mais evidentes durante a corrida. Apesar destes obstáculos, Norris manteve que o carro ainda era bom.
A gestão dos pneus foi outro fator crítico na corrida. Com a Pirelli a definir um mínimo elevado de 27.5 psi para os pneus da frente, o sobreaquecimento era uma preocupação significativa. A McLaren, que anteriormente tinha demonstrado um melhor controlo das temperaturas dos pneus traseiros, viu-se a lutar para gerir os pneus da frente à medida que as temperaturas da pista subiam durante a qualificação.
Outro ponto crucial foi a decisão de parar nos boxes em SQ1 para arrefecer os pneus. Os pilotos da McLaren optaram por permanecer na pista e fazer voltas lentas, mas esta abordagem parecia ser menos eficaz. Hamilton, que escolheu parar, acabou por registar o melhor tempo de SQ1.
Em retrospectiva, a estratégia da McLaren para o SQ3 foi falha, especialmente considerando a relutância dos pneus da frente em atingir a temperatura e pressão ideais após uma volta de ataque e a melhoria da aderência da pista. Apesar destes contratempos, Hamilton e a Ferrari tomaram as decisões certas, levando à vitória de Hamilton.
Hamilton, refletindo sobre a sua performance, reconheceu que a corrida anterior tinha sido desafiadora. No entanto, expressou satisfação com o desempenho do seu carro e o seu forte primeiro setor, apesar de ser um quarto de segundo mais lento que Norris.
Verstappen, por outro lado, ficou satisfeito com a sua performance, mas reconheceu que o seu carro estava ligeiramente mais lento. Leclerc, que terminou em quarto, admitiu que teve dificuldades nas primeiras curvas e que Hamilton foi mais rápido. George Russell e Kimi Antonelli da Mercedes, que ficaram a 0.32s e 0.35s atrás de Hamilton, respetivamente, sentiram que as suas performances estavam alinhadas com as capacidades do carro na altura.