A Renault apresentou esta sexta-feira o Emblème, um protótipo a hidrogénio, que a marca francesa vai revelar ao público no Salão Automóvel de Paris, e que mostra a visão da Renault para atingir a neutralidade carbónica até 2040 na Europa e até 2050 em todo o mundo.
Esta visão de um automóvel familiar é um laboratório que apresenta as inovações desenvolvidas pela Renault, a Ampere e os seus parceiros para responder as exigências do futuro.
O principal desafio deste projeto de referência reside no facto de a descarbonização ter sido maximizada ao longo de todo o ciclo de vida do automóvel.
Na sequência do conceito Scenic Vision H2-Tech de 2022, o Renault Emblème vai mais longe, reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa em 90%, em relação a um automóvel equivalente construído atualmente.
O Emblème é um Shooting Brake com 4,80 m de comprimento, 1,52 m de altura e uma distância entre eixos de 2,90 metros. O seu design marca uma enorme evolução em relação à linguagem estilística atual da marca francesa e que resulta de uma otimização meticulosa da aerodinâmica, concebida para ser eficaz através de uma abordagem mais sustentável, sem comprometer a estética.
Desta forma, o Renault Emblème, apresenta duas câmaras integradas nas cavas das rodas que substituem os tradicionais espelhos retrovisores exteriores, os limpa para-brisas são ocultos sob o capot e os puxadores das portas são elétricos e embutidos na carroçaria. Duas aletas no capot e duas saídas de ar no para-choques canalizam o fluxo de ar para o para-brisas e para trás das rodas, respetivamente.
As jantes são de disco completo, de modo a conduzir o fluxo de ar ao longo da carroçaria. O design de fundo plano inspirado na F1 é reforçado por um difusor ativo, que se inclina para baixo e para trás, para equilibrar o fluxo de ar e minimizar a resistência aerodinâmica. Desta forma, o Renault Emblème apresenta-se com um coeficiente aerodinâmico de 0,25 Cx.
O Renault Emblème tem por base a plataforma AmpR Medium, a arquitetura de tração traseira acolhe os diferentes componentes do grupo propulsor (motor elétrico, bateria, pilha de combustível e depósito de hidrogénio), mantendo um centro de gravidade baixo e uma repartição de peso ideal para favorecer o desempenho e o rendimento.
O motor elétrico de rotor bobinado de 160 kW (215 cv) do Emblème não utiliza terras raras. É alimentado por uma bateria NMC de 40 kWh, mais leve, mais barata, menos volumosa e mais respeitadora do ambiente do que a de um automóvel elétrico familiar de longo alcance. Tem uma autonomia de várias centenas de quilómetros, mais do que suficiente para as deslocações quotidianas. A pilha de combustível PEMFC de 30 kW funciona com hidrogénio, com baixo teor de carbono, através de um depósito de 2,8 kg, fornecendo a potência necessária para viagens longas, com uma eficiência máxima de cerca de 60%.
Equipado com este grupo propulsor elétrico de dupla energia, a Renault garante que o sistema permite percorrer uma distância de até 1000 km, tão rapidamente como um automóvel com motor a combustão, apenas com duas paragens de cinco minutos para reabastecer o depósito de hidrogénio.
Além disso, a Renault garante que numa viagem entre Paris e Marselha, 75% da eletricidade consumida pelo Emblème é produzida pela pilha de combustível, sem outras emissões para além da água.