A ilustre e longa história do setor automóvel francês conta com uma página de glória escrita pelo SM, modelo nascido no início dos anos 70, e que representou o auge da inovação.
Este grand tourer foi um verdadeiro concentrado de tecnologia. O seu estilo aerodinâmico, concebido por Robert Opron, era simultaneamente elegante e vanguardista.
Sob o capot, um potente V6 oferecia um desempenho excecional em estrada. Mas o que realmente fazia do SM um automóvel notável era a sua suspensão hidropneumática, herdada do DS, que lhe conferia um conforto de condução inigualável e uma aderência à estrada exemplar.
O SM continua hoje a ser um modelo de culto, desejado por colecionadores de todo o mundo. A sua combinação única de conforto, performance e inovação faz do SM uma verdadeira lenda automóvel.
Nesse sentido, uma equipa de design da DS Automobiles, liderada por Thierry Metroz, decidiu ressuscitar o SM, num trabalho sob a forma de um estudo de design, que será exposto no evento Chantilly Arts & Elegance, que terá lugar no norte de França.
A ideia de fazer renascer o SM nasceu a 10 de março de 2020, quando para comemorar os cinquenta anos da apresentação do seu coupé no Salão Automóvel de Genebra.
A DS Automobiles acabou por partilhar nas suas redes sociais, na primavera de 2020, uma série de esboços denominados #SM2020. Estes desenhos resultaram de um concurso de criatividade interno entre os designers do DS Design StudioParis a propósito de uma reinterpretação do majestoso SM apresentado em 1970.
“Durante esta partilha de esboços, a nossa comunidade enviou-nos diversas mensagens importantes”, recorda Thierry Metroz. “A primeira foi que estava muito ligada aos modelos icónicos do nosso património. A segunda foi que não desejava que o design original saísse prejudicado.”
A mensagem transmitida pela comunidade DS Automobiles foi compreendida, e a equipa de design trabalhou como se o SM tivesse continuado a ser desenvolvido ao longo das últimas cinco décadas.
As semelhanças entre o modelo de 1970 e o SM Tribute são imediatamente óbvias com o estilo aerodinâmico e elegante original idealizado por Robert Opron a ser mantido, apesar do Tribute ser 3 cm mais longo e 2 cm mais alto. O SM Tribute é 14 cm mais largo e fica 3,5 cm mais baixo em relação ao solo do que o modelo antigo.
Uma das características visuais que se destaca no SM original é a integração dos faróis e da placa de matrícula numa área de vidro onde normalmente se encontra a grelha superior. O novo SM Tribute apresenta nesse local uma secção em vidro que se transforma num ecrã 3D que se ilumina até meio, enquadrado por uma assinatura luminosa composta por três módulos de cada lado – tal como no passado – reforçada por oito DRL (Luzes de Circulação Diurna) com ponta de diamante e verticais, com base numa forma de tríade que convergem num ponto como a proa de um navio.
O perfil mantém as linhas características do SM, conduzindo o fluxo de ar da frente para a traseira mais estreita. Atrás de duas grandes janelas, o painel traseiro é cortado ao meio e continua a fazer a parte traseira flutuar em forma de S. Naturalmente, as rodas traseiras são parcialmente revestidas com peças amovíveis.
Já no interior, o design de 1970 foi também reinterpretado com a forma caraterística da parte superior do painel de instrumentos, bem como o desenho oval dos instrumentos. Fiel à alma vanguardista do SM, a visualização das informações é feita através de projeção e a “consola de ecrã” curva, ligada ao volante steer-by-wire, completa este conceito tão caro à marca. Sons e luzes envolvem os ocupantes.
O interior é muito delicado, com uma cor marfim composta por couro e Alcantara. Um grande ecrã na parte da frente do painel de instrumentos constitui um ambiente privilegiado para acolher um conjunto quase infinito de acabamentos e materiais. Os bancos mantêm o revestimento icónico do SM, com as suas almofadas horizontais.
“O design da parte superior do tabliê representava uma assinatura forte com uma faceta crossover implícita”, afirma Luc Quirin, Designer de Interiores da DS Automobiles: “Mantivemos esta abordagem baseada na identidade, incluindo os resultados dos nossos estudos. A visualização é feita por projeção, sem um ecrã. O ambiente é mais imersivo e, simultaneamente, menos restritivo para o condutor e os ocupantes”.
O DS SM Tribute vai estar em exposição no décimo aniversário do concurso realizado nos jardins tipicamente franceses do Château de Chantilly, que terá lugar a 15 de setembro.