Nos anos mais recentes (felizmente, sublinhe-se!) a norma tem sido a maioria dos automóveis novos sujeitos
aos testes de segurança do Euro NCAP receber a classificação de quatro ou cinco estrelas, mesmo quando o organismo incrementou os níveis de exigência das suas rigorosas provas de avaliação, como irá voltar a suceder em 2026. Mas, de quando em quando, há modelos que não conseguem superar com distinção o “exame” – e, desta feita, coube ao Dongfeng Box registar um resultado menos positivo, ficando-se pelas três estrelas.
O principal “busílis” foi o teste de embate frontal descentrado (concebido para replicar uma colisão frontal entre dois automóveis), em que vários pontos de solda da carroçaria cederam, comprometendo, assim, a segurança oferecida pelo utilitário 100% elétrico produzido por um dos maiores construtores chineses, uma vez que tal desempenho pode levar a que a estrutura perca a sua integridade, aumentando o risco de deformação em redor do habitáculo, e reduzindo a proteção dos respetivos ocupantes. Neste exercício, os veículos são levados a embater, a 50 km/h, e com um descentramento de 50%, contra uma barreira deformável que se move à mesma velocidade, simulando o tipo de acidente que, estatisticamente, é responsável por maior número mortes e feridos graves.



Deste modo, o Box não foi além dos 69% na proteção dos ocupantes adultos, com o Euro NCAP a sublinhar que tudo aponta para que as consequências das suas deficiências estruturais se traduzam em níveis ainda menores de proteção de quem siga a bordo caso o embate ocorra a velocidades mais elevadas. Mas as reservas do Euro NCAP não se ficaram por aqui: pressão insuficiente no airbag do condutor levou a que a respetiva cabeça entrasse em contacto com o volante; alguns elementos da estrutura de suporte do painel frontal colocaram em risco de lesão as pernas dos passageiros da frente; e também foi detetada a ausência de medidas que impeçam que os ocupantes do banco da frente embatam um no outro em caso de embate lateral. Como tal, o Euro NCAP recomenda que o fabricante controlado pelo Estado chinês resolva rapidamente esta situação, numa altura em que aumenta a procura por modelos 100% elétricos propostos a preços minimamente moderados.
Mas nem só o Dongfeng foi avaliado nesta bateria de testes. Entre os novos modelos testados, o DS Nº 8 mereceu uma classificação de quatro estrelas, tendo recebido cinco estrelas Audi Q3, BMW X3, Ebro s700, Ebro s800, Hongqi EHS5, IM M5, Mazda 6e, MS MGS6 EV – e ainda o Cadillac Optiq, que o Euro NCAP destaca por parecer espelhar uma nova abordagem dos construtores norte-americanos ao tema da segurança, já que, no passado, os seus modelos nem sempre tiveram o melhor dos desempenhos nas suas avaliações. Quanto aos modelos reavaliados de acordo os protocolos de 2025, três estrelas para o VW T-Roc, e cinco estrelas para Skoda Octavia, VW Golf e VW ID.4. Em reavaliação estiveram, igualmente, os Chery Tiggo 7 e Tiggo 8, os quais, em julho passado, registaram um problema no airbag de cortina traseiro, assim falhando na proteção das crianças em caso de embate lateral, situação que voltou a verificar-se em novos testes efetuados posteriormente – mas, agora, a marca chinesa terá, enfim, resolvido a contento a questão, e os seus dois SUV conquistaram as almejadas cinco estrelas.