No mundo de alta pressão da Fórmula 1, a estratégia da equipa desempenha frequentemente um papel crucial. No Grande Prémio da Austrália de 2025, isto foi evidente quando a McLaren emitiu uma ordem de ‘manter posição’ aos seus pilotos, Lando Norris e Oscar Piastri, apesar da sua garantia anterior de uma luta justa pelo campeonato. Esta decisão gerou uma tempestade de debate entre fãs e comentadores.
O diretor da equipa McLaren, Andrea Stella, defendeu a medida, explicando que não era uma tática para sufocar a competição entre os dois pilotos. Em vez disso, foi uma decisão crucial tomada para permitir que a equipa lidasse com um cenário de corrida em rápida mudança, envolvendo condições meteorológicas flutuantes e a posição na pista.
Os aficionados da Fórmula 1 estão familiarizados com as ‘Regras Papaya’, o mantra que governa a ética de corrida da McLaren. Este princípio defende que ambos os pilotos são iguais e são incentivados a lutar por vitórias enquanto demonstram respeito mútuo. Esta filosofia, reiterada pelo CEO da McLaren Racing, Zak Brown, antes do Grande Prémio da Austrália, pareceu ser temporariamente posta de lado quando Piastri foi instruído a manter a sua posição atrás do líder da corrida, Norris.
Apesar desta diretiva inesperada, Piastri cumpriu, embora tenha notado à sua equipa que sentia ter velocidade suficiente para ultrapassar Norris. No entanto, um erro subsequente do piloto australiano custou-lhe a oportunidade de desafiar Norris. Apenas após este incidente é que os pilotos foram autorizados a competir novamente.
Stella insiste que esta decisão tática foi necessária para compreender melhor e adaptar-se às condições de corrida em evolução. Ele revelou à imprensa após a corrida que a equipa não tinha certeza sobre a duração do período de ‘manter posição’.
A explicação dele baseou-se nas dinâmicas complexas em jogo durante a corrida. A equipa teve de navegar entre os pilotos mais lentos, lidar com pneus intermédios deteriorados e incorporar atualizações meteorológicas na sua estratégia. A ordem de ‘manter a posição’ foi assim imposta para permitir à equipa reavaliar o tempo, planear o uso dos pneus e lidar com as ultrapassagens dos backmarkers.
Uma vez que estas condições foram cumpridas, a corrida interna entre os dois pilotos da McLaren foi retomada. No entanto, permanece incerto se os pilotos estavam cientes da razão por trás da ordem de ‘manter a posição’ em meio ao calor da competição.
Stella também foi questionado sobre o impacto da ordem de ‘manter a posição’ em Piastri, que começou a cometer erros logo após a diretiva ser emitida. Stella respondeu que não tinha certeza sobre os problemas que afetavam o ritmo de Piastri, mas especulou que poderiam estar relacionados com a pressão exercida pelas condições desafiadoras.
Este incidente serve como um lembrete claro dos desafios multifacetados que as equipas enfrentam durante uma corrida, onde as decisões são frequentemente tomadas num piscar de olhos. Embora a ordem de ‘manter a posição’ possa ter levantado sobrancelhas, é claro que foi um movimento estratégico nascido da necessidade e não uma tentativa de manipular a competição dentro da equipa.