Desde que apresentou uma ação judicial antitruste contra a NASCAR em 2024, a 23XI Racing não se tem esquivado de expressar o seu descontentamento, seja através de processos legais ou ações simbólicas, como a sua campanha ‘UNBANNABLE’ durante o Clash. À frente da luta estão os co-proprietários da equipa, Michael Jordan e Denny Hamlin, que parecem estar a deliciar-se com estas críticas indiretas.
A ação judicial da 23XI Racing estava marcada para ir a julgamento a 1 de dezembro de 2024, com um recurso esperado até junho de 2025, deixando o futuro incerto. Em resposta, a NASCAR apresentou uma contra-alegação contra a 23XI Racing, alegando que a equipa prejudicou o desporto ao recusar-se a assinar o acordo de carta de 2025. A equipa de Hamlin também foi acusada pela NASCAR de não estar disposta a ‘fazer crescer o desporto.’
Denny Hamlin tem uma reputação de nunca recuar perante um desafio, comprovada pelas suas antigas rivalidades, mais notavelmente com Joey Logano em 2013, que terminou numa dramática colisão na última volta no Auto Club Speedway. Ele também se manifestou sobre as suas preocupações em relação à segurança do carro Next Gen da NASCAR em 2022. Apesar destas controvérsias, Hamlin tem consistentemente defendido o desporto, ao contrário de Chase Elliott, que apenas recentemente começou a promover a modalidade.
O regresso da NASCAR ao Bowman Gray Stadium para o Clash, após uma pausa de 54 anos, despertou entusiasmo entre os fãs. A campanha promocional destacou o piloto mais popular sete vezes, Chase Elliott, apesar da sua relutância anterior em participar em atividades promocionais. Ironicamente, a sua mudança de atitude em 2025 foi influenciada pelos incentivos de marketing de pilotos da NASCAR, que variam entre 10 e 20 milhões de dólares. Esta decisão gerou tanto elogios como críticas. Denny Hamlin, no entanto, abraçou este caminho promocional ao mesmo tempo que lançava farpas à entidade reguladora. Ele sugere que foram necessários incentivos financeiros para motivar os pilotos a promover o desporto.
Hamlin fez uma crítica sarcástica à NASCAR através de um post no X, afirmando: “Venham ver-me a promover e a fazer crescer o nosso desporto este sábado”, em resposta ao anúncio da Joe Gibbs Racing sobre as suas aparições no Phoenix Raceway. Para além de correr, Hamlin também faz parte do novo Programa de Embaixadores de Pilotos (DAP) da NASCAR para 2025, que oferece aos pilotos até 2 milhões de dólares por ano para atividades promocionais fora das pistas.
Esta crítica subtil resulta da afirmação do advogado da NASCAR, Chris Yates, que disse: “A NASCAR quer trabalhar com as equipas para fazer crescer o desporto. Não sei se a 23XI e a Front Row realmente querem fazer crescer o desporto.” Esta contra-ação faz parte de uma batalha legal que começou em outubro de 2024, quando a 23XI e a Front Row Motorsports processaram a NASCAR, alegando que as suas regras criam um monopólio que estrangula equipas, pilotos, patrocinadores e fãs.
Hamlin, um piloto da NASCAR Cup Series desde 2005 e um crítico vocal da estrutura do desporto, expressou a sua frustração no Media Day do Daytona 500 a 14 de fevereiro de 2025. Ele afirmou que tem tentado provocar uma mudança positiva no desporto que adora há 20 anos. No entanto, acredita que a mudança vem acompanhada de resistência e que a ação legal era necessária para instigar essa mudança.
Hamlin também partilhou recentemente a sua perspetiva sobre o futuro do Circuito das Américas (COTA) na NASCAR. O lugar da COTA no calendário da NASCAR é incerto. A Speedway Motorsports Inc., que arrenda o circuito, está a ponderar as suas opções em relação ao regresso da COTA em 2026, com considerações financeiras a serem um fator importante. Hamlin, com a sua experiência de duas décadas na NASCAR, entende a dinâmica empresarial e acredita que, se arrendar a COTA se revelar demasiado caro, a Speedway poderá deslocar a corrida.
A perspetiva de Hamlin é pragmática, reconhecendo que, embora a COTA seja um circuito popular, a decisão será, em última análise, determinada por considerações financeiras e não apenas pelo valor de entretenimento. Enquanto os fãs aguardam o veredicto sobre se a COTA continuará a fazer parte da NASCAR em 2026, Hamlin continua a ser realista.