A Daytona 500 está a apenas uma semana, mas o maior debate na NASCAR neste momento não é sobre velocidades de pole ou estratégias de drafting—é sobre uma nova regra controversa que garante a lenda da IndyCar Helio Castroneves um lugar de partida garantido, mesmo que ele não consiga qualificar-se.
A regra de Isenção Provisória Aberta (OEP) desencadeou uma tempestade de debate, com a estrela da NASCAR Denny Hamlin a liderar a carga, chamando-a de nada mais do que um “truque.”
“Acho que isso cheira a desespero… Sejam os grandes e forcem as pessoas a virem aqui e obterem as suas credenciais e fazerem isso da maneira natural,” disse Hamlin antes do Cook Out Clash de 2025.
A frustração de Hamlin é clara: Por que um outsider deve ter um lugar garantido na maior corrida da NASCAR sem o ganhar na pista?
Mas o veterano da NASCAR Kenny Wallace vê as coisas de forma um pouco diferente—e ele não está totalmente a discordar de Hamlin também.
A NASCAR Está Desesperada por Atenção? Kenny Wallace Acha que Sim—E Isso Não é uma Coisa Má
Wallace concorda que a medida da NASCAR é desesperada, mas acredita que o desespero não é necessariamente uma coisa má.
“Voltando ao que Denny disse sobre ser desespero, bem, chamem-lhe o que quiserem,” disse Wallace.
“Mesmo que a NASCAR dissesse, ‘Olhem, estamos um pouco desesperados neste momento’… É publicidade. É marketing.”
Wallace argumenta que Castroneves traz algo que a NASCAR precisa—atenção global.
Com o Brasil a ostentar uma população de mais de 200 milhões, a presença de Castroneves poderia atrair um público completamente novo para o desporto, potencialmente expandindo o alcance internacional da NASCAR.
“Castroneves é uma superestrela, e a NASCAR não tem muitas dessas neste momento,” continuou Wallace.
A NASCAR Carece de Superestrelas?
Wallace fez outra observação direta—a NASCAR não tem estrelas suficientes a levar o desporto para a frente.
“Eu sempre disse que não temos nenhum piloto superstar da NASCAR,” afirmou Wallace.
“Agora, se Chase Elliott conseguir manter isto, quero dizer, essa é a única coisa que vai mudar a NASCAR.”
Os seus comentários refletem as preocupações de fãs de longa data de que a NASCAR tem lutado para substituir as personalidades maiores que a vida do passado.
Quando Dale Earnhardt Jr. se aposentou, a NASCAR perdeu milhões de fãs leais. Poderá Chase Elliott, um sete vezes Condutor Mais Popular, ser aquele que reacende a base de fãs da NASCAR?
É a Daytona 500 o Lugar Certo para Esta Regra?
Enquanto Wallace defende a estratégia de marketing da NASCAR, o seu co-anfitrião Charlie Marlow acredita que a regra OEP deveria ser utilizada em corridas menores—não na Daytona 500.
“Se tiver outras corridas talvez onde não tenha tanta atenção e promoção… É aí que sinto que ter um Max Verstappen ou alguém assim pode trazer mais atenção,” disse Marlow.
“Mas não precisa de atenção extra para a Daytona 500.”
A Daytona 500 já atrai uma das maiores multidões nos desportos motorizados americanos, frequentemente entre 150.000-200.000 espectadores, mesmo em anos menos bons.
Então, por que implementar um truque publicitário para uma corrida que já é o evento mais visto no calendário da NASCAR?
A NASCAR Está a Transformar a Sua Maior Corrida Numa Competição de Popularidade?
A regra de Isenção Provisória não diz respeito apenas a Castroneves—é sobre quem é escolhido e porquê.
Até Jeff Gordon expressou preocupações, questionando se este sistema transforma a qualificação para o Daytona 500 numa “competição de popularidade.”
“O que acontece com campeões passados como Jimmie Johnson?” perguntou Gordon.
Se a NASCAR começar a selecionar pilotos com base no seu carisma, isso dilui a integridade competitiva do desporto?
Ou é um passo necessário para manter o desporto fresco, relevante e apelativo para novos fãs?
A Questão Fundamental: Tradição vs. Crescimento—Onde é que a NASCAR Traça a Linha?
Este debate sobre a OEP não é preto e branco—é um confronto entre as tradições antigas da NASCAR e a sua busca por crescimento moderno.
Hamlin e Gordon representam os puristas, que querem que os pilotos ganhem os seus lugares da maneira difícil.
Wallace e outros vêem o quadro de marketing mais amplo—a NASCAR precisa de estrelas globais como Castroneves para atrair novos fãs e exposição internacional.
Assim, a questão permanece:
A NASCAR está a vender as suas tradições, ou isto é apenas um negócio inteligente?
Apenas o tempo—e a reacção ao debut de Castroneves no Daytona 500—dirão.