Numa jornada que parece um conto de fadas da Fórmula 1, a McLaren completou uma das reviravoltas mais notáveis da história do automobilismo. Após anos na obscuridade, a equipa conquistou o seu primeiro Campeonato de Construtores desde 1998, coroando uma odisseia de uma década com a vitória dominante de Lando Norris no Grande Prémio de Abu Dhabi.
Esta vitória não apenas marcou um retorno à glória—simbolizou a culminação de resiliência, crença e pura determinação. Andrea Stella, o Diretor da Equipa McLaren, refletiu sobre a transformação sísmica, notando o quão longe a equipa chegou desde os seus dias mais sombrios em 2015.
“Quando me juntei à McLaren em 2015, estávamos a cinco segundos do tempo mais rápido na Q1 na Austrália,” revelou Stella a alguns meios de comunicação selecionados. “Estávamos efetivamente no fundo da grelha. Agora, em 2024, estar aqui como campeões, parece que completamos um ciclo. Tem sido uma jornada definida pela crença, resiliência e pela vontade de mudar.”
O Caminho para a Redenção
A queda da McLaren foi drástica. Uma vez uma potência da F1, a equipa tornou-se sinónimo de subdesempenho e potencial não concretizado. No entanto, as sementes da recuperação foram plantadas com a chegada de Zak Brown como CEO e a reestruturação da liderança da equipa. Foram feitos investimentos em infraestrutura, pessoal e visão a longo prazo.
“Zak Brown e os nossos acionistas depositaram a sua fé na mudança,” disse Stella. “Eles acreditaram na necessidade de reconstruir não apenas o nosso carro, mas a nossa cultura. Deram-nos os recursos e a confiança para tornar esta transformação possível.”
Desde instalações de última geração até uma estrutura de gestão reimaginada, a McLaren começou lentamente a recuperar a competitividade. O culminar deste esforço foi evidente na temporada de 2024, com o MCL38 a destacar-se como o carro a vencer e Norris a liderar a carga com consistência e brilhantismo.
Desbloquear o Poder das Pessoas
Central à ressurreição da McLaren tem sido o seu pessoal—uma força de trabalho de 1.000 pessoas a operar com máxima eficiência. Stella elogiou a determinação incessante da equipa em melhorar, enfatizando que o sucesso a este nível requer mais do que apenas avanços tecnológicos.
“A peça final deste quebra-cabeça veio do desbloqueio do potencial total das nossas pessoas,” explicou. “Quando 1.000 indivíduos operam a um alto nível, alinhados em torno de um único objetivo, os resultados podem ser extraordinários. Este título pertence tanto a eles como a Lando ou à equipa.”
Stella reconheceu que a escala do progresso pode ser difícil de compreender para os de fora, mas insistiu que foi este elemento humano que elevou a McLaren de volta ao topo.
“Não se pode alcançar este nível de desempenho e fiabilidade sem que cada pessoa dê o seu melhor,” disse. “Tem sido incrível testemunhar esta rápida evolução na última década.”
Um Legado em Formação
Para a McLaren, o Campeonato de Construtores de 2024 não é um ponto final, mas o início de uma nova era. A equipa provou que pode superar a adversidade e agora visa manter-se no auge da Fórmula 1.
“Não vemos isto como a linha de chegada,” declarou Stella. “Isto é apenas o ponto de partida para um novo capítulo de domínio. O trabalho árduo continua, e estamos prontos para o que o futuro nos reserva.”
O Factor Norris
Lando Norris, a cara do renascimento da McLaren, personificou a garra e a determinação da equipa ao longo da temporada. A sua vitória em Abu Dhabi não foi apenas uma vitória para a McLaren, mas uma declaração de intenções para o futuro.
“Vocês todos merecem isto,” comunicou Norris à sua equipa após cruzar a linha de chegada. “Muito obrigado. Tem sido um ano especial, e no próximo ano, também vai ser o meu ano.”
A Palavra Final
A jornada da McLaren de 2015 a 2024 é uma das histórias mais inspiradoras da moderna Fórmula 1. Desde as profundezas do desespero até às alturas da glória do campeonato, é um testemunho de resiliência, crença e do poder das pessoas a trabalharem juntas por um objetivo comum.
À medida que o champanhe flui e as celebrações continuam, uma coisa é clara: a McLaren está de volta ao seu lugar—no topo do mundo da Fórmula 1. E desta vez, está determinada a ficar.