No passado domingo, A NASCAR regressou às suas raízes—e os resultados foram nada menos que elétricos. O Cook Out Clash no Estádio Bowman Gray proporcionou exatamente o que os fãs desejavam: corridas de curta distância à moda antiga e com garra. Com uma multidão que abrangeu 44 estados, cinco países e três continentes, ficou claro que o alcance da NASCAR se estende muito além das fronteiras dos EUA.
Agora, com a expansão internacional em cima da mesa, a NASCAR está a considerar uma mudança para o Brasil em 2026. Mas Dale Earnhardt Jr. não está convencido da ideia.
Dale Jr.: A NASCAR Deve Concentrar-se na Sua Identidade Fundamental
Um vencedor de 26 corridas da Cup Series e a face da NASCAR tradicional, Dale Jr. tem sido fundamental na revitalização de pistas históricas como o North Wilkesboro Speedway. Ele compreende o poder da nostalgia e acredita que a verdadeira força da NASCAR reside nas suas profundas raízes americanas—não em perseguir a expansão a todo custo.
Falando no The Dale Jr. Download, ele expressou o seu ceticismo sobre o impulso da NASCAR para se tornar global:
“Para conseguir atrair novos fãs – sim, tens de viajar. Tens de sair da tua zona de conforto. Mas não precisas de despender uma tonelada de energia a fazer isso. Sê um atrativo tão divertido que eles venham até ti.”
O Dilema do Brasil: Demasiado Esforço para Pouco Retorno?
As ambições internacionais da NASCAR têm sido claras há algum tempo. No passado mês de julho, os funcionários foram instruídos a manter os seus passaportes atualizados, e logo depois, uma corrida oficial pontuável na Cidade do México foi adicionada ao calendário de 2025. Entretanto, as conversações com oficiais em São Paulo têm acelerado os planos para uma potencial corrida em 2026 no Brasil.
Mas Earnhardt Jr. questiona se o esforço logístico vale realmente a pena.
“Se estás a ver na televisão, porque é que te importa onde é?… Em termos de NASCAR, tens uma pista, mantém-te nessa pista. Sê tu mesmo, e os fãs virão… para isso.”
Para as equipas, a corrida no Brasil exigiria 10 dias de preparação, além de uma semana adicional para recuperar e reorientar antes da Daytona 500. Isso é uma massiva dor de cabeça logística—algo que Dale Jr. acredita desvia a atenção da força central da NASCAR.
Reviver os Clássicos: A Verdadeira Fórmula para o Sucesso?
Em vez de olhar para o exterior, Dale Jr. acredita que a magia da NASCAR reside nos locais históricos que construíram o desporto—pistas que ocupam um lugar especial no coração dos fãs.
“Olha a excitação à volta de Bowman Gray – há uma grande energia à volta de Wilkesboro, o Rockingham Speedway está a voltar ao ativo. Essas pistas foram as que estávamos a utilizar quando o desporto explodiu fora de controlo nos anos 2000.”
Ele continuou, reforçando a sua convicção de que a era dourada da NASCAR não foi alimentada pela expansão internacional:
“Não explodimos nessa altura porque estávamos no Brasil ou a ir para o Coliseu – tínhamos tudo o que precisávamos aqui… as pistas que realmente te ajudaram a tornar-te neste desporto colossal.”
Nem Todos Concordam: Insiders da NASCAR Defendem Crescimento Global
Enquanto Dale Jr. e Kevin Harvick tendem a manter o foco da NASCAR nos Estados Unidos, outras vozes da indústria veem o crescimento internacional como um passo crucial a seguir. Com a ascensão da Fórmula 1 em popularidade global, alguns acreditam que a NASCAR precisa entrar em novos mercados para se manter competitiva.
Mas será que a NASCAR consegue realmente capturar a mesma energia no estrangeiro, ou deverá apostar na ressurgência nostálgica das pistas clássicas?
Com o México já no calendário de 2025, a resposta pode chegar mais cedo do que o esperado. Se as corridas internacionais trouxerem uma nova excitação, o Brasil pode ser o próximo. Mas se falharem, a filosofia de Dale Jr. de “fica na tua linha” pode provar ser a melhor aposta da NASCAR.