A Cupra, afirmam os responsáveis da marca detida pela Seat, recomenda-se! Recentemente, comemorou a produção e a venda do primeiro milhão de unidades, e, nos primeiros nove meses de 2025, entregou cerca de 250 000 automóveis – trata-se de um recorde, devido, em grande medida, ao aumento de 84% nas vendas de elétricos (Born e Tavascan), comparativamente ao mesmo período de 2024.
E a sua estratégia de eletrificação prepara-se para ganhar (mais) fôlego, com a apresentação e o arranque da produção, e da comercialização, do terceiro modelo 100% elétrico, o oitavo do fabricante que comemora oito anos em 2026: o Raval. Destinado à classe dos utilitários, segmento importante para os construtores com ambições de crescimento na produção e nas vendas na Europa, tem estreia agendada para fevereiro, e início de comercialização em Portugal planeado para o verão.




O Raval integra a nova gama de modelos elétricos de vocação urbana do Grupo VW, que também conta com o Skoda Epiq e os VW ID. Cross e ID. Polo – com a Seat a assumir o comando do desenvolvimento de programa determinante para o “gigante” germânico. Todos estes modelos assentam na plataforma MEB+ de tração dianteira, com o Cupra a medir 4046 mm de comprimento e 2600 mm entre eixos.
O exemplar conduzido em estradas próximas do quartel-general da marca, em Martorell, integra a frota de testes, e apresentava-se “camuflado” tanto no interior, como no exterior (no segundo caso, cobria-o revestimento em vinil com o mapa do bairro histórico e multicultural na zona da Cidade Velha de Barcelona, ao lado das Ramblas, por exemplo, de que herda o nome)! Ainda assim, foi possível observar os puxadores embutidos nas portas, a assinatura luminosa de LED, com os triângulos como figuras geométricas dominantes (e são-no tanto à frente como atrás), a instrumentação digital, os quatro comandos individuais para os vidros elétricos, e muito pouco mais.
O Cupra Raval, como o VW ID. Polo, será produzido na fábrica da Seat em Martorell, cidade vizinha de Barcelona. Skoda Epiq e VW ID. Cross sairão das linhas de montagem da unidade fabrica que a VW detém em Pamplona, Navarra. E os quatro membros da gama “Electric Urban Car” ambicionam contribuir, ativamente, para o processo de democratização dos automóveis elétricos na Europa, por disporem de preços muito pouco acima da “barreira” dos €25 000. E, assim, espera-se, a tecnologia está acessível a um maior número de consumidores.




“O Raval está a construir o caminho para o futuro da Cupra, combina tudo o que a marca representa: design excitante, emoção, performance eletrizante, e prazer de condução”, afirmou Markus Haupt, CEO da SEat. “E, para nós, é mais do que um automóvel. O consórcio entregou-nos o projeto Electric Uban Car. O programa fortalece as sinergias dentro do grupo, e, simultaneamente, posiciona Espanha na frente do progresso da mobilidade elétrica, com a produção de automóveis acessíveis a milhões de condutores”, sublinha.
O novo utilitário tem o ADN desportivo da Cupra, por contar com um chassis 15 mm mais baixo do que os outros três membros da gama “Electric Urban Car”, e vias 10 mm mais largas. A direção e a suspensão também foram especificamente adaptadas para promover a agilidade, a estabilidade e a precisão na condução, e o controlo de estabilidade conta com modo Sport e função que permite desativá-lo.
Esta orientação expressa-se bem na versão VZ Extreme, precisamente a que foi possível conduzir em Espanha: motor com 226 cv e 290 Nm, alimentado por uma bateria NMC com 56 kWh de capacidade (antecipa-se uma autonomia de até 400 km, mas o modelo ainda não está homologado…). Os bancos dianteiros do tipo CUPBucket, o sistema amortecimento variável DCC, as jantes rodas de 19’’ (com pneus com 235 mm de largura) e o autoblocante eletrónico também fazem parte do seu lote de atributos.
No Raval VZ Extreme, dependendo do modo de condução (Range, Comfort, Performance, Cupra ou Individual) selecionado, através dos comandos no volante, ou do ecrã de comando do sistema de infoentretenimento , é mais ou menos reativo aos movimentos no acelerador, e consome mais ou menos energia. O conforto de rolamento mais do que satisfaz, mesmo ativando os programas desportivos, devido à capacidade de filtragem do piso assegurada pelo DCC. E a travagem regenerativa, que tem os três níveis de intensidade ativados em patilhas na coluna da direção e dispõe de função do tipo One-Pedal (seleciona-se no seletor da caixa, passando-o da posição D para a B), também aumenta o envolvimento na condução, que é maior, sensorialmente, com o programa Interior Sound proposto somente nas duas configurações mais desportivas (Performance e Cupra) – utiliza os altifalantes (doze) do sistema de som Sennheiser.



A Cupra não anunciou, ainda, os preços do Raval. A versão VZ Extreme é a de topo de gama, e apresenta-se como rival do Alpine A290 GTS (€45 200) e do Mini Cooper SE (€36 200). O primeiro, com 218 cv, monta uma bateria com 52 kWh de capacidade, anuncia uma autonomia de 361 km no ciclo WLTP, cumpre os 0-100 km/h em 6,4 segundos, e é capaz de uma velocidade máxima limitada a 170 km/h. O segundo, também com 218 cv, dispõe de uma bateria com 54,2 kWh, anuncia 400 km de autonomia, 6,7 segundos nos 0-100 km/h, e os msemos 170 km/h de velocidade máxima.
A Cupra, para este Raval, confirma dois níveis de potência (210 cv nas versões Dynamic e Dynamic Plus), e baterias com duas capacidades e duas químicas (a alternativa à NMC com 56 kWh é a LFP com 38 kWh, que permite até 300 km de autonomia). Neste primeiro contacto com o novo modelo, a marca não anunciou a composição da gama, nomeadamente as combinações motor-bateria que tem planeadas.
Existem, todavia, outras certezas: equipamento abundante, sobretudo em matéria de assistência à condução (ADAS), e potencial de personalização muito acima da média. Por isso, o Cupra Raval será mais caro do que Skoda Epiq ou VWID. Polo, modelos que surgirão no mercado europeu quase em simultâneo – a expetativa é de preços a partir de €26 000 para a proposta espanhola. O VW ID. Polo será proposto por menos de €25 000, tal como o Skoda Epiq. Já o VW ID. Cross vender-se-á a partir de €28 000-€30 000.









