À medida que Lewis Hamilton se prepara para vestir o vermelho da Ferrari na temporada de Fórmula 1 de 2025, os especialistas em desportos motorizados estão a traçar paralelos entre a sua mudança e a passagem menos brilhante de Michael Schumacher após a reforma na Mercedes. O ex-piloto da F1 David Coulthard alertou que Hamilton, apesar do seu sucesso sem igual, poderá enfrentar uma batalha difícil ao fazer a transição para a Ferrari, onde competirá ao lado do eletrizante Charles Leclerc.
Uma Aposta que Define a Carreira
A saída de Hamilton da Mercedes, a equipa que lhe proporcionou seis dos seus sete campeonatos do mundo, é tão ousada quanto surpreendente. Com 39 anos, a superestrela britânica enfrenta agora o que Coulthard descreve como “um lançamento de dados” com a Ferrari, uma equipa que outrora rivalizou ferozmente. Coulthard avisou que, embora a ambição de Hamilton de perseguir o seu oitavo campeonato recorde seja admirável, os desafios de se adaptar a uma nova equipa e de enfrentar um colega de equipa mais jovem e igualmente faminto como Leclerc não podem ser subestimados.
O Regresso de Schumacher à Mercedes: Um Paralelo Aterrador
Coulthard fez comparações a Schumacher, que regressou à F1 em 2010 com a Mercedes após se retirar como uma lenda da Ferrari em 2006. Apesar das elevadas expectativas, o regresso do ícone alemão não correspondeu, rendendo apenas um pódio em três temporadas. Embora o cenário de Hamilton seja diferente, uma vez que ele continua a ser um competidor ativo em vez de um reformado a fazer um regresso, Coulthard apontou as semelhanças:
“Quando Michael voltou da reforma para assinar pela Mercedes, foi realmente chocante imaginar que ele fosse qualquer coisa além de uma lenda da Ferrari. Ele fez o seu melhor, mas não foi o mesmo que na sua primeira passagem pela Fórmula 1.”
O Desafio Leclerc
Charles Leclerc, da Ferrari, acaba de sair de uma temporada de 2024 onde esteve muito perto de conquistar o Campeonato de Pilotos, apresentando-se como um obstáculo formidável para Hamilton. Coulthard enfatizou que a velocidade de Leclerc e a sua familiaridade com a equipa da Ferrari podem dificultar a vida ao britânico:
“Lewis está a arriscar novamente com a Ferrari. Isso pode levar a uma rejuvenescimento de desempenho e a uma luta pelo campeonato do mundo. Mas vai ser desafiante porque ele tem de vencer um Charles Leclerc muito rápido.”
A dinâmica entre os dois pilotos da Ferrari será, sem dúvida, um ponto focal em 2025. A capacidade de Hamilton de apresentar desempenhos consistentes em qualificação e corrida, especialmente contra um colega de equipa do calibre de Leclerc, determinará se a sua mudança é um golpe de mestre ou um erro.
Um Teste de Longevidade e Grandeza
Coulthard também abordou o desafio único representado pela idade de Hamilton, observando que, embora a sua habilidade em corrida continue a ser excecional, as exigências da Fórmula 1 requerem um desempenho de pico consistente ao longo de uma temporada. Ele enquadrou a mudança de Hamilton como uma oportunidade para provar se ele ainda tem a vantagem:
“Se Lewis, aos 40 anos, perdeu um passo em termos futebolísticos, então poderá ter dificuldades em superar Charles ao longo de um ano.
“Essa é uma pergunta legítima, mas cabe a ele mostrar-nos. Não se trata de nós o menosprezarmos; trata-se de ele moldar o seu próprio futuro.”
A Aposta da Ferrari numa Lenda
Para a Ferrari, Hamilton representa tanto um investimento desportivo como simbólico. A Scuderia conta com o campeão de sete vezes para trazer experiência e uma mentalidade vencedora de campeonatos a uma equipa que não saboreia um título desde 2008. Os riscos são elevados para ambas as partes, e os resultados desta parceria podem redefinir o legado de Hamilton—ou desafiar a sua dominância no crepúsculo da sua carreira.