A Fórmula 1 pode finalmente estar a voltar com força a África, com o Circuito de Kyalami, na África do Sul, a liderar a carga após décadas de ausência. Os proprietários da pista icónica perto de Joanesburgo anunciaram um investimento de R117m (£7,7m/$9,8m) para atualizar o circuito e cumprir os padrões da FIA Grade 1, necessários para acolher um Grande Prémio de F1. As ambiciosas renovações visam trazer o auge do automobilismo de volta ao continente até 2027—mas a competição para garantir um lugar na corrida está a aquecer.
A Longa Seca da F1 em África e o Impulso para o Seu Regresso
A África não acolhe uma corrida de Fórmula 1 desde o Grande Prémio da África do Sul de 1993, onde Alain Prost conquistou a vitória. A ausência de uma corrida em África—um continente que cobre mais de 20% da Terra—tem sido amplamente criticada pelos pilotos, especialmente pelo campeão mundial de sete vezes Lewis Hamilton, que tem apelado repetidamente para que a F1 se torne verdadeiramente um “campeonato do mundo.”
O impulso para acabar com a seca de F1 em África é mais forte do que nunca. Com a explosão da popularidade da F1, alimentada por o Drive to Survive da Netflix, o Circuito de Kyalami está a posicionar-se como o local ideal. Já com uma infraestrutura sólida e qualidade de pista, o circuito precisa de melhorias, principalmente focadas na segurança, incluindo a expansão das barreiras Armco e das áreas de escape.
Kyalami Enfrenta Concorrência em Terreno Nacional e Além
Embora Kyalami pareça ser o favorito, não é a única candidatura sul-africana em jogo. O projeto Wakanda Smart City (WSC) na Eastern Cape surgiu como um concorrente rival, propondo um Grande Prémio como a joia da sua ambiciosa cidade futurista modelada após Dubai, Singapura e Mónaco.
O diretor de licitações MK Malefane elogiou o apoio financeiro da WSC, prometendo não depender de fundos governamentais. No entanto, ele alega que o processo de seleção para acolher a corrida tem sido tendencioso em favor de Kyalami.
“Tudo o que agora buscamos é a oportunidade livre e justa de apresentar o nosso caso como parte de um processo de seleção claro,” disse Malefane.
Para aumentar a tensão, o Ruanda também entrou na corrida. Kigali, a capital do país, já está em discussões com o CEO da F1 Stefano Domenicali e recentemente acolheu a cerimónia dos Prémios da FIA. Embora Kigali não tenha um circuito existente, estão em andamento planos para uma pista de última geração perto do aeroporto internacional, sinalizando a intenção séria do Ruanda de desafiar as propostas da África do Sul.
A Vantagem de Kyalami: Uma Pista com História e Preparação
Apesar da concorrência, Kyalami tem vantagens chave. O circuito está já cerca de 90% pronto para acolher corridas de F1, com infraestruturas e instalações para fãs elogiadas por especialistas. Em contraste, a Wakanda Smart City continua em construção, e Ruanda está a começar do zero.
A importância histórica de Kyalami acrescenta ao seu apelo. Sendo o local da última corrida africana de F1 e um espaço com um legado que remonta à década de 1960, possui um valor sentimental e simbólico. As atualizações planeadas irão modernizar o circuito enquanto preservam o seu património, garantindo que cumpra os exigentes padrões da F1.
As Apostas São Altas
Com o calendário da F1 a tornar-se cada vez mais concorrido, garantir uma corrida em África não será fácil. As candidaturas da África do Sul devem competir não apenas entre si, mas também com a proposta ambiciosa do Ruanda. No entanto, se bem-sucedido, um Grande Prémio Africano marcaria um momento transformador para a F1, expandindo a pegada global do desporto enquanto honra o seu compromisso com a inclusividade.
Por agora, Kyalami permanece como o principal candidato, mas a corrida está longe de estar decidida. À medida que as atualizações da pista avançam e as candidaturas rivais ganham impulso, a questão paira no ar: A África do Sul irá recuperar o seu lugar na Fórmula 1, ou outra nação africana irá roubar o protagonismo?