A era dourada das corridas de resistência está oficialmente em pleno andamento, e está prestes a ficar ainda mais intensa. Com oito fabricantes poderosos já confirmados na classe Hypercar do Campeonato Mundial de Resistência (WEC) de 2024, o campo de batalha está prestes a receber dois nomes lendários—Ford e McLaren—que estão a preparar um grande regresso em 2027.
Após anos de especulação, ambas as marcas chegaram à mesma conclusão: não podem dar-se ao luxo de ficar de fora.
A grelha do WEC de 2024 está cheia—mas é apenas o começo
A classe Hypercar já é uma corrida armamentista entre alguns dos maiores titãs do desporto motorizado. Esta temporada, Alpine, BMW, Cadillac, Ferrari, Peugeot, Porsche, Toyota e Aston Martin estão todos a lutar pela supremacia, começando com os 1812 km do Qatar a 28 de fevereiro.
Mas isto é apenas o começo. A marca de luxo da Hyundai, Genesis, está prestes a juntar-se em 2026, e agora a Ford e a McLaren estão prontas para reacender velhas rivalidades em 2027.
Uma parceria que quase aconteceu—até não acontecer
Durante anos, McLaren e Ford provocaram os fãs com a possibilidade de um regresso às corridas de resistência. Os dois fabricantes tinham sido defensores vocais da unificação das regulamentações técnicas entre o WEC e o IMSA SportsCar Championship, garantindo que as classes Hypercar e GTP pudessem competir de ambos os lados do Atlântico.
Em certo momento, chegou-se a falar de um programa conjunto, com a McLaren a desenvolver um Hypercar alimentado por um motor Ford. Essa parceria, no entanto, desmoronou—e a razão? Um desacordo fundamental sobre a filosofia do motor.
- A McLaren queria um V6 biturbo, baseado no seu supercarro híbrido Artura.
- A Ford insistiu num V8 atmosférico, mantendo-se fiel à sua filosofia tradicional de motores.
Quando nenhuma das partes estava disposta a ceder, a colaboração caiu por terra—mas em vez de abandonar os seus planos, ambos os fabricantes redobraram esforços em iniciativas individuais.
Porque é que a Ford e a McLaren não podem permitir-se ficar de fora
A decisão da Ford e da McLaren de finalmente comprometer-se com as corridas de Hypercar não é apenas uma questão de nostalgia—é uma questão de sobrevivência na indústria de automóveis de alta performance.
- O regresso da Ford é pessoal. A General Motors já está a roubar os holofotes no WEC com a Cadillac, e o CEO da Ford Jim Farley não está disposto a deixar que a Chevy tenha toda a glória. Depois de ver a Ford e a GM a lutarem ferozmente em GTD Pro nas 24 Horas de Daytona, ficou claro: a Ford precisa de um programa de topo para recuperar o seu legado em Le Mans.
- A entrada da McLaren é uma questão de estatuto. A Ferrari e a Porsche—os rivais mais ferozes da McLaren no mercado de carros exóticos—já estão a dominar a classe Hypercar. A marca britânica, que surpreendeu o mundo ao vencer Le Mans em 1995 com o F1 GTR, não pode dar-se ao luxo de estar ausente enquanto os seus concorrentes escrevem o próximo grande capítulo na história das corridas de resistência.
A Ford e a McLaren finalizam os seus planos de batalha
Depois de explorar vários conceitos, a Ford comprometeu-se oficialmente com as regulamentações LMDh, escolhendo a plataforma híbrida e mais económica em vez da rota LMH personalizada. Isso significa que o seu Hypercar será construído em torno de um dos quatro chassis baseados no LMP2, seguindo o mesmo caminho que a Acura, Alpine, BMW, Cadillac, Porsche e Lamborghini.
O anúncio oficial é esperado de forma iminente, possivelmente já na sexta-feira, durante a revelação do programa de 2025 da Ford Performance em Charlotte, Carolina do Norte.
A McLaren, por sua vez, também seguirá o caminho do LMDh, mas espera-se que faça parceria com a Dallara para desenvolver o seu chassis. A grande revelação? 13 de Junho em Le Mans, apenas um dia antes da 93ª edição da corrida de resistência mais icónica do mundo—um tributo poético à lendária vitória da McLaren em 1995.
O futuro das corridas de resistência é ilimitado
Com a Ford e a McLaren a juntarem-se a um já forte pelotão de Hypercar, a era de explosão do WEC não mostra sinais de abrandamento. A grelha contará em breve com dez fabricantes, garantindo lutas ultra-competitivas, apoiadas pelos fabricantes nas 24 Horas de Le Mans e além.
Onde é que tudo isto vai acabar?
Para os fãs das corridas de resistência, a verdadeira pergunta é—porque é que quereríamos que acabasse?