À medida que a Fórmula 1 se prepara para uma grande reformulação regulamentar em 2026, nem todos estão convencidos de que o desporto está a seguir na direção certa. O CEO da Fórmula E, Jeff Dodds, expressou fortes preocupações sobre as próximas mudanças, alertando que as novas regras poderiam resultar em carros mais pesados e mais lentos – uma consequência que poderia impactar gravemente a emoção e o prestígio da F1.
A temporada de 2024 é a penúltima antes da F1 iniciar uma nova era com regulamentos que farão com que os carros sejam alimentados por uma mistura de 50/50 de energia de combustão interna e elétrica. Esta configuração híbrida tem como objetivo impulsionar o desporto para um futuro mais sustentável, mas Dodds não está convencido. Ele argumenta que a dupla fonte de energia pode perturbar o delicado equilíbrio entre peso e potência, potencialmente transformando as máquinas de ponta do desporto em veículos lentos e pesados.
A principal queixa de Dodds centra-se no aumento de peso que as novas regulamentações inevitavelmente trarão. Ele prevê que a massa adicional, juntamente com o desafio de integrar dois sistemas de energia distintos, poderia abrandar significativamente os carros – um pecado capital num desporto onde a velocidade é tudo. “As equipas e pilotos de Fórmula 1 prosperam na busca pela velocidade. Se essas mudanças tornarem os carros mais pesados e mais lentos, corre-se o risco de alienar os fãs e diluir a essência que torna a F1 tão emocionante”, alertou Dodds.
Embora Dodds reconheça a importância dos esforços da F1 para reduzir as emissões de carbono, ele é cético em relação à viabilidade a longo prazo das novas regras. Ele admite que a incorporação de combustíveis elétricos e tecnologia híbrida é um passo na direção certa para o meio ambiente, mas também teme que essas mudanças possam complicar a dinâmica tradicional das corridas de F1. A complexidade adicional, argumenta ele, pode prejudicar a pureza do esporte, que sempre se tratou de empurrar os limites de velocidade e engenharia.
Dodds também sugere implicações mais amplas para a Fórmula 1. Se as novas regulamentações tornarem os carros menos emocionantes de assistir, o esporte pode perder seu apelo, não apenas para os fãs, mas também para os fabricantes. Apesar de suas reservas, Dodds reconhece que a F1 está no caminho certo quando se trata de contribuir para um futuro mais verde. No entanto, ele permanece cético sobre se esse caminho preservará o legado do esporte de ser o ápice do automobilismo.
À medida que a temporada de 2026 se aproxima, o debate sobre a direção da F1 só se intensificará. Embora o movimento em direção à sustentabilidade seja louvável, o desafio será garantir que o esporte não sacrifique seu apelo central no processo. Por enquanto, o CEO da Fórmula E lançou o desafio, levantando questões que a F1 precisará responder mais cedo ou mais tarde.
Foto do Instagram de Jeff Dodds