Carlos Sainz classificou o seu furo no Grande Prémio do Qatar como a “tempestade perfeita”, lamentando uma sequência de contratempos que deixou a Ferrari a tentar minimizar danos na sua luta contra a McLaren pelo Campeonato de Construtores de 2024.
O piloto espanhol sofreu um furo no pneu dianteiro esquerdo no início do segundo stint, momentos depois de Valtteri Bottas ter atingido detritos do espelho retrovisor solto de Alex Albon no rápido Circuito Internacional de Lusail. Sainz foi forçado a arrastar a sua Ferrari SF-23 por toda a pista de 5,4 quilómetros, agravando os seus problemas com uma paragem lenta nas boxes e a entrada mal-timed do Safety Car ao sair das boxes.
“Não Poderia Ter Sido Pior”
Falando de forma franca após a corrida, Sainz refletiu sobre o cenário de pesadelo que o deixou frustrado e fora da luta.
“Acho que não poderíamos ter tido um resultado pior,” disse Sainz. “Tivemos um furo praticamente a sair da última curva. Isso significou que precisei de fazer uma volta inteira com um pneu furado, perdendo muito tempo de corrida. Depois tivemos uma paragem lenta nas boxes durante a troca do pneu furado, e assim que saí das boxes, o Safety Car foi acionado.”
O timing do Safety Car permitiu que os rivais parassem sob condições de bandeira amarela, custando à Ferrari ainda mais tempo valioso. “Não poderia ter sido pior,” admitiu Sainz.
Um Raio de Recuperação
Apesar da calamidade, Sainz conseguiu recuperar-se e terminou em sexto lugar, a mesma posição em que começou a corrida. O seu colega de equipa, Charles Leclerc, garantiu um vital segundo lugar, amenizando o golpe para a Ferrari na sua intensa batalha com a McLaren.
“Comecei em P6, terminei em P6, mas com tudo o que aconteceu, parece uma pequena vitória,” disse Sainz. “Tive de correr com algum dano, por isso terminar onde comecei é uma espécie de limitação de danos. A equipa a marcar o máximo de pontos com o Charles foi crucial.”
O Enigma do Pneu Furado
Sainz reconheceu que uma mistura de fatores contribuiu para o seu furo, incluindo o desgaste extremo dos pneus e os notoriamente afiados bordos em Lusail.
“Todos estavam a correr com o pneu dianteiro esquerdo muito desgastado. Isso expõe o pneu a furos, e depois com a gravilha, detritos e bordos afiados, poderia ter sido qualquer um desses fatores,” disse Sainz. “Nunca saberemos ao certo, mas foi a tempestade perfeita.”
O Diretor da Equipa Ferrari, Frederic Vasseur, reiterou os sentimentos de Sainz, sugerindo que os detritos do espelho retrovisor de Albon eram o provável culpado. “O plano era entrar nas boxes ainda mais tarde, mas o furo forçou-nos a agir,” admitiu Vasseur.
A Saga do Safety Car Acrescenta Frustração
Uma fonte chave da frustração de Sainz foi o atraso na ativação do Safety Car. Apesar de múltiplos furos e bandeiras amarelas, o Safety Car foi chamado apenas após danos significativos já terem ocorrido.
“Gostaria que o Safety Car tivesse saído enquanto eu tinha o furo, para que ninguém pudesse ultrapassar-me,” disse Sainz. “Em vez disso, tive de fazer uma volta inteira com um carro danificado, perder tempo com uma paragem lenta nas boxes e depois ver outros a beneficiarem-se do Safety Car.”
O momento da ativação do Safety Car também gerou críticas de outros pilotos, levantando questões sobre o processo de tomada de decisão da FIA durante a corrida.
As Dificuldades da Ferrari no Qatar Destacam Problemas de Configuração
Para além do caos dos furos, Sainz apontou para questões mais profundas com a configuração do carro da Ferrari no Qatar. Apesar das alterações, a Ferrari teve dificuldades com “questões fundamentais” no circuito de alta velocidade, deixando-os vulneráveis ao ritmo da McLaren.
Perspectivas para Abu Dhabi
À medida que a Ferrari se prepara para a final da temporada em Abu Dhabi, o GP do Qatar de Sainz serve como um lembrete claro de quão rapidamente as fortunas podem mudar na Fórmula 1. Com apenas 21 pontos a separar a Ferrari da McLaren no Campeonato de Construtores, cada decisão contará no que promete ser um emocionante confronto final.
“Vamos reunir-nos e dar o nosso melhor em Abu Dhabi,” prometeu Sainz. “Esta equipa tem a resiliência para se recuperar, e eu darei tudo para terminar a temporada em grande.”