Carlos Sainz expressou a sua frustração em relação às mudanças regulatórias da Fórmula 1 que se avizinham em 2026, lamentando que o reinício possa desestabilizar o equilíbrio competitivo que a F1 conseguiu arduamente alcançar. Após uma emocionante temporada de 2024, onde sete pilotos venceram várias corridas, o espanhol acredita que o desporto finalmente está a mostrar um campo de jogo equilibrado — apenas para ser reiniciado mais uma vez.
Sainz: “É uma Pena”
Falando abertamente sobre a reforma iminente, Sainz expressou a sua desilusão:
“É uma pena, de certa forma, que isto esteja a reiniciar em ‘26 porque sinto que a Fórmula 1 está, pela primeira vez em muito, muito tempo, a alcançar um campo de jogo equilibrado entre todas as equipas e todos os pilotos. Para mostrar quem é a melhor equipa, mas também quem é o melhor piloto. E sim, acho que é um pouco uma pena.”
A última grande mudança regulatória em 2022 introduziu a era do efeito de solo, dando início a dois anos de domínio da Red Bull. No entanto, a temporada de 2024 viu um notável ressurgimento na competição, com McLaren, Ferrari, Mercedes e Aston Martin a lutarem consistentemente na frente. Os fãs foram presenteados com um espetáculo raramente visto na F1 moderna, e muitos temem que 2026 possa reverter este progresso.
A Aposta de Sainz com a Williams
Enquanto lamenta as mudanças mais amplas na F1, Sainz também está a enfrentar um desafio pessoal significativo. O espanhol, recém-saído da sua melhor temporada de F1, deixou a Ferrari para liderar a Williams — uma equipa que tem estado a languidecer na parte de trás da grelha.
A mudança de Sainz é ousada, impulsionada pela sua fé na visão do Diretor da Equipa, James Vowles, de devolver a histórica formação à sua antiga glória. A Williams, outrora um titã na F1 com batalhas regulares contra a Ferrari, tem estado a reconstruir-se a partir do seu estatuto de equipa de trás da grelha.
Vowles delineou um plano ambicioso, mas moderou as expectativas.
“Se me pedires para me comprometer com uma data, diria mais para 28. Mas o ponto é que devemos estar no caminho certo até 26 e 27. Há bastante investimento, gestão sénior e outros elementos a entrar em ação. Em 28, estaria muito mais confiante em olhar-te nos olhos e dizer: ‘Sim.’”
Este cronograma sugere que a Williams poderá tornar-se competitiva até 2028 — mas, nesse ponto, Sainz terá 34 anos. O espanhol está bem ciente de que os seus anos de pico estão a passar, tornando a sua mudança para a Williams uma aposta de alto risco.
Um Risco que Vale a Pena?
Para Sainz, a decisão de se juntar à Williams depende da promessa de liderar uma equipa de volta à glória, mas o cronograma apresenta desafios. Se a Williams não conseguir entregar progressos significativos até 2026 ou 2027, Sainz poderá encontrar-se à margem em favor de talentos mais jovens prontos para aproveitar o ressurgimento da equipa.
No entanto, Sainz parece resoluto no seu compromisso com o projeto, refletindo a sua crença na visão da equipa e o seu desejo de deixar um legado além das vitórias em corridas.
O Futuro da F1: Paridade vs. Dominância
A crítica de Sainz às regulamentações de 2026 ecoa preocupações levantadas por outras figuras no paddock, incluindo o Principal da Equipa Red Bull, Christian Horner. Ambos argumentaram que a nova paridade do desporto poderia ser desfeita pelo reset, criando a possibilidade de uma equipa dominar sob as novas regras.
Com Sainz a liderar uma Williams em reconstrução e os fãs da F1 a desfrutar de algumas das corridas mais próximas dos últimos anos, as regulamentações de 2026 surgem como um potencial perturbador. Por agora, o espanhol e os seus apoiantes só podem esperar que as mudanças que se aproximam não desvirtuem o progresso que a F1 fez em proporcionar corridas emocionantes e competitivas.