Ao abrigo do programa “Electric Urban Car Family”, gerido pela Seat /Cupra, o Grupo VW está a desenvolver uma nova geração de automóveis 100% elétricos, o qual prevê entrem em produção, até final de 2026, quatro modelos de dimensões contidas e preço acessível, dois deles sob a chancela da própria VW: ID. Polo e ID. Cross. Depois das primeiras impressões de condução do Cupra Raval, a produzir em Martorell, próximo de Barcelona, na mesma linha de montagem do ID. Polo, primeira experiência aos comandos do ID. Cross Concept, testado ainda na forma de protótipo único, e não de veículo de desenvolvimento, e em percurso fechado, na Marina de Cascais, e não em estrada pública.
Seja como for, indesmentível é que o ID. Cross é um modelo importantíssimo para a VW, por competir no segmento B com o formato de carroçaria da moda, por sinal, a combinação que mais vendas de automóveis novos vale na Europa. O modelo aparecerá no mercado só no final do próximo ano, após a chegada do ID. Polo, prevista para setembro de 2026, e é apresentado pela casa de Wolfsburg como alternativa ao T-Cross fabricado em Pamplona, precisamente a unidade fabril eleita para produzir o ID. Cross, na mesma linha de montagem de onde sairá o “gémeo” Skoda Epiq.





Não sendo conhecidos, para já, os planos da VW para o T-Cross, apresentado em 2018, admite-se a possibilidade de ser descontinuada, faseadamente, a produção do SUV mais pequeno da sua gama (4,1 m), algo que permitiria ganhar muita capacidade na fábrica espanhola. O ID. Cross diferencia-se do seu homólogo com motor a combustão pela motorização elétrica, pelo design (Pure Positive é o nome da nova linguagem de “design” dos alemães), e pelas dimensões – com mais 8 cm de largura, para benefício da liberdade de movimentos nos bancos traseiros. A bagageira, com os encostos dos bancos traseiros na vertical, oferece 450 litros de capacidade, e também existe compartimento de carga sob o capot, o denominado frunk, com 25 litros.
Na base do ID. Cross está a plataforma MEB+ (chamam-lhe, igualmente, MEB Entry e MEB Small), derivada da MEB do ID.3 e muitos outros, desenvolvida para uma nova geração de modelos 100% elétricos de tração dianteira, com “preço-alvo” a partir de €25 000 € (€28 000-€30 000 € no caso deste SUV). A VW assegura que o trabalho realizado na estrutura permite a integração de mais funções e sistemas. No ID. Cross Concept, o motor de 211 cv é alimentado por uma bateria que permite anunciar 420 km de autonomia, embora ainda não tenha sido revela a respetiva capacidade, nem o consumo da motorização. No Cupra Raval, a versão de topo VZ Extreme oferece 218 cv, bateria com 52 kWh de capacidade, até 361 km de autonomia, 0-100 km/h em 6,4 segundos , e 170 km/h de velocidade máxima; nas Dynamic e Dynamic Plus, motor de 210 cv, e duas opções de bateria –NMC com 56 kWh, ou LFP com 38 kWh, que permite apenas 300 km de autonomia.





Por outro lado, como, entre os concorrentes do ID. Cross, estarão o Fiat Grande Panda e o Renault 4 E-Tech Elétrico, o marketing da VW, com o apoio da administraçãolo, adotou um novo sistema de nomes: o primeiro protótipo deste SUV, apresentado em março de 2023, chamava-se ID. 2all. E há outra decisão estratégica por detrás do plano da marca alemã: propor aos clientes os modelos que querem, e por preços que possam pagar, ou a almejada eletrificação será muito mais lenta do que rápida.
Esta mudança expressa-se, igualmente, no interior do ID. Cross, com a eliminação do excesso de digitalização. Mantém-se os ecrãs para a instrumentação (11’’) e para o sistema multimédia (13’’), mas os comandos físicos estão de regresso, tanto ao volante, como ao painel de bordo, nomeadamente para controlar a climatização. E passam a existir quatro botões para os quatro vidros elétricos, em vez de apenas dois, como acontece no ID. 3. Os materiais de revestimento também são novos.














