O ex-chefe da equipa Alpine Otmar Szafnauer emitiu uma nota de cautela para a Ford, enquanto o gigante automóvel americano se prepara para reentrar na Fórmula 1 em 2026. A colaboração entre Red Bull e Ford Powertrains está prestes a ser um dos projetos mais aguardados da próxima era de mudança de regulamentos, mas Szafnauer alerta que a transição da experiência automóvel tradicional para a F1 nem sempre é fácil.
“Há coisas que funcionam bem na Ford que não vão funcionar bem na F1. Se misturarem essas duas, podem meter-se em problemas.”
A Aposta da Red Bull: Impulsionar o Futuro com a Ford
Após a saída da Honda após a temporada de 2021, a Red Bull enfrentou um dilema urgente—garantir um parceiro de motor a longo prazo. A solução? Construir unidades de potência internamente pela primeira vez sob a Red Bull Powertrains (RBPT), com a Ford a juntar-se como parceiro técnico para o lado da eletrificação do projeto.
O chefe da equipa Red Bull Christian Horner elogiou a colaboração com a Ford como um investimento massivo, mas a experiência de Szafnauer com a Ford nos anos 90 sugere que o caminho à frente não será totalmente suave.
“Quando saí da Ford para ir para a British American Racing (BAR) em 1998, rapidamente percebi que, enquanto algumas coisas da Ford funcionavam bem na F1, outras não. Saber quais aplicar é crucial.”
Porque o regresso da Ford à F1 pode ser um divisor de águas—ou um desastre
Embora a Ford seja um dos fabricantes de automóveis mais bem-sucedidos da história, a sua experiência na Fórmula 1 é limitada em comparação com outros fabricantes como Mercedes, Ferrari e Honda.
🔹 A Ford irá focar na unidade de potência híbrida—uma área crítica sob as novas regulamentações de motores da F1 de 2026 que enfatizam sustentabilidade e tecnologia de baterias.
🔹 Ao contrário da Honda, a Ford não tem experiência recente na construção de motores de F1, o que significa que a curva de aprendizagem será acentuada.
🔹 A Red Bull precisa de uma transição suave—qualquer retrocesso poderia comprometer a sua dominância, potencialmente levando Max Verstappen a considerar uma mudança para outro lugar.
“A Red Bull está a conseguir um parceiro muito competente e capaz,” reconheceu Szafnauer. “Mas como aplicam a sua experiência na F1 determinará o seu sucesso.”
2026: Um Ano Decisivo para a Red Bull e a Ford
O projeto de Powertrains da Red Bull-Ford é, sem dúvida, a maior aposta técnica que a Red Bull fez desde a sua criação. Se as unidades de potência não forem fiáveis ou competitivas, isso poderá ameaçar as suas ambições de campeonato—e até agitar o mercado de pilotos, uma vez que Verstappen tem cláusulas de desempenho no seu contrato que podem permitir a sua saída.
Questões-chave à medida que nos aproximamos de 2026:
⚡ A Ford conseguirá adaptar com sucesso a sua experiência em híbridos às exigências extremas da F1?
⚡ A Red Bull Powertrains entregará um motor vencedor de título na sua primeira tentativa?
⚡ Max Verstappen consideraria outras opções se o projeto tiver dificuldades?
Com a Mercedes, Ferrari e Audi (Sauber) todas a preparar-se para 2026, a Red Bull e a Ford não podem permitir-se errar. O aviso de Szafnauer deve servir como um alerta—a F1 não se resume apenas ao talento bruto em engenharia; é sobre aplicá-lo da forma certa.
A contagem decrescente para 2026 já começou, e os riscos não poderiam ser maiores.