O campeão da IndyCar por duas vezes e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, Will Power, suscitou especulações sobre o seu futuro ao assinar com a A14 Management de Fernando Alonso. O timing do acordo, num ano de contrato com a Team Penske, levanta questões intrigantes sobre os planos de Power tanto dentro da IndyCar como além dela. Poderá isto ser uma manobra tática ou simplesmente um meio de explorar novas oportunidades como Le Mans?
Uma Manobra Tática ou Algo Maior?
A decisão de Power de contratar gestão pela primeira vez na sua carreira é incomum para alguém do seu estatuto no automobilismo. Anunciada durante os dias de mídia da IndyCar, a mudança parece deliberada, garantindo a máxima atenção sobre o futuro de Power precisamente quando os rumores sobre o seu lugar na Team Penske se intensificam.
Com a A14 Management, liderada por Alonso e pelo ex-piloto da Champ Car, Oriol Servia, Power ganha acesso a redes profundas tanto no automobilismo dos EUA como na Europa. Servia, um aliado de confiança que correu ao lado de Power em 2008, será provavelmente o seu principal ponto de contacto. O piloto veterano expressou entusiasmo pela colaboração, afirmando: “A combinação de Oriol e Fernando e os contactos que têm não poderiam ser uma melhor combinação para mim.”
Futuro na IndyCar na Penske em Questão?
A longa relação de Power com a Team Penske, onde compete desde 2009, continua a ser um pilar da sua carreira. Ele é o mais recente campeão de IndyCar da equipa (2022) e teve uma performance estelar na última temporada, com três vitórias e sete pódios. No entanto, a história da Penske em mudar de pilotos veteranos—como Helio Castroneves, Juan Pablo Montoya e Simon Pagenaud—levanta preocupações.
Rumores de que David Malukas, uma estrela em ascensão que se juntou à AJ Foyt Racing com ligações técnicas à Penske, poderia substituir Power têm alimentado o fogo. Power, ciente da especulação, reconheceu ter ouvido os rumores, mas enfatizou que não recebeu qualquer indicação da Penske sobre a perda do seu lugar.
“Honestamente, não me disseram nada pela equipa,” admitiu Power. “Estou certo de que pode haver alguma verdade nisso, suponho, se está a circular. Mas sim, ouço isso. Vamos ver o que acontece.”
Embora Malukas tenha potencial, alguns argumentam que é prematuro para a Penske considerá-lo em detrimento de outros jovens pilotos que já conseguiram mais. O silêncio da Penske sobre o futuro de Power, embora característico da abordagem reservada da equipa, acrescenta à incerteza.
Além da IndyCar: O Sonho de Le Mans de Power
O contrato de gestão de Power não se resume apenas à IndyCar. O piloto de 43 anos tem os olhos postos nas corridas—e na vitória—em Le Mans. “Já ganhei a Indy 500, e quando penso em oportunidades como Le Mans, alguém como Fernando Alonso certamente tem muitos bons contactos na Europa,” explicou.
Curiosamente, o desejo de Power de correr em Le Mans surge apesar dos seus fortes laços com a Penske, que alinha os protótipos de fábrica da Porsche, e com a General Motors, que gere o programa do hipercar Cadillac. O motivo pelo qual Power sente a necessidade de uma gestão externa para garantir um lugar em Le Mans levanta questões sobre se as oportunidades dentro da sua rede atual foram totalmente exploradas.
Power Pode Permanecer Competitivo?
Aos 43 anos, a longevidade de Power na IndyCar é impressionante. Ele insiste que ainda tem cinco anos competitivos pela frente, dizendo: “Poderia ser absolutamente competitivo durante mais cinco anos se quisesse.” O seu histórico confirma isso; apesar de não ter conseguido uma pole position na última temporada, os resultados consistentes de Power provaram o seu valor como a melhor esperança da Penske para destronar Alex Palou.
Ainda assim, persistem dúvidas sobre se a Penske poderá oferecer apenas um contrato a curto prazo, ou se a equipa já está a olhar para a sua próxima geração de pilotos.
O Que Vem a Seguir para Power e Penske?
Power deixou claro que permanecer na Penske continua a ser a sua prioridade. “Não há uma melhor equipa na série neste momento,” afirmou. No entanto, a adição de uma gestão num momento crucial da carreira sinaliza que ele está a preparar-se para todas as possibilidades—seja isso negociar um contrato de longo prazo com a Penske ou explorar novas oportunidades.
Para a Penske, a decisão de reter ou substituir Power dependerá de equilibrar a lealdade a um campeão comprovado com a necessidade de planear para o futuro. Enquanto Malukas surge como um potencial substituto, as recentes performances de Power sugerem que ele está longe de estar acabado.
Uma Narrativa a Acompanhar em 2025
A parceria de Will Power com a A14 Management adiciona uma camada fascinante à temporada de IndyCar de 2025. Seja a negociar o seu futuro com a Penske, a perseguir um sonho de Le Mans, ou simplesmente a manter o foco na sua condução, os próximos passos de Power estarão sob intenso escrutínio. Uma coisa é certa: isto não é apenas um acordo de gestão rotineiro—é uma declaração de intenções de um piloto que se recusa a ser sidelined.