Jimmie Johnson não é apenas uma lenda das corridas—ele é um inovador incansável. Sete vezes campeão da NASCAR Cup Series, experimentador na IndyCar e agora, proprietário de uma equipa com a missão de agitar o desporto de dentro para fora. Enquanto nomes como Rick Hendrick, Joe Gibbs e Roger Penske dominam o panorama, Johnson procura construir algo diferente no Legacy Motor Club. Mas, após três anos de dificuldades, uma coisa é clara: métodos tradicionais não vão funcionar.
Agora, Johnson está a mergulhar no negócio das corridas como nunca antes, lançando novas iniciativas, desafiando o modelo de patrocínio e fixando os seus objetivos em tornar o Legacy Motor Club uma potência no futuro da NASCAR. E o seu último movimento? Uma ousada expansão para os media e construção de marcas que pode redefinir o que significa ser proprietário de uma equipa nas corridas de stock car modernas.
Uma Equipa em Dificuldades, Uma Nova Visão
Quando Jimmie Johnson adquiriu uma participação na Petty GMS Motorsports em 2022, ele sabia que seria uma longa e difícil subida. A equipa, anteriormente conhecida como Richard Petty Motorsports, tinha lutado durante mais de uma década, acumulando apenas cinco vitórias em 900 corridas. Mesmo com o próprio Rei a supervisionar as operações, o sucesso nunca veio facilmente. Após vender as suas ações a Maury Gallagher, o legado de Petty permaneceu apenas de nome—até que Johnson interveio, rebatizando a operação como Legacy Motor Club e assumindo um papel ativo na reconfiguração do seu futuro.
Mas desde então, os resultados têm sido dececionantes. Uma vitória e apenas cinco classificações entre os cinco primeiros ao longo de três temporadas deixaram o Legacy Motor Club a reboque das organizações de elite da NASCAR. Mesmo o regresso pessoal de Johnson às corridas no carro Next-Gen não trouxe resultados, com a sua melhor classificação a ser um decepcionante 21º lugar.
A decisão de Johnson e Gallagher de recusar uma aliança técnica com a Joe Gibbs Racing—apesar de ambas as equipas correrem com Toyotas—levantou sobrancelhas. O objetivo era a independência, mas sem o apoio de um gigante como a JGR, a equipa tem lutado para encontrar uma vantagem competitiva. Agora, Johnson está a olhar para além da pista para mudar fundamentalmente o modelo de negócios do Legacy Motor Club.
O Podcast: Um Novo Modelo de Negócio da NASCAR?
Num surpreendente desvio, Johnson anunciou que irá co-apresentar um novo podcast, “Never Settle,” ao lado do veterano jornalista da NASCAR Marty Smith na SiriusXM. Para muitos, isto pode parecer apenas mais um piloto a entrar na mídia. Mas para Johnson, é muito mais do que isso—é um movimento estratégico para monetizar o Legacy Motor Club para além dos patrocínios tradicionais.
“Quando me envolvo em algo, estou completamente dentro,” disse Johnson. “Marty Smith tem sido um amigo de 25 anos, e temos falado sobre isto repetidamente. Quando penso nestas diferentes oportunidades para construir marcas a partir do Legacy Motor Club, acredito que há um verdadeiro caminho com uma empresa de mídia.”
Não se trata apenas de contar histórias de corridas. Johnson vê os meios de comunicação como um novo fluxo de receita, uma forma de atrair patrocinadores e gerar rendimento sem depender apenas de acordos de patrocínio de carros—um modelo que tem definido a NASCAR durante décadas.
Enfrentar os Gigantes: Como Johnson Planeia Desafiar Hendrick, Gibbs e Penske
Johnson sabe que está a competir contra as equipes mais financeiramente dominantes da NASCAR. Rick Hendrick, seu antigo chefe, construiu a organização mais bem-sucedida do desporto. Joe Gibbs tem décadas de infraestrutura de nível de elite e o total apoio da Toyota. Roger Penske opera a um nível que poucos conseguem igualar.
“Vai ser difícil competir contra Rick Hendrick. Vai ser difícil competir contra Joe Gibbs ou o Sr. Penske,” admitiu Johnson. “Eles têm bolsos fundos. Por isso, preciso ser realmente inteligente e tentar continuar a criar receita e não depender apenas dos dólares de patrocínio.”
Os patrocinadores já não procuram apenas um logótipo num carro—eles querem envolvimento, narração de histórias e experiências únicas para os fãs. Johnson acredita que o futuro do Legacy Motor Club não está apenas na pista, mas em media multiplataforma, criação de conteúdo e empreendimentos comerciais.
“Estamos numa época em que os patrocinadores querem mais do que apenas pintura num carro,” disse ele. “Isso, novamente, alimenta as oportunidades de negócio de que acabei de falar—desde experiências a hospitalidade até ao espetáculo.”
O Que Isto Significa para a NASCAR e o Legado de Johnson
Se este plano funcionar, Johnson não será lembrado apenas como um dos maiores pilotos da NASCAR—ele será lembrado como um dos mais visionários empreendedores. O seu sucesso poderá redefinir a forma como as equipas da NASCAR operam numa era em que os patrocínios tradicionais já não são uma garantia de sobrevivência.
Esta mudança também pode alterar a forma como as equipas menores sobrevivem. Se a estratégia de Johnson funcionar, o Legacy Motor Club poderá tornar-se o modelo para equipas independentes competirem financeiramente com as poderosas organizações da NASCAR.
Para os fãs, isso significa uma visão mais próxima dos bastidores—uma oportunidade de interagir com os seus pilotos e equipas favoritos para além do dia da corrida. Para a NASCAR, poderá ser um fator decisivo na atração de novos modelos de negócios e parcerias mediáticas.
Uma coisa é certa—quando Jimmie Johnson se propõe a algo, ele geralmente encontra o seu caminho para a Pista da Vitória.