A batalha pelos direitos de media da Fórmula 1 nos EUA está a aquecer, e a Netflix está a fazer uma jogada séria para se tornar a próxima potência na transmissão do desporto. Com o atual contrato da ESPN a expirar no final de 2025, o gigante do streaming—já responsável pelo crescimento meteórico da F1 nos EUA através de Drive to Survive—está a procurar fazer uma oferta agressiva para assumir a cobertura das corridas ao vivo a partir de 2026.
Os Laços Aprofundados da Netflix com a F1: De Docuseries a Corridas Ao Vivo?
O boom da Fórmula 1 no mercado americano tem sido amplamente creditado a Drive to Survive, a série documental dos bastidores que estreou em 2019 e transformou a popularidade do desporto nos Estados Unidos. Mas a Netflix não está satisfeita apenas com contar histórias—quer a coisa real.
A empresa de streaming já começou a expandir-se para o desporto ao vivo de uma forma significativa:
- Em 2024, a Netflix irá transmitir jogos exclusivos da NFL no Dia de Natal
- Conseguiu os direitos nos EUA para a Copa do Mundo Feminina da FIFA de 2027 e 2031
- O próximo evento de boxe Mike Tyson vs. Jake Paul será transmitido na sua plataforma
- A Netflix é agora a casa exclusiva do “Raw” semanal da WWE
Para reforçar as suas ambições em desporto ao vivo, a Netflix recentemente contratou a vice-presidente de produção da ESPN, Kate Jackson, nomeando-a diretora de desportos—um sinal claro de que a empresa está a preparar-se para grandes aquisições de transmissão desportiva.
A Batalha pelos Direitos da F1 nos EUA: Netflix vs. ESPN, Amazon e Apple
Atualmente, a ESPN detém os direitos de media da F1 nos EUA, tendo assumido o controlo da NBC Sports em 2018. Desde então, a Fórmula 1 tem assinado contratos de curto prazo para permitir flexibilidade num mercado em rápida expansão. Mas com a Netflix agora na jogada, o controle da ESPN sobre a F1 pode estar em sério perigo.
A Netflix não é a única gigante do streaming interessada, no entanto. A Amazon e a Apple, ambas já envolvidas na transmissão de desportos ao vivo, são esperadas para entrar na guerra de licitações:
- Amazon Prime Video tem uma parceria de longa data com a NFL e é um patrocinador global da AWS da Fórmula 1
- Apple TV+ detém os direitos exclusivos da Major League Baseball (MLB) e da Major League Soccer (MLS) e está a produzir um filme da F1 com Brad Pitt
Com vários gigantes tecnológicos a disputarem os direitos da F1, o próximo contrato poderá marcar uma mudança significativa na forma como os americanos consomem a Fórmula 1—afastando-se da televisão por cabo e entrando plenamente na era do streaming.
Poderá a Netflix Transformar a Audiência da F1?
Se a Netflix ganhar os direitos, poderá revolucionar a forma como a Fórmula 1 é apresentada nos Estados Unidos. Ao contrário da ESPN, que transmite as corridas em simultâneo na ABC e ESPN2, a Netflix poderá oferecer uma experiência interativa e sob demanda com conteúdo exclusivo, análises aprimoradas e cobertura dos bastidores que os emissoras tradicionais simplesmente não conseguem igualar.
No entanto, existem desafios. As corridas da F1 continuarão a ser transmitidas gratuitamente como atualmente na ESPN? A Netflix introduzirá um modelo de pagamento por visualização para certas corridas? Estas são questões críticas que poderão moldar a acessibilidade futura do desporto.
Quando Será Tomada uma Decisão?
Com o contrato da ESPN a expirar no final de 2025, espera-se que a Fórmula 1 finalize o seu próximo contrato de media nos EUA nos próximos meses. Com o desporto a atingir um nível recorde no mercado americano, a Liberty Media (detentora dos direitos comerciais da F1) estará à procura de um contrato que maximize a exposição, a receita e o envolvimento dos fãs.
Uma coisa é certa: o panorama de transmissões da Fórmula 1 nos EUA está à beira de uma mudança sísmica—e a Netflix está pronta para assumir a pole position na corrida pelo controlo.