A Fórmula 1 selou uma parceria de alto risco com o operador de lotarias suíço Allwyn AG, marcando um movimento de expansão audacioso à medida que o desporto continua a sua expansão global e domínio comercial. O acordo, orquestrado sob a propriedade da Liberty Media sobre a F1, tem como prioridade aumentar a notoriedade da marca a nível internacional, em vez de se concentrar em qualquer mercado específico.
Porque é que a Allwyn Escolheu a Fórmula 1
A Allwyn, que assumiu a Loteria Nacional do Reino Unido em 2023, também opera lotarias em Itália, Áustria, Grécia e na República Checa, enquanto tem planos de expansão nos EUA. O CEO Robert Chvatal revelou que o crescimento explosivo da F1 na América—com três Grandes Prémios nos EUA no calendário de 24 corridas—teve um papel importante na decisão.
Além do seu boom americano, outro fator chave? A crescente base de fãs femininas da Fórmula 1.
“As mulheres representam agora mais de 40% do seguimento da Fórmula 1, e tudo isto aconteceu nos últimos quatro anos,” disse Chvatal à Reuters. “Isto é algo que também determinou porque decidimos fazer parceria com a Fórmula 1 como uma série.”
Um Acordo Enraizado no Crescimento Global, Não Apenas no Jogo
Ao contrário dos patrocínios desportivos tradicionais, este acordo não se trata de apostas diretas ou promoções de jogos. Em vez disso, visa:
- Aumentar a presença global da marca Allwyn
- Alinhar-se com programas de impacto comunitário e social
- Aproveitar o apelo da F1 entre diversas demografias
Chvatal também enfatizou que a Loteria Nacional do Reino Unido não terá qualquer papel neste patrocínio, distanciando o acordo das operações de lotaria da Allwyn no Reino Unido.
“Este é um investimento corporativo a nível de grupo e não é impulsionado a partir do Reino Unido nem financiado pelo negócio do Reino Unido,” esclareceu.
Apesar disso, a Allwyn continuará a ganhar visibilidade no Grande Prémio Britânico em Silverstone, beneficiando potencialmente indiretamente a sua marca de lotaria no Reino Unido.
O Efeito ‘Drive to Survive’: Um Ponto de Venda Chave
A entrada da Allwyn na Fórmula 1 é mais um sinal da transformação do desporto sob a Liberty Media, alimentada em parte pelo sucesso do docu-drama da Netflix ‘Drive to Survive’. A série ajudou a F1 a crescer em popularidade—particularmente na América do Norte—e expandiu significativamente a sua base de fãs mais jovem e diversificada.
“Temos orgulho, enquanto operador de lotarias, de refletirmos aproximadamente a população,” disse Chvatal. “A nossa base de jogadores é quase 50-50 entre homens e mulheres. A F1 também está a refletir cada vez mais isso.”
O Que Isso Significa para o Futuro Comercial da Fórmula 1
A Fórmula 1 já não é apenas corridas—é um gigante global de entretenimento e marketing. A estratégia de expansão agressiva da Liberty Media posicionou a série como uma propriedade premium para marcas internacionais, e a parceria com a Allwyn sublinha a nova era de evolução comercial da F1.
O CEO da F1 Stefano Domenicali ecoou este sentimento, afirmando:
“Esta parceria também proporciona novas oportunidades para ambas as nossas organizações se conectarem com públicos mais amplos em todo o mundo.”
O que vem a seguir? Rumores de patrocínio da McLaren e limitações no Médio Oriente
Enquanto a especulação sobre Allwyn potencialmente a fechar um acordo de patrocínio separado com a McLaren tem circulado, Chvatal recusou-se a comentar. No entanto, o gigante das lotarias não terá branding no Médio Oriente, onde as restrições ao jogo proíbem tais promoções.
Com o alcance cada vez maior da F1 e parcerias em evolução, este acordo sinaliza mais gigantes corporativos a quererem lucrar com a crescente atratividade global do desporto.
Uma coisa é certa: a Fórmula 1 já não é apenas um desporto motorizado—é um império empresarial sobre rodas.