Num desporto onde cada milésimo de segundo conta e as reputações são esculpidas em fibra de carbono, Gabriel Bortoleto explodiu na grelha da Fórmula 1 em 2025—mas não se daria conta disso pelas manchetes. O novato brasileiro tem entregado discretamente resultados que deixariam a maioria dos estreantes tonta, mas os holofotes teimam em permanecer sobre o habitual elenco de superestrelas.
Isso não agradou a Fernando Alonso. O campeão do mundo por duas vezes, que nunca se coíbe de usar palavras diretas, apontou o que considera uma injustiça flagrante. “O que Gabriel está a fazer com a Sauber não está a receber o respeito que merece,” disparou Alonso, provocando uma tempestade no paddock. Numa temporada dominada por conversas sobre a dominância ao nível de Marc Márquez por parte de Verstappen e a ascensão imparável da McLaren, a defesa de Alonso do novato soou como um grito de alerta: acordem, F1 — uma estrela está a nascer bem debaixo do vosso nariz.
A Ascensão de Bortoleto
Natural de São Paulo, Bortoleto tem demonstrado a rara combinação de compostura e agressividade que separa os bons dos grandes. A Sauber pode não estar a lutar por pódios semana após semana, mas Bortoleto está a extrair tudo da máquina — e muitas vezes mais do que a lógica sugere que deveria. Afiado na qualificação, implacável no combate roda a roda e inabalável sob pressão, o jovem de 20 anos provou que pertence à elite do automobilismo.
Numa altura em que os novatos são frequentemente devorados e cuspidos, Bortoleto está a reescrever o manual, a destacar-se num carro de meio do pelotão e a deixar colegas experientes na sua esteira. Os murmúrios no paddock estão a crescer: este não é apenas um novato a fazer número — este é um piloto no caminho rápido para a fama.
Porquê o Silêncio?
Mas porque é que a sua ascensão está a ser abafada? A dura verdade é que a Fórmula 1 frequentemente trata os novatos como ruído de fundo, a menos que estejam num carro de topo. A frenética atenção da mídia naturalmente circunda Verstappen, Norris, Leclerc e Hamilton, deixando os recém-chegados como Bortoleto a lutar por migalhas de reconhecimento. Os comentários de Alonso vão ao cerne da questão: na narrativa impulsionada por celebridades da F1, o talento nem sempre é suficiente para roubar as manchetes.
Um Futuro Escrito em Velocidade
Mas ignorá-lo é por sua conta e risco. O Brasil tem estado à espera do seu próximo grande herói da F1 desde que Ayrton Senna e Felipe Massa levaram a bandeira. Bortoleto pode ser esse homem. Ele já mostrou lampejos de genialidade que sugerem não apenas uma carreira estável, mas potencialmente um legado.
E com um veterano como Alonso a defendê-lo publicamente, a mensagem é clara: Gabriel Bortoleto não é apenas o futuro — ele já está aqui.
A questão agora é saber se o resto do mundo da F1 o reconhecerá. Porque se 2025 for um indicador, o novato de São Paulo não ficará nas sombras por muito tempo.