A Randstad Research acaba de divulgar uma nova radiografia ao mercado de trabalho no setor automóvel em Portugal, com base nos dados mais recentes do Eurostat, INE e Segurança Social.
De acordo com o relatório divulgado, no 1.º trimestre de 2025, o setor automóvel nacional empregava 203,2 mil pessoas, com uma ligeira subida de 0,2% face ao trimestre anterior. Este crescimento é impulsionado, sobretudo, pela produção de veículos automóveis, que aumentou 1,7% nos primeiros três meses do ano, contrastando com uma quebra de 0,5% no comércio, manutenção e reparação de veículos.
A estrutura do setor revela duas realidades distintas. “O segmento do comércio, manutenção e reparação representa 64,6% do total de empregos (131,2 mil pessoas), enquanto a produção automóvel, mais especializada, emprega 72 mil pessoas (35,4%), com maior concentração geográfica e tecnológica”, sublinha o estudo..
Mesmo sendo um setor com um peso reduzido comparado com outros setores da economia portuguesa, em comparação com outros países da UE, o peso do setor automóvel em Portugal em termos de emprego superou a média da UE.
Desta forma, segundo os dados da Randstad Research, no 1º trimestre de 2025, o peso do setor automóvel em Portugal estava 0,7 pontos por cima da média dos países da UE, sendo superado pela Alemanha, Polónia e Eslováquia.
O setor automóvel nacional caracteriza-se por uma maior masculinização, e segundo os dados do relatório, no primeiro trimestre de 2025, no setor automóvel nacional, 3 em cada 4 profissionais são homens (77% do emprego), totalizando 156,5 mil profissionais, e as mulheres constituem uma minoria de 23% do emprego no setor, com um total de 46,7 mil profissionais.
Já a remuneração média no setor automóvel cresceu 61,9% nos últimos 20 anos e 8,1% só no último ano, refletindo a necessidade crescente de atrair talento. Em 2023, a remuneração média na produção atingiu €1.759,95, enquanto no comércio foi de €1.426,67. A diferença salarial entre os dois segmentos aumentou para €332 euros, refletindo a maior qualificação exigida na produção.
“Esta evolução salarial evidencia não só a procura crescente por talento qualificado, mas também a valorização do capital humano como fator competitivo”, refere o relatório.