Num emocionante concurso marcado por lama, chuva e uma interrupção literal de um animal selvagem, Elfyn Evans e Scott Martin emergiram vitoriosos do traiçoeiro Rally Safari do Quénia que teve lugar no sábado. A chuva da noite transformou o percurso num pesadelo lamacento, e as chuvas intermitentes durante o dia causaram uma frequente reorganização na tabela de classificações.
Partindo na manhã de sábado, Evans detinha uma ligeira vantagem de apenas 7,7 segundos sobre os seus companheiros de equipa, os campeões do mundo em título, Kalle Rovanpera e Jonne Halttunen. No entanto, ao final do dia, Evans assegurou uma confortável vantagem de 1’57,4″ sobre Ott Tanak e Martin Jarveoja. Esta performance também o colocou a impressionantes 4’33,4″ à frente dos concorrentes em terceiro lugar, Thierry Neuville e Martijn Wydaeghe. Este foi um feito significativo para a Hyundai, marcando o seu melhor resultado no Safari desde a reintegração do evento no calendário do WRC em 2021.
Nem todos tiveram a mesma sorte, no entanto. Adrien Fourmaux, por exemplo, nem sequer conseguiu começar no sábado, com a sua equipa a decidir guardar o carro para o dia final.
Evans, por outro lado, exibiu uma combinação de velocidade e cautela que compensou generosamente. Ele conquistou a sua primeira vitória de etapa do rally e mais do que duplicou a sua vantagem na etapa 12 após o infeliz furo no pneu dianteiro esquerdo de Rovanpera.
O rally não esteve isento de drama. A etapa 11 viu Neuville perder tempo valioso ao trocar um pneu furado, enquanto Josh McErlean atingiu uma pedra, causando um furo que exigiu uma paragem para a troca. Mais adiante, uma barra de direção partida parou o Puma, exigindo um trabalho de reparação de 20 minutos.
Depois, surgiram os problemas para Takamoto Katsuta e o co-piloto Aaron Johnston, cujos problemas com os pneus desinflaram as suas esperanças de pódio. A etapa 12 trouxe mais problemas para Munster, que teve de parar devido a mais um furo, deixando a sua equipa da M-Sport sem pneus sobressalentes. Apesar de enfrentar problemas de saúde, Neuville conseguiu continuar, recusando-se a comentar no final da etapa.
Na etapa 13, Rovanpera teve outro furo, cedendo 1’20” a Katsuta. Mas o pior ainda estava por vir para Rovanpera, que teve de desviar de um grupo de zebras na estrada ao estilo verdadeiro de um Safari Africano, levando a mais um furo no pneu dianteiro esquerdo.
À medida que o rali avançava para a etapa 14, as condições pioraram, com chuva torrencial a tornar a navegação um pesadelo. Ambos os Hyundais tiveram de lidar com o embaciamento do para-brisas, com Wydaeghe a recorrer a um pau de selfie e um pano para limpar o para-brisas de Neuville!
Evans manteve a calma nas condições cada vez piores, aumentando a sua vantagem para 1’32.5”, enquanto Tanak encurtou a distância para apenas 17 segundos atrás do Yaris #69.
A etapa final do dia foi um teste de resistência. Em meio a chuva intensa e estradas escorregadias, Evans navegou através das condições desafiadoras, terminando o dia com uma confortável vantagem de 1’57.4” sobre Tanak, que manteve uma vantagem de 2’36” sobre Neuville.
Apesar da sua liderança confortável, Evans manteve-se com os pés no chão, reconhecendo a natureza imprevisível do rali. “Mesmo com esta margem, nada é garantido neste rali. Amanhã será exigente e difícil, e tudo pode ainda acontecer, por isso precisamos de nos manter focados”, disse ele.
O último dia do rali promete ser igualmente emocionante, com um regresso à etapa de Mzabibu, juntamente com duas passagens pelas etapas de Oserengoni e Hell’s Gate. Com a segunda passagem pela Hell’s Gate a servir como a Power Stage Wolf que termina o rali, vamos ver quem emerge vitorioso no final desta aventura selvagem.